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Numismática, o universo das moedas e cédulas

A Numismática estuda as moedas e cédulas antigas, ou novas, proporcionando ao numismata, aquele que coleciona essas peças, uma viagem pelo mundo através desse hobby que já conta com número significativo de seguidores em Teresina.

02/12/2019 11:13

Há algumas décadas, moedas e cédulas antigas só eram vistas em museus, mas com o passar dos anos o número de colecionadores dessas preciosidades vem crescendo: são os . Em Teresina já se trabalha a ideia da criação de uma associação para reunir os amantes dessas peças, cada dia mais raras. Em termos mais amplos, Numismática é o estudo sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico das cédulas, moedas e medalhas, muito embora o termo também seja empregado como sinônimo ao colecionismo desses itens.

Além de músico, Raimundo Gutemberg é numismata e um dos grandes incentivadores desse hobby no Piauí. Com mais de 700 peças em sua coleção, em 2018 ele promoveu o primeiro encontro da categoria, visando a uma maior aproximação dos amantes dessa prática. O seu entusiasmo pelas cédulas e moedas antigas surgiu quando, ainda criança, encontrou uma sacola de moedas no quintal da casa de uma tia. Eram peças dos anos 60 que despertaram a curiosidade então garoto.

Francisco Barbosa é outro colecionador e também comerciante de moedas e cédulas antigas: “Eu comecei a colecionar, e depois a comercializar, porque estava aposentado e procurava fazer algo prazeroso”, diz, enquanto atende a clientes que se dirigem à sua sortida banca, nas proximidades da Praça Pedro II: “Eu sou um apaixonado por cédulas e moedas antigas, mas aqui em Teresina ainda são poucos os colecionadores, então as peças mais raras, por serem mais valiosas, geralmente, vendo para pessoas de outros estados”, ressalta.

O dia do Numismata celebra-se em 1º de dezembro porque também a Igreja Católica celebra a são Elígio, padroeiro dos numismatas e ourives. Outra explicação possível é que durante uma reunião da Sociedade Numismática Brasileira, realizada no dia 14 de junho de 1934, o 1º de dezembro teria sido escolhido porque foi a mesma data da coroação de Dom Pedro I como imperador do Brasil.Neste dia entrou em circulação a primeira moeda do Brasil independente, a Peça da Coroação.

História da numismática

Desde o Império Romano a aristocracia cultivou o interesse de colecionar moedas, sem no entanto estudá-las. O costume romano compartilhado por imperadores, como Augusto, foi mantido por reis europeus durante a Idade média. A coleção de reis como Luís XIV da França e Maximiliano do Sacro Império possibilitariam o surgimento da numismática durante o Renascimento, graças à vontade dos humanistas em recuperar a cultura greco-romana, e a iniciativa de organizar as coleções reais. Assim a numismática surgiu durante o renascimento e se consolidou como ciência nos séculos seguintes.

Assim temos nomes como o abade Joseph Eckhel que trabalhou na coleção imperial de Viena, capital da Áustria. Temos o colecionador francês Joseph Pellerin, que contribuiu para a coleção real francesa, e temos também um dos nomes mais famosos, Francesco Petrarca, poeta que desenvolveu a numismática na Itália.

O objetivo de Petrarca era conhecer a história de cada povo. Petrarca demonstrou também como a numismática pode se tornar uma paixão contagiosa. Em 1390, coube a ele, indiretamente, a cunhagem de moedas comemorativas pela libertação da cidade de Pádua, pelo visconde Francisco II de Carrara. Seja pela cultura, pela observância de técnicas ou simplesmente pelo desafio de colecionar, a relação entre cultura e numismática sempre é presente. Mesmo aqueles que colecionam moedas ou cédulas como um simples hobby, sem se dedicar à pesquisa, adquirem uma boa bagagem de cultura geral.

Por: Marco Antônio Vilarinho
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