No Dia de Finados, 2 de novembro,
dezenas de famílias
lotam os cemitérios para visitar
os jazigos de seus entes
queridos e acender velas em
sua homenagem. A tradição
faz com que as fábricas que
produzem velas aumentem em
50% sua produção, sendo que
este número atinge seu pico
no mês de setembro, quando a
procura já começa a aumentar.
De acordo com Kelson de
Sousa, gerente de produção de
uma fábrica na zona Norte de
Teresina, no período normal,
o estabelecimento fabrica 170
toneladas de velas; com o Dia
de Finados, o número salta
para 330 toneladas. A produção inicia no final de agosto,
já que a fábrica também distribui
para as regiões Norte e
Nordeste. “O Dia de Finados
é considerado o nosso Natal”,
informa.
Velas "palito" e de sete dias são as mais procuradas para o Dia de Finados (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
O produto mais procurado
são as velas comuns, chamadas
de “palito”. Em seguida, como
mais buscadas, vêm as velas litúrgicas,
que duram sete dias.
Além disso, o produto também
é feito com diversas cores,
o que é um atrativo para
o período de Finados, como
afirma Kelson.
Contudo, segundo a proprietária
da fábrica, Mônica
Diniz, na semana do Dia de Finados,
a produção já diminui
porque as lojas já estão abastecidas.
“A gente conseguiu passar
o ano passado em questão
de vendas e consideramos isso
positivo”, revela.
Mercado
O preço médio de uma caixa
com 25 pacotes de velas é de
R$ 35, mas devido à variedade de tamanhos, o preço oscila
entre R$ 12 e R$ 60. “Esse período
de Finados é o que aquece
nosso seguimento de velas.
Todo ano tem esse aquecimento,
e aí a gente programa uma
quantidade que seja suficiente”,
explica o gerente Kelson.
Ele acrescenta que, devido à
demanda, até o quadro de funcionários
da fábrica aumenta
e o número de contratações
temporárias sobe 25% para
atender à produção. O processo
de produção é simples,
onde a matéria-prima da vela,
a parafina, é aquecida, colocada
em máquinas no estado
líquido e depois passa pelo
processo de solidificação.
Tradição católica
Este hábito de acender vela
para os mortos é uma tradição católica. Segundo a crença, o ato de acender a vela
serve para iluminar o caminho
do falecido. No dia 2 de
novembro, se celebra o Dia
de Finados, uma data católica
que ganhou força a partir do
ano 998 d.C., introduzido por
Santo Odilon, na França. Ele
determinou que os monges
rezassem por todos os mortos,
conhecidos e desconhecidos,
religiosos ou leigos.
Venda antecipada de coroas de flores está abaixo do esperado
A venda antecipada de coroas
de flores para o Dia de
Finados está abaixo do esperado
pelos floristas este ano.
As barracas vendendo velas,
coroas de flores, jarros e outros
artigos já começaram a
ser instaladas na frente dos cemitérios,
mas a procura ainda
está pouca se comparada com
o ano passado.
Vendedores já estão com barracas armadas nas proximidades dos cemitérios (Foto: Moura Alves/ O Dia)
O vendedor Antônio Sousa,
que sempre sustentou a família vendendo flores e lanches
nos cemitérios, conta que geralmente
vende muitas coroas
de flores antes do feriado e
chega a uma média de 500 coroas
vendidas no total.
“No ano passado, uma semana
antes, eu já tinha vendido
tudo que produzi inicialmente
e já estava era fazendo mais
para o dia do feriado mesmo.
Mas esse ano, a mercadoria
continua do mesmo jeito. Foram
pouquíssimas saídas. A
expectativa é que no Dia dos
Finados a demanda aumente.
Geralmente, vendo 500 coroas,
mas esse ano, já sei que
não vou vender e, por isso,
produzi pouco, com uma mé-
dia de 200 coroas”, afirma.
Segundo Antônio, o local,
uma barraca em frente ao
cemitério São Judas Tadeu,
na zona Leste de Teresina, é
bem visado e facilita as vendas.
“Aqui é entrada e saída da
Capital, muitas pessoas que
chegam de outros municípios
passam para comprar antes do
dia, para evitar estresse”, frisa.
Preços
O preço das coroas de flores,
que são as mais procuradas pelos
familiares, varia de R$ 20 a
R$ 40. Depois das coroas, os
vasos de flores são o que mais
saem, de acordo com a vendedora
Fátima Rodrigues, que
trabalha em uma floricultura.
“Acho que por conta do preço,
eles saem muito. Custam em
média R$ 15”, declara.
O mais caro, explica Fátima,
trata-se dos arranjos de flores
naturais, que custam em mé-
dia R$ 200. Ela explica que,
assim como seu Antônio, começa
a se preparar com duas
semanas de antecedência, fazendo
pedidos para o estado
de São Paulo. As vendas geralmente
aumentam em 80%
no período, porém, esse ano,
a procura prévia não foi tão
satisfatória. Fátima também
aposta no aumento das vendas
no Dia de Finados.
“Nessas duas semanas antes
do Dia dos Finados, as pessoas
já começam a ligar para reservar
ou saber das variedades,
mas ainda não foi tão intenso.
Como o feriado caiu no meio
da semana, acredito que a procura
é menor devido a isso,
porque eles viajam. Quando
cai no final de semana, sempre
é bom”, comenta.
Edição: Virgiane PassosPor: Karoll Oliveira