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MDER: após 02 meses de interdição, ainda há falta de profissionais

A Maternidade Dona Evangelina Rosa foi interditada parcialmente em novembro pelo Conselho Regional de Medicina por problemas estruturais que comprometiam o atendimento.

21/01/2019 07:35

Mesmo após dois meses da interdição parcial da Maternidade Dona Evangelina Rosa, o local continua sofrendo com a falta de estrutura em alguns setores. A interdição foi anunciada no dia 20 de novembro e passou a valer a partir da meia-noite do dia 21. Maria (nome fictício) é funcionária da Maternidade Dona Evangelina Rosa e conta que, apesar de não saber a realidade de outros setores, o que observa é que com a interdição persiste a falta de insumos.

 “Continua faltando alguns materiais de uso rotineiro, falta algumas medicações, sonda e equipo para soro. Às vezes são repostos, mas logo volta a faltar. Há falta de profissionais, equipe desfalcada e pessoas que fazem escala extra de plantão, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Não sei a realidade de outros setores. Pode estar da mesma forma ou ter menos problemas”, relata.

Sharlenny Moura conta que realizou o pré-natal na MDER, por ser uma gravidez de risco, com quadro de pressão alta. Ela já estava grávida do terceiro filho e no final da gravidez a obstetra informou que entraria de férias e que ela teria que procurar outro profissional. Na fase final da gestação, ela resolveu buscar outra unidade de saúde. “Numa consulta tive um problema de pressão. Fui para emergência da Evangelina Rosa. Fui bem atendida, sendo que solicitaram um exame para saber os batimentos cardíacos do bebê e [o equipamento] não estava funcionando direito. A obstetra me deu um prazo até o dia 24 dezembro. Se eu não tivesse o bebê até esta data [deveria] comparecer na Evangelina Rosa para os médicos ainda me avaliarem para fazer o parto cesáreo, sendo que no dia 14 tive contrações e preferir primeiro se dirigir para Maternidade do Dirceu, não estava querendo ter meu filho na Maternidade Evangelina Rosa com medo das infecções”, relata.

A maternidade continua enfrentando graves dificuldades. Foto: Poliana Oliveira/ODIA

Sharlleny conta que viu “banheiros com portas de pau, sujos e encardidos”, bebedouros enferrujados, aparelhos que não funcionam direito, mas que sobre os funcionários não tem o que reclamar. Por conta desse cenário, ela buscou a Maternidade do Ciamca e teve o bebê no dia 14 de dezembro. Por outro lado, a dona de casa Maria Helena elogiou o atendimento prestado pela Maternidade Dona Evangelina Rosa. Ela fez o pré-natal no posto de saúde do Parque Sul e o parto foi realizado na MDER.

 “Pra mim, o atendimento foi bom, porque eu vim fazer um exame, comecei a passar mal, senti dor e fui atendida rapidamente. Eu podia ter a bebê em qualquer maternidade, mas como tive pressão alta, o médico me internou aqui. Dei começo de pré-eclâmpsia. Às vezes acontece de uma criança falecer e não é só aqui, em qualquer maternidade acontece”, assinala. 

A reportagem entrou em contato com a Maternidade Dona Evangelina que, por meio da assessoria, informou que estão aguardando a próxima audiência com a juíza, programada para este mês. Apenas após esse momento a diretoria da maternidade se pronunciará a respeito da interdição. Sobre os problemas estruturais, a assessoria informa que tudo está sendo regularizado.

Sesapi diz que melhorias serão concluídas no final do mês

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), o órgão já vem realizando um trabalho de melhorias na unidade de saúde. Na semana passada, o secretário de Saúde Florentino Neto se reuniu com a presidente do Conselho Regional de Medicina, Mirian Parente, e com o Grupo de Trabalho para Desenvolvimento deações de Reestruturação da MDER.

O secretário de Saúde garante que problemas serão sanados até o dia 30 de janeiro. Foto: ODIA

 A Sesapi pede ampliação do prazo para nova vistoria e que seja transferida do dia 20 de janeiro para o dia 30 deste mês. O secretário informou que as melhorias estruturais que foram recomendadas pelo Conselho serão concluídas até o final de janeiro. Segundo ele, abarcam as áreas de infraestrutura, tecnologia da informação, controle, licitações, gestão de pessoas, regulação e laboratório clínico. Ao todo, foram investidos R$ 5,2 milhões nos meses de novembro e dezembro.

Além disso, outras reivindicações se referem à convocação de concursados e pagamento de prestadores de serviços que, conforme informado por Florentino, são ações em curso. Uma outra questão é a superlotação da "Evangelina Rosa" e, nesse sentido, o secretário Florentino Neto assegurou um prazo de execução da nova maternidade em 24 meses. Ele afirmou que já está empenhado um monte de R$ 51 milhões para as obras e o Governo do Estado terá como contrapartida R$ 17 milhões,totalizando R$ 68 milhões. A obra custará mais de R$ 80 milhões.

Edição: Marco Vilarinho
Por: Ananda Oliveira
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