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Piauiês, linguagem que a criançada ainda não assimila

A fala própria do piauiense resultou na criação de um dicionário, de autoria do escritor Paulo José Cunha, que traduz essas expressões.

27/10/2019 09:46

Doido, abestado, avexado, mermã, marmota, batoré, galalau, diabéisso, coisado, entre outras expressões utilizadas por adultos da região nordestina, especialmente pelos piauienses muitas delas ainda não fazem parte do vocabulário da criançada, embora algumas palavras como "doido" e "abestado", entre outras, por exemplo, sejam usadas em manifestações entre coleguinhas.

A fala própria do piauiense resultou na criação de um dicionário, de autoria do escritor Paulo José Cunha, que traduz essas expressões. "A enciclopédia de piauiês nasceu da percepção que tive de que existe um jeito específico do piauiense se manifestar, se expressar", disse o autor durante entrevista a uma emissora de tevê local.

O pequeno José Pedro Rocha da Silva, 8 anos de idade e cursando o 2º ano na escola pública, desconhece a maioria das palavras do piauiês, apesar da convivência no dia a dia com pessoas que utilizam essas expressões de vez em quando, segundo revelou a mãe, dona de casa Marly de Castro. "Doido é a palavra que José Pedro gosta mais de chamar seus coleguinhas quando estão brincando", explicou, acreditando que, com o passar do tempo, a criança aprenda a utilizar essas palavras no dia a dia e pelo convívio com adultos onde mora, no bairro Dirceu Arcoverde II, na zona Sudeste da cidade.

Essa fala própria dos piauienses também não é muito familiarizada para o Gabriel Victor dos Santos Moraes, 10 anos, no 4º ano. Ao ter contato com algumas palavras do dicionário de piauiês que traduz essas expressões, o garotinho desconheceu e disse que usa apenas "doido" quando em diálogo com algum amiguinho de escola ou da rua onde mora, no bairro Novo Horizonte, zona Sudeste de Teresina. "Essa palavra é a que mais uso, assim também se manifestam meus colegas de brincar", citou o menino, acrescentando ainda que fala ave maria e abestado.

Edição: Marco Antônio Vilarinho
Por: Luiz Carlos de Oliveira
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