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Dragão Fashion, o espetáculo da moda

Desfiles e shows evidenciam a moda em evento de primeira linha.

17/05/2019 08:32

A orla da Praia de Iracema, em Fortaleza, no Ceará, até o dia 18 de maio, será palco do maior evento de moda autoral do Brasil. Celebrando 20 anos, o Dragão Fashion Brasil, agora DFB Festival, aportou nas areias de um dos pontos turísticos mais conhecidos da capital cearense. O start da programação, que conta com esfiles, shows, exposições, feira de negócios, workshops e gastronomia, foi dado na noite de quarta-feira (17). 

Toda a estrutura do evento foi levantada do chão e montada a partir do zero na areia do Aterro da Praia de Iracema. Em coletiva de imprensa, realizada na abertura do evento, Claudio Silveira, diretor do DFB Festival, contou que são mais de 27.000m² de, como ele denomina, “Cidade Autoral”. O espaço será abrigo nos próximos dias para 36 desfiles, 4 balés, 20 shows, oito palestras, quatro workshops, sete bares, 14 restaurantes e mais uma feira com foco em economia criativa, com 60 expositores. 

Mantendo a tradição, o DFB conta com um line-up de criadores e marcas de moda autoral, entre veteranos e novos nomes do cenário do setor brasileiro. Os desfiles acontecem em três salas diferentes: duas internas, com capacidade para 1.000 pessoas, cada, e uma externa, de frente para o mar, o DFBeach Club, com passarela de 150m de extensão, instalada sobre as areias do Aterro. 

O line-up dos desfiles teve inicio com a apresentação da Parko, que levou a passarela, traduzido em roupas, o perfil de um homem ultra-moderno que se desprende dos apertos do dia a dia e encontra a leveza da modelagem oversized. Em seguida foi a vez de Caio Nascimento retornar ao DFB. Na sua nova coleção, o jovem estilista usou suas peças como ferramenta para protesto. Trouxe à tona a discussão sobre repressão e preconceito ao abordar ditadura e amor, em vários aspectos, em uma variação de peças em jeans. 


Foto: DFB Festival

Destaque no concurso Ceará Moda Contemporânea, inciativa de moda paralela ao DFB Festival, Vitor Cunha fez sua estreia na passarela do evento. Jovem estilista, ele foi convidado a integrar o line-up depois de enviar um projeto para apreciação. A ideia da coleção teve como base o uso do macramê, trabalho manual que faz parte da cultura cearense. A partir da figura dos pescadores como referência ele desenvolveu peças, em dois meses, que também possuem um trabalho de tingimento em degradê. Tudo feito pelas próprias mãos. 

Conhecida pelo seu sofisticado trabalho em renda, Almerinda Maria também se apresentou na primeira noite de DFB Festival. Para a passarela ela levou a coleção “Tropical chic”. Para as criações, que são uma homenagem a Carmem Miranda, a estilista mesclou tecidos nobres como o linho e gaze de seda, com bordados e rendas Renascença e Richelieu. Na cartela de cores, os tons já tradicionais do trabalho de Almerinda – branco, off-white e nude – dividem espaço com tons vibrantes e cheios de brasilidade – do laranja ao vermelho. 

A estilista cearense Gisela Franck foi mais uma a passar pela passarela do DFB Festival. Com uma sutileza particular, ela imprime nas suas peças um DNA minimalista, autoral e atemporal prezando pelo uso de tecidos de fibras naturais e pelas práticas do consumo consciente. Sua nova coleção surgiu de uma visita à exposição “Raiz”, do consagrado artista chinês Al Weiwei. Ele ficou conhecido por colocar buquês de flores diariamente na cesta de sua bicicleta do lado de fora do seu estúdio. As flores guiaram a coleção e apareceram naturais e desidratadas em um trabalho em parceria com a tia de Gisela, a paisagista Vani Franck. Além dos desfiles, o DFB contou com apresentações musicais. A atração principal do primeiro dia foi a cantora Tulipa Ruiz, que se apresentou no Palco Sesc. O espaço receberá ainda show de Marcelo Jeneci.

Por: Yuri Ribeiro - Jornal O Dia
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