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Encontro discute desafios para manter integridade da saúde mental por toda vida

O evento é aberto ao público e tem caráter educativo e de estímulo a outras iniciativas desta natureza

17/11/2018 10:08

Cuidar da saúde mental é essencial para a qualidade de vida, mas esta necessidade muitas vezes é deixada em segundo plano. A constatação é do psiquiatra Leonardo Barros, que, buscando contornar o problema, em parceria com outros profissionais, está organizando o I Encontro de Saúde Mental. O evento acontece dia 23 de novembro, das 18h às 21h, na Clínica Fisiovida, localizada na Avenida Lindolfo Monteiro, 750. 

O evento vai tratar sobre a saúde mental durante o ciclo vital e incentivar o debate de forma preventiva: como perceber os primeiros sinais de que algo pode estar acontecendo. “A intenção do evento é fomentar, estimular o debate sobre saúde mental. Ao longo do ano, temos algumas datas simbólicas que falam sobre o tema, como o Setembro Amarelo, que trata da prevenção do suicídio. Queremos dar um panorama sobre a saúde mental durante as várias fases da vida: na infância, adolescência, no caso específico das mulheres durante a gravidez e pós-parto e também abordar durante a vida adulta e velhice”, esclarece Barros.

A abertura do encontro será com uma palestra proferida pelo psiquiatra Leonardo Barros. Após esse primeiro momento, os profissionais estarão em estandes tirando dúvidas dos participantes sobre vários assuntos. O evento gratuito, aberto ao público bem como a profissionais da área, tem caráter educativo e de estímulo a outras iniciativas de mesma natureza. 

Leonardo antecipa que sua palestra vai abordar os desafios para manter a integridade da saúde mental durante toda a vida. “Acredito que a saúde mental ainda é deixada de lado em comparação com a saúde física. A tendência natural das pessoas é ir deixando de lado, levando enquanto podem e, normalmente, é mais comum que procurem [o médico] quando já estão sucumbindo”, enfatiza.


Leonardo Barros explica como será o evento que acontecerá dia 23 de novembro na Capital (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Mitos ainda levam à resistência em procurar ajuda

O psiquiatra Leonardo Barros conta que a procura por atendimento médico está aumentando, mas muitas pessoas ainda veem o tratamento da psiquiatria com desconfiança, em razão dos tabus que envolvem a questão. 

“Os obstáculos até a chegada no tratamento especializado têm diminuído, mas a gente ainda percebe a resistência, são muitos mitos. Nesse sentido, o Encontro também tem a intenção de desmistificar [essas noções] e retirar alguns desses paradigmas que foram criados ao longo do tempo a respeito do tratamento. A própria loucura é muito estigmatizada. Na verdade, tratamos aqui de pessoas sãs, mas que, em um momento ou outro da vida, podem necessitar de um apoio emocional, psicológico ou psiquiátrico”, relata.

Segundo Leonardo, nós todos passamos por vários dilemas ao longo da vida e, por isso, devemos conhecer como funcionamos, o que gera ansiedade e outros problemas para que possamos nos cuidar melhor. “A questão do autoconhecimento [é importante], porque você tem que conhecer a si mesmo. O processo de psicoterapia ajuda a tomar propriedade sobre suas questões e desejos e os sentimentos que vêm a reboque disso”, afirma.

Para o psiquiatra, o caráter preventivo na saúde emocional é muito importante. “Tem uma fase inicial do tratamento que é uma fase aguda, que é uma fase de crise. Além disso, é importante fazer a manutenção desse tratamento para evitar recaídas, que são muito comuns”, conta.

O tratamento multidisciplinar também faz a diferença. “Essas diversas especialidades têm interfaces entre si. Por exemplo, um paciente com diagnóstico de transtorno do espectro autista não passa apenas com psiquiatra ou neurologista, mas também com pedagogo, fonoaudiólogo e psicólogo”, conclui Leonardo Barros.

Por: Ananda Oliveira - Jornal O Dia
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