Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Mesmo com baixa procura, artesãos apostam em brinquedos artesanais

Casal tira seu sustento da venda de casinhas de madeira no balão da Avenida Presidente Kennedy com a João XXIII

20/12/2021 09:54

Fabricados totalmente de forma manual, os brinquedos artesanais chegam a levar dias para serem confeccionados. Há quase 15 anos, Francisca Pereira da Silva (47) vende casinhas de madeira no balão da Avenida Presidente Kennedy com a João XXIII, na zona Leste de Teresina. Ela e o esposo produzem as casinhas uma a uma. Um trabalho que requer muita dedicação e amor.


Todos os dias, eles saem do bairro Pedra Mole e seguem em direção ao balão, ponto de venda do casal desde 2007. Em anos anteriores, sem a pandemia da Covid-19, a procura até era bastante satisfatória, mas, com a chegada da doença e da crise econômica, as vendas caíram drasticamente.


Foto: Assis Fernandes/ODIA

Somado a isso, os brinquedos ainda estão sendo deixados de lado devido aos equipamentos eletrônicos. Cada vez mais conectadas e ligadas à tecnologia, as crianças perdem horas em frente a jogos, celulares e tablets.

“Eu acho que esses brinquedos tradicionais estão se perdendo ao longo do tempo. As crianças só querem saber da tecnologia. Mas tem muita mãe que não deixa e ainda incentiva o filho a brincar com esses brinquedos artesanais. Tem muita mãe que ainda compra casinha e diz que só deixa as filhas brincarem se for assim, sem tecnologia. Mas eu acho que, daqui uns dias, as crianças nem vão querer mais brincar com esses brinquedos da nossa época”, diz Francisca Pereira.

Foto: Assis Fernandes/ODIA 

Mas, enquanto este dia não chega, ela e o esposo seguem produzindo as casinhas. Afinal, é da venda desses brinquedos que vem o sustento do casal e da filha. “As vendas estão cada dia mais fracas e a nossa renda vem só daqui. Estamos há mais de uma semana sem vender nada. Quando não vende, ficamos sem dinheiro, aí nos viramos como podemos. As coisas estão cada vez mais caras, mas mesmo assim não subimos os valores das casinhas, porque senão as pessoas não compram”, revela, destacando que o modelo pequeno custa R$150 e o grande R$180.

Mais sobre: