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Delegacia do idoso registra em média 165 denúncias por mês

A maioria das denúncias está relacionada aos delitos de natureza patrimonial. Esses crimes respondem a 36% dos Boletins de Ocorrência

18/03/2018 08:25

O número de idosos vítimas de crimes aumenta a cada ano em Teresina. De acordo com os registros de Boletim de Ocorrência feitos pela delegacia especializada, foram cerca de 165 denúncias por mês no ano de 2017. Em 2016, essa média foi um pouco menor, de 138 casos mensais. Somente este ano, já foram registrados 310 B.Os. 

A maioria das denúncias está relacionada aos delitos de natureza patrimonial. Esses crimes respondem a 36% dos Boletins de Ocorrência registrados da Delegacia do Idoso. Em 2017, 498 idosos foram vítimas de furto e 232 de estelionato.

Segundo a delegada Daniela Barros, o furto ocorre geralmente na agência bancária, quando a vítima não consegue manusear o caixa eletrônico. “Existem indivíduos mal intencionados que já ficam à espreita para oferecer ajuda, mas o objetivo é apenas trocar o cartão para realizar saques e empréstimos”, afirma.

A orientação da polícia é que o idoso sempre procure o gerente da agência quando tiver alguma dificuldade. “Ele tem que entrar e falar com o gerente ou com funcionários do banco. Nunca pedir ou aceitar ajuda de gente que está ali fora, perto dos caixas eletrônicos”, diz a delegada.

Principais golpes

Os estelionatários aplicam pelo menos três tipos de golpes: o bilhete premiado, a ligação telefônica e a venda de imóvel ou carro. “As vítimas são envolvidos de tal forma que não conseguem perceber a fraude”, afirma.


Delegada Daniela Barros. Foto: O DIA

O golpe do bilhete premiado é um dos mais antigos e também o mais frequente. Uma pessoa diz que foi sorteada na loteria, mas está precisando de ajuda para retirar o prêmio. Em troca, oferece uma recompensa depois que receber o dinheiro. “Achando que vão conseguir algum benefício, as vítimas se iludem com esse conto do vigário”, diz a delegada Daniela.

Outro golpe comum é o da ligação telefônica, geralmente praticado por quadrilhas de outros estados. Através do método de tentativa e erro, os criminosos ligam para telefones fixos aleatoriamente. Quando identificam que um idoso atendeu, essas pessoas se identificam como representantes de um escritório de advocacia e informam que existe um crédito a receber. Para isso, no entanto, a vítima precisa fazer um depósito em dinheiro. “Já investiguei caso de uma idosa que perdeu R$ 38 mil”, lembra a delegada.

Já o golpe da venda do imóvel ou do carro atinge os idosos que manifestam interesse em comprar o bem. Os estelionatários monitoram essas pessoas e oferecem o que elas querem, mas não entregam. 


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Operação policial

A Delegacia do Idoso planeja para a próxima semana uma grande operação policial. Em 2015, uma quadrilha com membros no Maranhão, Ceará e Tocantins foi identificada e os criminosos foram presos. “Agora já são outras pessoas. São golpes tão fáceis de aplicar, que sempre tem gente nova envolvida”, afirma Daniela Barros.

Maus tratos e ameaças

As denúncias de violência doméstica e maus tratos são menos frequentes na Delegacia do Idoso, o que pode sugerir a subnotificação destes crimes que ocorrem geralmente dentro da família. Em 2017, foram registrados 60 B.Os relacionados a maus tratos e 324 relacionados a ameaças, sendo cerca de 40% destes violência doméstica.

Segundo Daniela Barros, denúncias como essas - geralmente feitas de forma anônima - exigem da polícia atuação rápida. “São pessoas vulneráveis que precisam ser resgatadas. É importante que tenhamos todas as informações possíveis, como endereço e nome da vítima, para que possamos deslocar a equipe”, orienta.

As denúncias podem ser feitas através do Disque 100 ou diretamente na Delegacia do Idoso, que fica na rua 24 de Janeiro, nº 500. O anonimato é garantido por lei


Por: Nayara Felizardo
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