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Em audiência, promotora denuncia fuga de 10 meninas que estavam em abrigo

Conselho Tutelar, Ministério Público e Sasc discutiram medidas para melhorar as condições das Casas de Acolhimento de Teresina

02/08/2017 14:29

Depois das denúncias feitas pelo Conselho Tutelar de Teresina sobre as péssimas condições dos abrigos da Capital, a Secretaria de Assistência e Cidadania do Estado (Sasc) garantiu, em audiência realizada hoje (02) no Ministério Público Estadual, a reforma da Casa Feminina e Lar da Criança, mas não apresentou propostas sobre a Casa de Acolhimento Masculina, que está fechada para reforma há 10 meses.

Na audiência, a promotora Joselisse Nunes de Carvalho Costa, titular da 45ª Promotoria de Justiça enfatizou que é preciso tomar medidas imediatas, não somente estruturais, mas de profissionais e que as crianças estão correndo risco. “As crianças estão fugindo dos abrigos porque não encontram um serviço que as atenda e as atraia. Soubemos de 10 meninas que fugiram, algumas estão nas ruas e outras se prostituindo. São vidas que estão em perigo e chega uma hora que não dá para dividir as responsabilidades”, conclui.


Ministério Público realiza audiência para discutir a situação dos abrigos em Teresina (Foto: Elias Fernandes/ODIA)

Em Teresina há cinco abrigos: a Casa de Acolhimento Feminina do Saci, que recebe meninas de 12 a 18 anos; a Casa de Acolhimento Masculino, que está fechada; e o Lar da Criança, que acolhe crianças de 0 a 12 anos, todas de responsabilidade do Governo do Piauí. Além disso há ainda a Casa de Punaré, que recebe meninos, de 12 a 18 anos e a Casa Reencontro, que recebe crianças de 0 a 12 anos completos, de responsabilidade da Prefeitura de Teresina.

Segundo Maria do Carmo Brás Lima, conselheira que atua no III Conselho Tutelar de Teresina, a precariedade dos abrigos vem sendo acompanhada há bastante tempo, assim como as denúncias, que são antigas. Ela citou como mais preocupante a Casa de Acolhimento Feminina, localizada no bairro Saci, zona Sul de Teresina, que passa por graves problemas estruturais e falta de profissionais. O local atende uma média de oito meninas. “A situação do abrigo do Saci é precária, seja estrutural ou de higiene. Os utensílios estão quebrados, as crianças guardam suas roupas em caixas de papelão. Eu já reclamei das vezes que fui levar crianças para lá, mas nada foi feito. Sem condições, muitas delas fogem, porque não têm pessoas para atendê-las e orientá-las”, contou.


Conselheiros tutelares denunciam estrutura precária de abrigos (Foto: Elias Fontinele/ODIA)

O diretor da Unidade de Proteção Social Especial da Sasc, Severo Ulisses Eulálio, destacou que o governador Wellington Dias autorizou a reforma dos abrigos Feminino e Lar da Criança e que ainda esta semana o edital será encaminhado à Procuradoria Geral do Estado (PGE). “Desde que chegamos foi determinado um laudo técnico de vistoria nessas unidades onde ficou constatada a situação de precariedade na estrutura física desses abrigos. Ainda esta semana o secretario e o governador despacharam a autorização que seja iniciada a reforma dessas unidades. Em algumas unidades são reformas pontuais, mas em outras há necessidade de reforma estrutural, mas isso precisa ser feito via licitação”, explicou.

Severo Ulisses Eulálio citou que em curto espaço de tempo seja lançada a licitação e feita a reforma dessas unidades. “O prazo limite de conclusão só poderá ser dado depois da licitação, mas possivelmente até o final do ano acreditamos que tenha sido concluída”, disse. 


Por: Isabela Lopes
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