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Estudantes temem que tempo de viagem aumente com novo sistema de integração

A partir deste fim de semana, inicia o sistema de integração na zona Sul da cidade e algumas linhas serão extintas, como as que levam à Ufpi.

13/03/2018 07:08

O novo sistema de transporte público de Teresina, o Inthegra, está prestes a entrar em operação; porém, muitos passageiros ainda estão confusos com relação às mudanças. Quem precisa se deslocar para a Universidade Federal do Piauí (Ufpi), por exemplo, está apreensivo com a extinção de algumas linhas que faziam o trajeto direto para a instituição.

A estudante Sabrina Vilela Rodrigues, de 19 anos, reside no bairro Dirceu 2, zona Sudeste de Teresina. Para chegar à Ufpi, ela utiliza a linha Rodoviária Circular 2 e demora, em média, uma hora de viagem. Apesar de ser um longo trajeto e percorrer quase toda a cidade, a estudante paga apenas uma passagem.

“Eu gasto R$ 1,15 para ir para a universidade e só pego um ônibus, porém, quando a linha for extinta, eu vou ter que pegar três ônibus, sendo um para o terminal, outro para o Centro e mais um do Centro para a universidade, totalizando seis conduções por dia. Se fosse uma cidade como São Paulo, eu não iria reclamar, mas Teresina é pequena, tudo é perto, não tem necessidade de eu pegar três ônibus para rodar 6,8 km”, afirma.

De acordo com Sabrina Vilela, em tese, o sistema de integração funciona, porém, na prática, a realidade é diferente. “No dia a dia, você passa até 40 minutos no próprio terminal esperando o outro ônibus e, todas as vezes que peguei com o cartão de passe, foram cobradas mais de uma passagem”, relata, acrescentando ainda o perigo que é descer no Centro da cidade às 22h e aguardar um ônibus para o terminal e outro para o bairro.

Para os estudantes, a extinção dessas linhas deverá aumentar o tempo de viagem. É o que relata Gabrielle Alves. “Enquanto todos os terminais não estiverem funcionando, será muito ruim. Espero meia hora por um ônibus que desço em cinco minutos no terminal, para esperar mais 20, 30 minutos por um que vá ao Centro e lá esperar mais meia hora por um que vá para a universidade. A integração deveria funcionar apenas quando todos os terminais estivessem prontos”, pondera.


Uma das principais reclamações dos usuários é com relação à super lotação dos veículos (Foto: Arquivo O Dia)

Lotação

Além da demora, os estudantes temem que as novas opções de ônibus fiquem ainda mais lotadas. Stefanne Alves, estudante da Ufpi, relata a dificuldade de conseguir embarcar em um ônibus que faz linha para a instituição, já que muitos não param nos pontos de espera, causando atrasos e transtornos aos universitários. “Estou revoltada com essa situação. Ontem mesmo esperei o 401 na Avenida Frei Serafim por 20 minutos; quando finalmente passou um ônibus, ele não parou. E isso aconteceu duas vezes, só consegui pegar na terceira tentativa. Nenhum parou devido à superlotação. Isso é um descaso!”, afirma.

Strans promete reforçar linhas com veículos extras

Segundo o gestor da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans), Carlos Daniel Júnior, com a vigência do Inthegra, todas as linhas da zona Sul sairão dos bairros para os terminais de integração e de lá seguirão pelas avenidas Miguel Rosa, Barão de Gurgueia e Maranhão até o Centro de Teresina. “Lá o usuário poderá fazer a integração com linhas que levem até as universidades”, completa.


Carlos Daniel pede que população reporte problemas à Strans, para que ela tome as devidas providências (Foto: Moura Alves/O Dia)

O tempo para que o passageiro utilize o sistema de integração, válido somente com o cartão eletrônico, é de duas horas. “Do bairro ao terminal, o usuário levará 25 minutos; do terminal ao Centro, mesmo sem os corredores exclusivos,mais 22 minutos. Ainda irão faltar mais de uma hora para completar o trajeto”, explica o superintendente da Strans, acrescentando que, quando todo o sistema estiver implantado, as linhas circulares deixarão de existir.

Como não haverá mais linhas que façam o trajeto dos bairros para as universidades, a Strans informa que reforçará o sistema com veículos extras, para evitar transtornos aos usuários.

Todavia, o superintendente da Strans, Carlos Daniel, orienta que episódios de atrasos e lotação dos coletivos devem ser reportados ao órgão, para que seja verificada a situação e feitas mudanças necessárias. “Nós precisamos que as pessoas tragam o problema para que possamos responder no que precisa ser feito”, disse

Por: Breno Cavalcante e Isabela Lopes - Jornal O Dia
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