Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Preço do botijão de gás aumenta, mas distribuidoras "˜seguram"™ o valor

A questão é que esses aumentos periódicos, eventualmente, acabam chegando à casa dos teresinenses, bem como aos estabelecimentos comerciais.

13/02/2019 08:33

O preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) - o conhecido gás de cozinha - nas refinarias da Petrobras, o valor permanece inalterado em Teresina até o momento. Distribuidoras consultadas pelo Jornal O DIA informaram que, apesar do aumento nas refinarias, o reajuste não foi repassado para o consumidor final. O valor do botijão de gás de 13 kg oscila, nos diversos pontos de revenda da Capital, entre R$ 65 e R$ 80 (este último valor é cobrado, em um determinado estabelecimento, para compras feitas com cartão de crédito). Segundo informado à reportagem em uma dessas distribuidoras, a decisão de aumentar o valor, ou não, fica a cargo de cada empresa.

A questão é que esses aumentos periódicos, eventualmente, acabam chegando à casa dos teresinenses, bem como aos estabelecimentos comerciais. Para quem trabalha no setor de alimentação, a situação é ainda mais complicada, já que o repasse desse aumento pode acarretar prejuízos.

No Mercado da Piçarra, na zona Sul de Teresina, a cozinheira Maria Aline trabalha acompanhando a mãe no ponto de venda de comidas há mais de 10 anos. O negócio de família foi herdado da avó de Maria. De acordo com ela, o aumento do gás acaba prejudicando o faturamento. “Fica um tanto difícil, porque, às vezes, o comércio não está muito bem, têm as quedas do comércio no geral. Isso influencia muito. No meu caso, toda semana tenho que comprar gás, seja para um fogão ou outro, já que tenho dois aparelhos. Fica complicado ter essa renda pra fazer essa troca toda semana”, pontua.


Maria Aline diz que, para não perder clientes, não repassa o gasto com o botijão de gás. Foto: Assis Fernandes/ODIA

O aumento gera outra dificuldade, que é repassar o reajuste para a clientela. Segundo Maria Aline, ela acaba tendo que segurar o valor para não perder os clientes. “Estamos na crise, se a gente faz um aumento, muita gente não aceita e vai buscar um local mais em conta”, completa.

Esta é a dificuldade também constatada por Maria Paixão, que trabalha no ramo da alimentação há 34 anos, sendo 26 deles no Mercado da Piçarra. Ela conta que precisa repor quatro botijões por semana, o que gera um custo semanal que varia entre R$ 260 e R$ 300, a depender do local onde é adquirido o produto.

“Em uma crise dessas, se a gente aumentar o valor da comida, a pessoa não vem comprar. A gente tem que ir empurrando com a barriga, porque não dá pra repassar o valor. Se aumentarmos o preço da comida, os clientes se afastam”, assinala.

Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), o preço médio do gás de cozinha no país variou entre R$ 63,53 (dez/2017) e R$ 69,35 (dez/2018).

Edição: Virgiane Passos
Por: Ananda Oliveira
Mais sobre: