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Psicóloga dá dicas para controlar a ansiedade no Enem

O Enem é o exame que garante a entrada de centenas de estudantes em universidades de todo o Brasil, e, sem dúvida, é motivo de tirar o sono de muitos deles. Por isso, manter a calma neste momento é fundamental para ter um bom resultado

16/01/2021 10:10

A psicóloga Catharine Muller dá algumas orientações para os estudantes que vão realizar as provas do Enem. “A ansiedade em relação ao Enem, especialmente este ano, aumentou entre os estudantes. O cenário que estão vivendo desde março é totalmente instável. Os candidatos do Enem já estavam com aquela certeza que em novembro estariam realizando as provas, mas toda essa expectativa foi quebrada e transformada em frustração, inclusive porque o ensino passou a ser remoto, passando mais tempo em frente às telas, o que reflete na ansiedade, como apontam estudos”, disse.


Foto: Assis Fernandes/ODIA

Para aliviar essa tensão e ansiedade, Catharine Muller indica que o candidato pratique alguma atividade ao ar livre, de forma segura e mantendo o distanciamento. Outra dica é teR mais interação com amigos, ainda que de forma online. Ela reforça que o contato social ajuda o aluno a desopilar e a focar em outros temas que fujam de estudos.

“É preciso sair um pouco desse cenário de autocobrança e de estudos excessivos. Muitas pessoas passaram a conviver mais com seus familiares e, com isso, as relações foram ficando mais conflituosas, e isso também pode prejudicar a capacidade de atenção, memorização e retenção de conteúdos que são importantes para o Enem e para o desempenho desse aluno”, enfatiza a psicóloga.

Por isso, a melhor forma de controlar a ansiedade, segundo a psicóloga, é fechar um pouco os livros e dividir esse foco com outras atividades, como assistir um filme, ouvir música, e tirar um tempo para respirar e não pensar no exame e nos estudos.

Culpabilização

Outra dica muito importante e que os candidatos precisam ter em mente é que, caso não sejam aprovados no Exame, não devem deixar que isso afete suas vidas e rotinas de estudo. A psicóloga Catharine Muller lembra que o Enem deve ser visto como uma prova e não como uma sentença.

“Se você não passa naquele ano, é importante que identifique em quais disciplinas precisa focar mais para melhorar a performance de estudos. Essa prova vai acontecer no outro ano, então é um momento de parar para olhar no que pode melhorar e não desistir só porque não teve êxito. Existem muitos cursos que são considerados mais difíceis e exigem mais dos alunos, por isso que dificilmente se conseguirá em um primeiro instante”, pondera.

Como planejar a ida ao local de prova

Muitos candidatos optaram por realizar as provas do Enem de maneira presencial, o que aumenta ainda mais a ansiedade e o nervosismo. Isso porque estamos passando por um momento delicado devido à pandemia do novo coronavírus, no qual muitas pessoas ainda se mantêm em isolamento social.

Sair de casa não é tarefa fácil, mas isso pode ser contornado com alguns cuidados simples, como o uso de máscaras, lavar as mãos com álcool gel e evitar contato com outras pessoas. Para quem vai até o local de prova utilizando transporte público, a dica é checar o horário correto do ônibus, a rota que ele fará e chegar no ponto de ônibus com bastante antecedência para evitar contratempo.

Foto: Arquivo/ODIA

Se for de carro, a dica é evitar vias que estejam mais congestionadas e optar por trechos alternativos. E para quem está se mantendo em isolamento social e não deseja utilizar o transporte público ou motorista de aplicativo, a sugestão é conversar com algum parente próximo, e que também esteja seguindo o distanciamento social, e pedir que lhe leve até o local de prova. É importante também levar mais máscaras, para que seja feita a troca a cada duas horas, como recomendam as organizações de saúde.

Resolver questões na ordem em que aparecem pode diminuir a nota

Resolver a prova do Enem na ordem, da primeira até a última questão, pode diminuir a nota dos alunos, é o que afirma um grupo de especialistas em questões relacionada ao Exame. O educador Mateus Prado, o professor Ivys Urquiza e o engenheiro de computação Murilo Vasconcelos analisaram os dados de várias edições do exame para demonstrar como que a posição de uma questão na prova influencia qual vai ser a dificuldade dela para cada aluno.

Cada questão aparece em quatro posições diferentes, uma em cada uma das quatro cores de prova que os alunos recebem. Um dos exemplos que deixa evidente a diferença de acertos é uma questão da prova de Linguagens do Enem de 2019, que falava de aranhas e do Homem Aranha. Na prova em que a questão estava na posição 12 teve acerto de 35,72%, na prova em que estava na posição 26 teve 20,04% de acertos, na prova em que estava na posição 34 teve 18,88% de acertos e na prova em que estava como questão 42 teve 19,07% de acertos.

Na prova de Linguagens foi onde o grupo encontrou maior diferença entre a porcentagem de acertos quando as questões aparecem nas primeiras posições na prova e o quando aparece entre as últimas questões, mas a regra de que quando as questões estão nas últimas posições na prova elas têm menor probabilidade de acertos acontece também nas outras três provas objetivas do Enem.

A primeira questão de Matemática do Enem 2019, prova azul, mostra isto com muita clareza. A questão era extremamente fácil, falava de uma maneira de representar quantidades dos Incas e pedia para o aluno assinalar qual era o número que estava representado em duas cordas.

Quando apareceu como primeira questão, na prova azul, foi acertada por 65,40% das pessoas que fizeram o exame. Na cor de prova em que foi a questão 8, a porcentagem de acertos já desceu para 58,19%. Na posição 37, apenas 45,99% dos alunos acertaram a mesma questão e na posição 42, apenas 44,09% das pessoas acertaram a questão. Os números demonstraram que quase 50% de pessoas a mais acertaram esta questão por ela ser a primeira da prova e não uma das últimas.

O educador Mateus Prado lembra que se for para errar, é bem melhor errar as questões que menos pessoas acertam já que são as mais fáceis e as médias aquelas que estamos todos proibidos de errar no Enem. Prado afirma que “é fundamental que o aluno, antes do exame, conheça muito bem os dados e que conheça as particularidades da prova.

Para fazer o Enem, é preciso ter uma estratégia baseada em como que é o percurso da prova e em como que ele foi percorrido por quem já o fez antes. Nisto podemos comparar o Enem à Fórmula 1 ou com um rally, quem conhece melhor o circuito vai melhor na prova”.

"Mas não vejo problema em ler o tema, anotar as primeiras ideias e deixar a cabeça trabalhar um pouco o amadurecimento dele enquanto se resolve algumas questões objetivas. Para definir o melhor método, a minha dica é treinar estratégias diferentes em simulados e, se isso já foi feito e definido, o ideal é não mudar de estratégia no dia da prova, pois isso pode provocar ansiedade e prejudicar o desempenho", explica Fabiula Neubern, coordenadora de Redação.

Estudantes devem optar por lanches leves no dia do Exame, orienta nutricionista

Com a chegada do Enem, muitos estudantes acabam sofrendo com a ansiedade pré-prova, o que afeta o sistema emocional e fisiólogo dos candidatos. Por isso, para amenizar esses sintomas, os estudantes devem optar por uma alimentação adequada no dia da prova.

A nutricionista Vanessa Campelo recomenda que, nos dias que antecedem as provas, a alimentação dos candidatos deve ser rica em carboidratos de baixo índice glicêmico, pois são uma boa fonte de energia e combustível para o cérebro. Por levarem mais tempo para serem digeridos e não elevarem os níveis de açúcar no sangue, eles ajudam a manter a energia até a hora da prova. Além disso, também aumentam a concentração e memória.

“Alimentos como cenoura crua, brócolis, espinafre, alface, tomate, nozes, batata doce e arroz integral são exemplos de alimentos que controlam a glicemia. Os candidatos devem preferir os alimentos integrais, que são ricos em fibras e melhoram a saciedade, além de regular o trânsito intestinal. Procure não fugir muito da sua rotina, buscando sempre refeições leves e balanceadas, bem como evitar os fast food na semana do exame”, ressalta.

A especialista acrescenta ainda que, no dia da prova, os candidatos devem fugir das guloseimas, optando por levarem frutas e/ou oleaginosas sem exageros. Deve-se também ev itar refeições mais pesadas, pois ex igem mais energia para digestão, provocando mais sonolência, o que prejudica a concentração, leitura e interpretação das questões, além de retardar o esvaziamento gástrico.

“É importante também evitar alimentos muito salgados, que aumentem a sede. Quanto às barras de cereal e chocolates, preferir as que contenham chocolate 70% cacau, pois são bons estimulantes”, disse.

Vanessa Campelo reforça que os candidatos devem se preocupar também com a ingestão de líquidos. Mais do que levar um banquete no dia do exame, preocupe-se com a hidratação. A orientação é levar garrafas com 1 litro ou duas garradas de 500 ml, evitando sair para encher novamente. Cuidado também ao exagerar, pois irá aumentar o número de saídas ao banheiro, atrapalhando a concentração e fazendo o candidato perder tempo, vez que cada minuto é precioso nessa hora.

Por: Isabela Lopes
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