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Servidores do HU entram em greve e serviços são afetados em Teresina

O Hospital de Teresina aderiu ao movimento nacional que protesta contra baixos salários e jornada de trabalho

13/05/2021 11:09

Os servidores do Hospital Universitário (HU), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), entraram em greve na manhã desta quinta-feira, 13, a paralisação foi acordada em assembleia e segue mobilização nacional. No Brasil, parte dos profissionais que atuam em hospitais geridos pela EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) aderiram ao movimento. Em Teresina, os funcionários estão em manifestação em frente ao ambulatório do Hospital Universitário (HU), seguindo todos os protocolos sanitários para contenção da Covid-19.

Os trabalhadores reivindicam por permanência de direitos como: insalubridade do vencimento base e contra a protelação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da convenção. “A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (ERBRH) que administra hospitais universitários e está protelando o acordo coletivo de trabalho e retirando direitos em meio a pandemia, por tudo isso a Confederação resolver deflagrar greve”, disse Francisco Santana, técnico em enfermagem e organizador do comando de greve no Piauí.

Santana explica que no Piauí, não há reclamações contra a gestão local, a greve é de cunho nacional, pois em alguns Estados está faltando insumos, medicações e até material de segurança.“O Piauí ainda está em uma condição confortável, a gestão local está conseguindo administrar o hospital. No Brasil, tem 20 estados com esse mesmo movimento grevista e por tempo indeterminado”, afirma Francisco Santana.


(Foto: Francisco Santana/ Reprodução)

Atendimento no HU

Segundo Santana, o atendimento para pacientes em tratamento de Covid-19 em Teresina, continua funcionando 100%, assim como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Já no Centro Cirúrgico, apenas estão sendo realizadas cirurgias eletivas. “O ambulatório está sem consultas e os setores de internação está funcionando 30%, respeitando a lei da greve”, conta Santana.

Já o HU-UFPI informou que a direção da unidade hospitalar está realizando um levantamento sobre a adesão ao movimento e, caso seja necessário, informará à população sobre os possíveis impactos.

Outro lado

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), esclareceu ao PortalODia.com, em nota, que foi surpreendida com a comunicação proferida pelas entidades sindicais de deflagração de greve durante a pandemia e processo de negociação.

“As conversas não foram encerradas e o processo de Mediação e Conciliação Pré-Processual PMPP nº 1000116-32.2021.5.00.0000 segue em curso no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A surpresa se deve principalmente pelo fato de que, dentro do processo de mediação, foi acordado entre todas as partes envolvidas um prazo até a próxima quinta-feira (20) para que a estatal envie uma nova proposta”, diz Ebserh.

Além disso, a Ebserh informa que, por ser uma estatal dependente da União, todas as propostas que apresenta envolvem recursos orçamentários, inclusive as que se referem ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2020/2021, e demandam aprovação externa, o que, tem estendido o processo de negociação para além do tempo desejado.


(Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

“Ainda é importante ressaltar que a proposta apresentada pela empresa mantém todas as cláusulas sociais do ACT vigente. A única mudança será na base de cálculo do adicional de insalubridade, a fim de adequá-la à CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), regime adotado na estatal, e ao que já é pago por todos os demais hospitais do país, sejam eles públicos ou privados’, afirma Ebserh.

A empresa explica que a ação mantém o pagamento do adicional de insalubridade, mas adapta a base de cálculo, sendo pago em cima do salário mínimo, e não mais sobre o salário-base. Está mudança no cálculo só acontecerá ao fim da pandemia.

“Com a adequação, será possível ainda conceder aumentos em outros benefícios. A última proposta, por exemplo, previa o aumento fixo de R$ 500 na tabela salarial para todos os empregados Ebserh, independentemente do cargo ou do adicional de insalubridade. A estatal por fim reforça que não tem medido esforços para buscar as melhores condições possíveis para os trabalhadores da empresa”, pontua.

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