Em protesto contra a paralisação do Transporte Eficiente de Teresina, que completa seis dias nesta segunda-feira (12), os cadeirantes da Associação dos Cadeirantes do Município de Teresina (Ascamte) realizaram uma manifestação em frente ao Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).

Desde o dia 06 de abril que as pessoas com deficiência em cadeira de rodas estão sem conseguir utilizar o serviço. Segundo a entidade, mais de duas mil pessoas fazem uso do serviço. De acordo com o presidente da Ascamte, Wilson Gomes, aos cadeirantes estão sem condições de ir ao trabalho e até consultas médicas. Ele pede providências aos órgãos responsáveis.

“Estamos à mercê de todo tipo de sorte, sem saber o que fazer. Muitas pessoas carentes não têm condições de pegar um carro de aplicativo ou táxi, sendo que essas categorias até ficam a desejar por não levarem pessoas com deficiência em seus veículos. Muitos cadeirantes que necessitam de fazer hemodiálise deixaram de fazer, correndo risco de vida, pessoas que iam ao trabalho não foram, além da continuação de tratamento médico”, disse.

^{(Foto: Reprodução)}

O presidente da Ascamte pede que a problemática seja soluciona o mais rápido possível. Ele destacou ainda que na manhã de hoje foi realizada uma reunião com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans), no qual foi sinalizada uma possível entrada de novas empresas para ocupar a operacionalização do sistema, onde há 18 empresas interessadas.

“Vamos aguardar e ver se isso realmente vai acontecer. Ainda segundo o superintendente da Strans, há uma decisão judicial que a Strans tem que pagar o que devem à empresa que operacionaliza o sistema, referente aos meses de dezembro, fevereiro e março, para que o sistema volte imediatamente a funcionar”, destacou Wilson Gomes.

O major Cláudio Pessoa, superintendente da Strans, explicou que a falta de prestação do serviço do Transporte Eficiente se deve a algumas irregularidades no que se refere à vinculação que presta serviço para com a Prefeitura de Teresina. De acordo com ele, não há um contrato formal entre os órgãos.

“Existia um contrato de 2011, mas não foi renovado. E com o novo edital, de 2014, inserindo as empresas do consórcio na prestação de serviço do transporte coletivo urbano, existia também a do Transporte Eficiente, ou seja, esse serviço deveria ser prestado pelas empresas que ganharam a concessão de 2015”, relatou.

O superintendente da Strans disse ainda que a Procuradoria e a Controladoria do Município emitiram parecer da real necessidade de suspender a prestação de serviço com a Empresa Santa Cruz e que fosse feito o chamamento de novas empresas para prestação de serviço, além da obrigatoriedade do pagamento. A solicitação dos pagamentos já foi encaminhada para a Secretaria Municipal de Finanças (Semf). Já com relação ao chamamento de novas empresas, cerca de 18 empresas já buscaram informações demonstrando interesse em participar do certame.

Amparo Sousa, presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Teresina, reforçou que não ter o serviço à disposição traz uma sensação de impotência aos usuários que necessitam do transporte.

Nesse momento, deveríamos estar discutindo era o aumento da frota do Transporte Eficiente. Queremos que o prefeito Dr. Pessoa coloque em prática o discurso de campanha que era o olhar para os mais vulneráveis, que não estamos vendo. Sem transporte, as pessoas não têm acesso a nenhum dos seus outros direitos”, completou. 

Por: Com informações da Eliezer Rodrigues, O DIA TV