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"œSer médico é aliviar o sofrimento", define profissional

A segunda reportagem da série especial do Dia do Trabalhador ressalta a responsabilidade e os desafios dos trabalhadores da saúde.

26/04/2017 09:12

O Jornal ODIA traz, nesta quarta-feira (26), a história dos profissionais da Saúde, como médicos e enfermeiros. Esses trabalhadores vivem diariamente a emoção e a adrenalina de atender pacientes, muitos em estado grave, tendo em suas mãos a vida do próximo. 

Um desses profissionais é o médico Nagele de Sousa Lima, especialista em emergência e cardiologista do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Há oito anos, ele atua na área e convive com a rotina de passar horas em hospitais, cuidando da saúde e do bem-estar dos pacientes. 

Trabalhadores da saúde vivem diariamente a emoção e a adrenalina de atender ter a vida do próximo nas mãos (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

O interesse pela profissão teve início ainda na infância, quando acompanhava o trabalho realizado pelo pai, também médico, em um município interiorano. “Eu sempre estive envolvido nesse meio, então tudo começou com a admiração pelo trabalho do meu pai. E escolhi a cardiologia porque gosto muito de atender pacientes mais graves e as emergências mais importantes são as cardiológicas, assim como a medicina de emergência”, explica. 

Nagele Lima fala ainda da rotina dos trabalhadores da Saúde, que costuma ser bastante intensa e estressante, sobretudo para quem atende pacientes em emergência ou estado grave. E para exercer sua função da melhor forma, é necessário que esses profissionais tenham um controle emocional muito grande. 

O médico destaca que, apesar de ser uma rotina estressante e bastante corrida, há momentos em que os profissionais se deparam com situações comoventes. “Sempre me perguntam quais as situações que nos deixam mais envolvidos e, para mim, são aqueles pacientes jovens, politraumatizados, vítimas de acidente, que estão em fase produtiva e é algo inesperado, deixando a família abalada. Nem sempre conseguimos vencer a morte, mas sempre podemos aliviar o sofrimento do paciente e da família. Ser médico é aliviar sofrimento”, diz o médico. 

Nagele destaca a importância do controle emocional que a profissão exige (Foto: Assis Fernandes/ O Dia) 

Pacientes relatam importância de atendimento especializado 

No dia 29 de dezembro do ano passado, a dona de casa Maria do Socorro Santos deu entrada no HUT após broncoaspirar um caroço de milho. Desde então, ela, acompanhada de seu esposo, o lavrador Pedro Rodrigo de Sousa, está no hospital recebendo atendimento. 

Segundo o lavrador, após a identificação do quadro clínico, ainda na cidade de Água Branca, todas as medidas foram adotadas o mais rápido possível para salvar a vida de Maria do Socorro. 

“Se não fosse os profissionais reconhecer o problema e encaminhá-la para o HUT rapidamente, com certeza teria acontecido o pior. E esse atendimento especializado também ajuda na recuperação, porque quando uma pessoa trabalha com amor, isso transmite ao paciente, que responde positivamente o tratamento”, conclui Pedro Rodrigo de Sousa. 

Valorização 

A enfermeira Lourdes Montalvão pontua ainda que a categoria enfrenta desafios, sobretudo com relação à remuneração. Apesar de haver o reconhecimento enquanto importância da profissão, os trabalhadores da área lutam por melhorias. 

“A Enfermagem é a única profissão da área da saúde que passa o tempo integral com o paciente. E essa convivência, financeiramente falando, é mal remunerada, mas isso é consequência, e o dinheiro algumas vezes acaba não sendo tão importante nessas horas”, fala. 

Já para o médico Nagele Lima, o contexto político e econômico que o Brasil vem passando atualmente tem favorecido para a união da classe, reconhecimento e valorização da categoria.

Por: Isabela Lopes
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