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Demerval Lobão: neto de juíza é preso na Operação Inventário: "agilizava processos"

A organização criminosa que casou prejuízos milionários, buscava pessoas sem herdeiros ou com poucos através de documentos falsos

27/05/2021 11:51

A Polícia Civil do Piauí deu detalhes na manhã quinta-feira (27) sobre a ‘Operação Inventário’ que prendeu advogados, empresários e servidores públicos piauienses acusados de estelionato e lavagem de dinheiro a partir de fraudes em ações de inventário de pessoas falecidas no Piauí, São Paulo e Paraná. A organização criminosa que casou prejuízos milionários, buscava pessoas sem herdeiros ou com poucos através de documentos falsos.

Foto: Pedro Cardoso/ODIA

“Foram mais de R$ 2 milhões somente do senhor Rui Santiago, falecido em Curitiba-PR. Eles usavam documentos falsos, de pessoas que tinham alto poder valor de ativo financeiro na conta bancária”, disse o delegado Matheus Zanatta, gerente de Polícia Especializada do Piauí.

Um dos presos na operação foi Diego Gedean Miranda, que é neto da juíza Maria da Paz e Silva Miranda, titular da Comarca de Demerval Lobão. Segundo a Polícia, ela teria denunciado o próprio neto que atua como Guarda Civil Municipal em Caxias, no Maranhão.

Diego era responsável por manusear processos e agilizar despachos na comarca de Demerval Lobão, onde a avó trabalha. Ele foi preso em João Pessoa, quando tentava fugir. Um homem identificado como Delano Souza é apontado com líder da organização criminosa e teria repassado pelo menos R$ 30 mil para a execução dessa tarefa.

“Ele recebeu valores para fazer com que o despacho andasse mais rápido, inclusive, foi confirmado em interrogatório por alguns presos de ontem. É importante frisar que o neto da juíza recebeu vários valores quase R$ 30 mil”, disse o delegado Anchieta Nery, que também comanda a investigação com Yan Brayner.

Ainda segundo a polícia, o líder Delano não tem ligação com o Poder Judiciário piauiense e usava apenas o neto da magistrada para agilizar os processos.

Sobre a operação

A Operação Inventário cumpriu, ao todo, oito mandados de busca e apreensão, onze mandados de prisão e o bloqueio de judicial de bens obtidos por meio dos crimes.

As investigações iniciaram em 2020 quando a polícia foi notificada de uma possível fraude em um processo de inventário protocolado na comarca de Demerval Lobão.

De acordo com o delegado Matheus Zanatta, gerente de Polícia Especializada do Piauí, advogados usavam documentos falsos e narravam fatos inexistentes para ingressarem com a ação e violar o patrimônio de um cidadão falecido no Paraná.

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