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Teresina é feita por pessoas que fazem acontecer

Seu Abdias Pereira é uma dessas pessoas que vivem por aqui e que não tem medo de desafios.

15/08/2018 07:16

Uma cidade nada seria se não fosse sua gente. São as pessoas e a forma como elas se relacionam com o meio que contribuem para o desenvolvimento de um município. Neste ano, para celebrar os 166 anos de Teresina, o Jornal O DIA aborda três elementos que ajudaram a constituir a cidade ao longo do tempo: o verde, os rios e o povo. Depois de uma matéria sobre o verde e o processo de urbanização, e de abordar a relação do rio com as pessoas, hoje o espaço é aberto para falar sobre as pessoas, aquelas que fazem acontecer. 

Foto: Poliana Oliveira/O Dia

Seu Abdias Pereira é uma dessas pessoas que vivem por aqui e que não tem medo de desafios. No dia a dia, de longe ele se destaca entra os demais agentes de limpeza. Aos 63 anos, chama atenção pelo seu 1,30m de altura, que não chega nem perto de medir o empenho com o qual ele executa seu trabalho. O ritmo ágil e inquieto que impressiona quem o conhece é o mesmo há 29 anos. Seu Abdias é hoje o mais antigo agente de limpeza em atuação na capital piauiense. Pelas suas mãos também passa a história da cidade.

A vontade incansável de trabalhar, Seu Abdias herdou do pai. Trabalhando desde cedo, chegou a Teresina jovem e viu a cidade se desenvolver junto com a sua própria trajetória. Ele, literalmente, ajudou a construir a Capital. Assim que por aqui chegou, começou a trabalhar na construção civil. Anos depois, passou a zelar as vias através do seu trabalho como agente de limpeza. A dedicação com que trabalha até hoje vem também da paixão pela cidade. 


Seu 1,30 de altura não chega nem perto de medir o empenho com o qual Abdias executa seu trabalho. (Foto: Poliana Oliveira)

“Quando eu cheguei, Teresina era pequena, não era grande como hoje não. Teresina hoje está dando pra lá de 72 léguas de cidade. Do Centro eu lembro que era bem pequeno. Toda a vida eu me coloquei a serviço da cidade. E eu tenho gosto, isso aqui eu tenho gosto. Gosto de morar aqui em Teresina e de cuidar da cidade. Não penso de sair da Capital e nem penso em sair do meu emprego, vou continuar aqui”, comenta ele. 

Seu Abdias tem a consciência que ajudou a construir a história de Teresina e comenta que isso é motivo de orgulho. Depois de muito ver a cidade maltratada pelas pessoas, hoje, ele avalia que os teresinenses têm cuidado mais do lugar onde moram. “Me orgulho de ver a cidade como ela é hoje. A cidade hoje está limpa e a nossa cidade é uma cidade bonita. É uma menina moça. As pessoas estão tendo cuidado depois de uns anos pra cá. De primeiro, poluíam demais, agora as pessoas estão mais conscientes. A gente tem que fazer pela gente”, conclui. 

Sonho tirado do papel

Os rios funcionam como elemento motor da vida de muitos teresinenses. No caso do Seu Paulo Afonso Pereira da Silva, não foi diferente. As águas que por aqui circulam o impulsionaram a realizar um sonho: a construção de um barco. O desafio não parava aí, depois de feito, ele queria levar a embarcação até o mar por canais fluviais. Incansável, conseguiu cumprir seus objetivos em uma missão nada fácil. 

Seu Paulo Afonso se lembra de uma forma muito afetiva da infância. Sempre teve uma relação próxima com o rio, desde quando andava de canoa e tomava banho nas águas; na época, na cidade de Barras. Anos mais tarde, suas memórias o transportam para o período em que costumava observar, já em Teresina, os barqueiros no leito do Rio Parnaíba. O olhar curioso observava como eles construíam barcos rústicos para fazer travessias. 

Depois de uma estadia em Manaus, onde pode se aproximar ainda mais do universo dos barcos. Seu Paulo volta a Teresina ainda mais instigado. Ele colecionava recortes que tratavam sobre embarcações e lia com atenção revistas sobre o assunto. Foi em meados dos anos 1990 que decidiu de fato que tiraria o sonho do papel. Procurou entender sobre navegação e, como queria velejar, sobre barco à vela, antes de executar um plano de construção que adquiriu de um designer naval. 

“Vi que tinha um cara que tinha um escritório de design naval e ele fazia uns catálogos. Procurei o modelo à vela mais simples que ele tinha, mas que tinha todos os equipamentos mínimos. Comprei o projeto e fui fazer, foi o primeiro barco que eu fiz. Fiz em casa durante um ano nas horas vagas e no fim de semana. Era uma dificuldade porque não achava nada para comprar, até comprar fora era difícil”, conta. 

Confira a matéria completa na edição desta quarta-feira do Jornal O Dia.

Por: Yuri Ribeiro
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