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Marcha alerta para os direitos da mulher no parto humanizado

O ato "œMulheres, exerçam seus direitos!" quer sensibilizar a população piauiense, em especial as mulheres, sobre a importância e o direito do parto humanizado.

17/11/2017 08:10

Os direitos das gestantes são o tema da V Marcha pela Humanização do Parto, que acontece neste sábado (18), a partir das 16h, com concentração na Ponte Estaiada. A ação tem como objetivo informar e sensibilizar a população piauiense, em especial as mulheres, sobre a importância e o direito do parto humanizado. O ato “Mulheres, exerçam seus direitos!” está sendo organizado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI), em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil – secção Piauí (OAB-PI), faculdades e empresas da área de saúde. 

Ação acontece neste sábado, a partir das 16h, com concentração na Ponte Estaiada (Foto: Divulgação)

A conselheira do Coren-PI, Tatiana Melo, explica que é importante que as mulheres saibam seus direitos antes, durante e depois da gestação, como ter direito a um acompanhante no trabalho de parto, parto e pós-parto; se o bebê nascer bem, forte, ele tem que vir para o colo dela e ser amamentado logo depois do nascimento; se tiver interesse, poder ter uma doula para acompanhar no trabalho de parto, enfermeira obstetra; escolher a posição que quer parir; ter tecnologias não invasivas, massagens; se alimentar durante o trabalho de parto, entre outros. 

Tatiana Melo enfatiza que Teresina possui, atualmente, dois centros de parto normal, localizados na Maternidade Dona Evangelina Rosa e na Maternidade do Buenos Aires, onde esses direitos são garantidos. Já na rede privada, há apenas uma maternidade que disponibiliza uma sala de parto humanizado, no qual a mulher grávida precisa pagar uma equipe para prestar esse atendimento. 

“Tudo isso é importante para que a mulher possa aderir ao parto humanizado. Não é um acesso pelo plano de saúde, ele cobre o parto, mas toda a equipe é por fora, como a doula e os equipamentos. Se a mulher cobrar, os planos de saúde têm que disponibilizar uma enfermeira obstetra, porque isso já é garantido por lei, mas nem todas as mulheres sabem e acabam pagando esse profissional por fora”, alerta a conselheira. 

Cesáreas 

De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, pelo menos 25% das gestantes sofrem violência durante a gestação ou parto. O Brasil é o país que mais realiza parto cesáreo no mundo, somando 55,5% dos partos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. “Isso é um absurdo, porque o recomendado é que apenas 15% dos partos sejam cesarianos, então está indo na contramão do que a OMS recomenda. E o Brasil tem um alto índice de intercorrência materna, muitas vezes causadas durante o parto”, fala. 

As principais intercorrências causadas pelo parto cesáreo são: hemorragia, infecção, aumento de risco de embolia, entre outros. Tatiana Melo alerta que o parto cesariano deve ser aplicado em casos de urgência, quando o bebê ou a mãe está em sofrimento, e que os médicos devem incentivar o parto normal.

Benefícios do parto normal

O principal benefício do parto normal, segundo a conselheira do Coren-PI, Tatiana Melo, é por ser mais seguro, tanto para a mulher quanto para o bebê. Ela pontua que, quando o bebê nasce, ele tem menos riscos de intercorrências respiratórias, vez que a maioria das secreções que estão no pulmão são eliminadas. 

“Para o bebê, o parto normal é mais seguro, assim como para a mãe, que já pode ir para casa 24 horas após o parto, assim como sua recuperação, que é mais rápida. Além disso, ela já pode tomar banho, amamentar, sentar e não sentirá tantas dores”, lembra. 

Tatiana Melo destaca ainda que os custos para o sistema de saúde também são menores, vez que essa mulher ficará menos tempo internada, assim como os equipamentos e os medicamentos serão menores, diferente de um parto cesáreo, onde a mulher só recebe alta 72 horas após dar à luz. 

“Claro que o parto normal como é hoje, com essa violência, que não se respeita a mulher, realmente faz com que a mulher não queira esse tipo de parto. Mas precisamos informar para que essa mulher cobre dos gestores, dos planos de saúde, que disponibilizem essa assistência a essas grávidas, e que os médicos se capacitem para prestar um atendimento humanizado, aí sim, essa mulher vai querer ter um parto normal”, salienta.

Por: Isabela Lopes
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