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Médicos de Teresina deixam de atender consultas por 24 horas

A ação faz parte do movimento de paralisação que acontece hoje nos hospitais do Município. Categoria pede valorização e concurso público.

02/05/2018 09:55

Os médicos dos hospitais municipais de Teresina estão paralisando suas atividades nesta quarta-feira (02) em protesto pela valorização da categoria e realização de concurso público para contratação de novos profissionais que possam atender a demanda de atendimentos. Em razão disso, somente os casos de urgência de emergência serão atendidos no dia de hoje, estando suspensos todos os atendimento eletivos, ou seja, as consultas pré-agendadas.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos Municipais, Samuel Rego, os médicos de Teresina estão há três anos sem receber reajuste, apesar da campanha salarial que é feita anualmente. Outro ponto que ele destaca diz respeito à infraestrutura dos hospitais e ao efetivo de profissionais trabalhando nas unidades.


Foto: Arquivo O Dia

“O sindicato tem fiscalizado os hospitais e tem constatado situações de trabalho ruins, como médicos plantonistas que atendem até 150 pacientes em um plantão e por causa desta alta demanda não conseguem desempenhar suas funções conforme o esperado. Temos observado, por exemplo, situações como a do Hospital do Promorar, que abriga a UPA [Unidade de Pronto Atendimento]: são dois CNPJ’s diferentes e os médicos são reaproveitados de um serviço para o outro”, explica Samuel.

Atualmente, Teresina conta com aproximadamente mil médicos atuando na rede pública, desde a atenção básica até o Hospital de Urgências (HUT). Apesar do número, a demanda, segundo o sindicato, é muito maior, o que resulta na sobrecarga do profissional. Amanhã, os atendimentos devem ser normalizados, mas a categoria fará nova assembleia na próxima terça-feira (08) para deliberarar sobre os rumos do movimento e a possibilidade de greve.

O outro lado

Procurada, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que já tem conhecimento da paralisação dos médicos e que a principal reivindicação da categoria, o reajuste salarial, está sendo discutido. Por meio de nota, o órgão explicou que tem 1.172 médicos efetivos em seu quadro de servidores e que o plano de cargos, carreiras e salários da categoria está sendo cumprido. 

Segundo a FMS, a terceira etapa do plano foi realizada em 2015, onde os profissionais médicos tiveram um reajuste de 20% e em 2016 eles tiveram progressão e promoção, o que deve acontecer também agora em 2018. O Município está fazendo um levantamento do impacto que estes reajustes causarão na folha para que eles possam ser implantados. Só na saúde, a Prefeitura possui mais de 11 mil servidores, o que representa 52% do total da folha de pagamento.

Por fim, a Fundação afirma que "entende que um movimento grevista é algo legítimo, mas quando não existem outras opções, o que não é o caso".

Por: Maria Clara Estrêla
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