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Projeto busca financiamento para adaptar casas de idosos da zona Norte

"œCaindo de maduro só fruta" está há dois anos desenvolvendo rodas de conversas com idosos e agora pretende estender suas ações na região

10/04/2017 08:57

O projeto “Caindo de maduro só fruta” está há dois anos desenvolvendo rodas de conversas com idosos, na Unidade Básica de Saúde do bairro Poti Velho, para ajudá-los a prevenir quedas. Os organizadores do projeto, no entanto, estão com o objetivo de estender a ação a mais duas etapas para auxiliar na prevenção de quedas. Uma é levar a discussão para a sociedade como um todo; e a outra, que para eles é primordial, é conseguir financiamento para adaptar as casas de famílias que não são apropriadas para idosos. 

(Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
A enfermeira da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Nancy Loyola, explica que as adaptações são essenciais para o idoso viver em um ambiente adequado às suas demandas. “Queremos levar a discussão para a Câmara e para toda a sociedade de Teresina. Já estamos providenciando a promoção de um debate com toda a sociedade para refletirmos a respeito de que cidade nós estamos construindo para um país que está envelhecendo. O nosso outro objetivo e para mim, esse é o maior, é conseguirmos uma ajuda de uma empresa, banco ou qualquer entidade de financiamento para que as famílias possam adaptar suas casas para o idoso. A gente visitou 30 domicílios e todos eles estão irregulares, têm batente, piso liso, sanitário baixo, calçada alta, quintal cheios de buracos. Conseguir a readaptação dessas casas para beneficiar os idosos do nosso projeto será uma grande conquista”, enfatiza a enfermeira. 

Outras ações 
Na UBS, que atende cerca de 30 idosos dos bairros Poti Velho, Alto Alegre e Mafrense II, o projeto acontece uma vez por mês (e a cada dois meses nos períodos não-chuvosos) e é realizado através de reuniões com idosos e seus cuidadores, com orientações para organizar a casa e cuidados para não só evitar as quedas como também minimizar seus efeitos. Além disso, são abordados temas como direito do idoso, alimentação saudável e outros. 
A fisioterapeuta Yatamires Aguiar reforça que o projeto é de extrema importância para a sociedade e chama atenção para as necessidades dos idosos. “O idoso tem déficit auditivo, então ele não escuta bem um carro ou uma moto se aproximando; tem déficit visual, o que dificulta ele ver o obstáculo; tem dificuldade em sentir a profundidade do chão; caminha por meio de uma marcha lenta e arrastada, em um trânsito confuso onde os veículos não os respeitam, dentre várias outras questões. Então, em um bairro como o Poti Velho, uma comunidade bem antiga que tem um percentual de idosos muito grande, esse projeto é de extrema importância. Ele está trazendo o idoso para o posto, para que eles conheçam ações de educação e saúde. E ainda alerta que é possível prevenir quedas. Tudo isso promovendo a interação social deles”, destaca. 
A idosa Maria de Jesus tem 64 anos e participa do projeto há cinco meses. Ela diz que aprende bastante através das rodas de conversa. “O projeto é muito bom, porque nos ajuda a se prevenir dos problemas. Ele fala, por exemplo, para a gente ter cuidado com o tipo de calçado que a gente vai usar, porque os problemas começam nos pés”, ressalta. 
Mais sobre o projeto “Caindo de maduro só fruta” 
O projeto “Caindo de maduro só fruta” visa trabalhar a independência da pessoa idosa através de orientações para evitar a incidência de quedas. Ele surgiu em maio de 2015, através da iniciativa de um grupo de profissionais da saúde que, vendo a quantidade de problemas oriundos de quedas por parte do idoso, procurou desenvolver uma ação para reduzir essa problemática. 
 “Ele [o projeto] nasceu despois que vários agentes de saúde disseram que as idosas estavam caindo nesse período chuvoso. Descobrimos que, no Piauí, a principal causa de hospitalização e de morte do idoso é a queda. Sentamos para saber o que poderíamos fazer, qual projeto poderíamos desenvolver para ajudá-los. E estávamos sentados aqui nessa oca quando uma fruta caiu e a gente se perguntou: ‘quem que a gente quer que caia? Queremos que a fruta caia, e madura; o idoso, a gente quer de pé, saudável e caminhando. Foi assim que surgiu a ideia”, conta a enfermeira Nancy. 
Com quase dois anos de funcionamento, o projeto “Caindo de maduro só fruta” foi destaque durante a quarta edição do Mapeamento de Experiências Exitosas de Gestão Pública no Campo do Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, realizado ano passado. Ele foi escolhido como uma das 14 experiências escolhidas para apresentação, resultado de uma avaliação por diversas instituições ligadas à área de saúde do idoso e envelhecimento em todo o Brasil
Edição: Virgiane Passos
Por: Karoll Oliveira
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