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Vidas que correm com os rios

Banhada pelo Parnaíba e Poti, Teresina nasceu a partir de sua vocação fluvial e localização mais privilegiada que a isolada Oeiras.

14/08/2018 09:58

Poucas cidades no Brasil têm o privilégio de nascer entre dois rios. Teresina é uma delas! Seu desenvolvimento, ao longo do tempo, foi fruto da prosperidade vinda das águas. Neste ano, em comemoração aos 166 anos da capital piauiense, O DIA volta seu olhar para três elementos que permanecem vivos no cotidiano da cidade e que ajudam a contar sobre o processo de constituição do município. São eles: o verde, os rios e o povo. Ontem (13), uma matéria especial tratou sobre a arborização e o processo de urbanização da cidade, hoje (14) os rios são apresentados como símbolos vitais de Teresina.

Antes mesmo de se tornar o que é hoje, a região, no entorno dos Rios Parnaíba e Poti, no período colonial conhecida como Barra do Poti, chamava atenção pela sua capacidade de prosperidade. Esses arredores de cá pareciam ter a vocação de fazer a vida acontecer. Maia da Gama, administrador da capitania do Maranhão, na época em que o Piauí estava soube jurisdição do estado vizinho, se encantou pelas terras. “Ele passou pela Barra do Poti e ficou admirado com a riqueza e a beleza desse lugar”, conta a historiadora Andreia Andrade.

Foto: Poliana Oliveira/O Dia

Andreia é mestre em História e tem pesquisas aprofundadas sobre a história e o desenvolvimento de Teresina. Segundo ela, essa possibilidade de fazer prosperar, e principalmente os rios, o que levava a uma vocação fluvial, foi determinante para que a região fosse escolhida para abrigar uma nova capital. O isolamento geográfico de Oeiras, escolhida capital dentro de uma estratégia portuguesa, era uma das justificativas que reforçavam os debates sobre a mudança da administração pública para outra região. 

“A gente teve mais de cem anos de debates sobre a transferência da capital e um ponto sempre recorrente na questão da possível transferência é a questão fluvial. Nessa história, a gente tem um personagem essencial chamando José Antônio Saraiva. Quando ele assume a presidência da província do Piauí, ele percebe que tinha dois assuntos essenciais para tratar e um deles era a transferência da capital. Ele pega a legislação em torno do tema para perceber qual a perspectiva de mudança, para onde se poderia mudar e porque a capital ainda não tinha sido mudada”, detalha a historiadora.

Tendo conhecimento de uma região mais favorável do ponto de vista geográfico, Saraiva então parte de Oeiras para conhecer a Vila do Poti, onde hoje atualmente se localiza o bairro Poti Velho. A comunidade tinha uma vocação agrícola e era formada por proprietários de terra e fazendeiros. Andreia conta que, ao chegar ao local, ele percebeu que não havia como construir uma capitania ali por conta das frequentes inundações dos rios. Saraiva ver que há, segundo a legislação, possibilidades de transferir a vila. Os moradores já queriam migrar para outro lugar e ele chega como incentivador.

A vila é transferida para a região do, atualmente, Centro. Ali, no marco zero, nasceu a Vila Nova do Poti, um novo local para o desenvolvimento à beira rio. “O rio era utilizado como elemento motor da vida das pessoas. O rio era utilizado principalmente para o escoamento de mercadorias, transporte e circulação de pessoas. Era um meio de contato com outras províncias. Nesse primeiro momento, funciona como incentivador e elemento do comércio. A principal região que vai prosperar é o Centro, região entre os rios”, destaca Andreia. 

Confira a matéria completa na edição desta terça-feira do Jornal O Dia

Por: Yuri Ribeiro
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