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Permissionários do Mercado do Dirceu II reclamam de abandono e falta de estrutura

Comerciantes que trabalham no Mercado do Dirceu II há 20 anos afirmam que nunca foram realizadas reformas no local

04/11/2021 12:33

Em Teresina, muitas famílias tiram o seu sustento diário através do comércio, como é o caso de diversos permissionários que trabalham no mercado do Dirceu II, um dos bairros mais populosos da capital. O local está marcado pelo abandono e falta de estrutura e os comerciantes afirmam não se sentirem seguros no mercado, que encontra-se cada vez mais precário. 

O mercado do Dirceu II enfrenta problemas de falta de estrutura e segurança. (Foto: Assis Fernandes/O DIA)

Há 20 anos, Ana Maria Alves trabalha com a venda de peixe no mercado. A comerciante conta ao PortalODia.com que durante todo esse período nunca foram realizadas reformas e que após a pandemia, a precariedade ficou ainda pior. 

“Estamos à míngua. Quando chove, fica tudo alagado, vira uma calamidade e as pessoas se sujam de lama. O mercado está terrível e depois da pandemia piorou muito. Trabalho aqui há 20 anos e todo esse tempo nunca teve a reforma que é necessária aqui. Se a gente quiser alguma mudança, nós mesmos temos que fazer”, explica Ana Maria.

Ana Maria trabalha no local há 20 anos. (Foto: Assis Fernandes/O DIA)

A permissionária comenta ainda sobre a falta de segurança no local, que ano após ano, vem assolando os comerciantes e consumidores no mercado do Dirceu II. “Houve um arrastão há um mês atrás, eu não estava aqui, então não fui assaltada. Mas roubaram os funcionários que estavam trabalhando e os clientes também. Todos nos sentimos inseguros aqui, não tem segurança”, pontua.

Comerciantes afirmam não se sentirem seguros no mercado, que encontra-se cada vez mais precário. (Foto: Assis Fernandes/O DIA)

A insegurança aliada a má estrutura e falta de limpeza do local, faz com que as vendas caiam cada vez mais. Segundo o comerciante Antônio Elias, que vende carne no local há mais de 20 anos, o movimento de pessoas diminuiu bastante. “Atualmente as vendas estão fracas, aqui está abandonado, falta limpeza e segurança. Tudo está precário e mal-zelado. Nos sentimos amedrontados, pois não tem segurança e nem policiamento”, afirma Antônio. 

Antônio Elias conta que as vendas vem caindo cada vez mais. (Foto: Assis Fernandes/O DIA)

O abandono em que o local encontra-se complica o dia-a-dia de muitas famílias, que precisam tirar o seu sustento através das vendas. De acordo com Giordana Araújo, dona de um pequeno comércio no mercado, o funcionamento dos estabelecimentos chega a ser reduzido no horário da tarde, por conta da falta de segurança. "Eu percebo que a partir das 11 h da manhã, os comerciantes já começam a fechar e ir para casa. A tarde aqui praticamente não funciona e fica perigoso, pois acaba ficando vago”, observa a permissionária. 

Giordana Araújo conta que o mercado do Dirceu II não é atrativo para as pessoas. (Foto: Assis Fernandes/ O DIA)

Giordana comenta que o mercado não é atrativo para as pessoas, seja devido a sujeira ou insegurança, os clientes não se sentem à vontade no local. “A questão da estrutura e da limpeza influencia muito. As pessoas geralmente vem quando falta alguma coisinha em casa e para não ir em um supermercado, elas optam por vir aqui, mas não se sentem seguras e nem cômodas”, acrescenta. 

Ao PortalODia.com, os consumidores afirmam que é preciso melhorar muitas questões no mercado do Dirceu II. Para eles, é necessário ir muito além de uma simples reforma. “Aqui não me sinto segura, vim só para comprar um arroz que estava precisando. Mas aqui falta limpeza e segurança. Ninguém se sente confortável no local”, relata a cliente Graça Chaves ao ir fazer compras no mercado. 

O local enfrenta problemas de alagamento quando chove. (Foto: Assis Fernandes/O DIA)


Procurada para mais esclarecimentos, a Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas (SAAD) Sudeste afirma que já está sendo elaborado um projeto de reforma para o mercado do Dirceu II e que o orçamento está sendo verificado. 

“Nós já temos uma ementa e estamos elaborando o projeto de reforma. Estamos verificando o orçamento para saber o que dá para fazer. Mas irá envolver melhorias estruturais, acessibilidade, melhorias na instalação elétrica e a questão dos banheiros”, confirma Lísia Gomes, assessora da SAAD Sudeste. 

Edição: Ithyara Borges
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