Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Com menos doações, projeto de xadrez tem dificuldades para obter recursos em Teresina

Com a pandemia do novo coronavírus, apareceram inúmeras dificuldades e Pedro Madeira, de 47 anos, teve que sair às ruas para conseguir recursos e manter a iniciativa viva

20/03/2021 11:28

Pedro Madeira, de 47 anos, desde de jovem sempre foi apaixonado pelo Xadrez, jogo também considerado uma arte e uma ciência. Em 2019, decidiu por conta própria desenvolver o projeto “Oficina Xadrez Para Todos”, no bairro São Pedro, na Zona Sul de Teresina, com o objetivo de proporcionar a prática do esporte para alunos de escolas públicas e moradores da região sem cobrar nada por isso. Com a pandemia do novo coronavírus, apareceram inúmeras dificuldades e ele teve que sair às ruas para conseguir recursos e manter a iniciativa viva, já que não conta com o apoio das autoridades. Ele usa um quintal como sede para ministrar as aulas.

“Nós voltamos com todos os protocolos de segurança em setembro, mas neste mês paramos as atividades por causa da pandemia, porque não podemos aglomerar as pessoas. Com isso, vieram muitas dificuldades, já que não contamos com apoio de autoridades. Eu então sai às ruas, com um tabuleiro, falando do projeto para arrecadar fundos para continuar ensinando e criar uma oficina de construção de tabuleiros. A arrecadação está devagar por causa da situação que todo mundo está passando e talvez eu deva terminar em até dois meses”, contou.

Antes da pandemia, as aulas gratuitas aconteciam de segunda a sexta-feira, no período da tarde. Agora, Madeira espera retomar com as aulas aos sábados das 16h às 17h30, quando os números da pandemia baixarem e “lockdown parcial”, que foi determinado tanto pelo Governo do Piauí quanto pela Prefeitura de Teresina, finalizar. O projeto é sustentado por meio de doações. 

A proposta é possibilitar o acesso ao Xadrez, tudo de forma gratuita. A ideia é assim que o ‘lockdown’ passar e a gente puder se reunir presencialmente, é que a gente realize além das aulas, oficinas de construção dos tabuleiros, embora estamos também comprando para praticar. É um trabalho de formiguinha, que é muito satisfatório.” 

Pedro, que também é professor particular de Xadrez, contou ainda que a maioria dos seus alunos são de escolas públicas e moradores da região.  

“Metade dos meus alunos são de escolas públicas ou moradores da região. Quando começamos o projeto, que eu sai pela primeira vez para angariar os recursos, as pessoas me conheciam aqui no São Pedro porque eu trabalho com a venda de inseticidas. Então por eles me conhecerem, a gente conseguiu arrecadar uma quantia que deu para comprar e recebemos algumas doações de tabuleiros, que custam cerca de R$ 54 a R$ 60. Na época, conseguimos 20, dentre eles, seis foram doados e resto compramos aos poucos, conforme a arrecadação. Então, fazemos isso de forma amadora e voluntária, que se uniu com a vontade dos alunos”, explica.

“Em relação a minha aula particular, a pandemia praticamente aniquilou essa possibilidade. Além das doações para os tabuleiros, temos custos com água, luz e até outro professor, mas eu nem incluo isso nos gastos. Já temos muitas pessoas com desejo de participar assim que essa primeira turma abrir, e eu acredito que apesar de toda a dificuldade financeira, a gente vai conseguir realizar essa turma, seguindo todos os protocolos, aos sábados, para dar espaço a pessoas que também trabalham no comércio e tem o interesse em participar”, completa.

Pedro falou ainda do sentimento que tem em desenvolver o projeto. “Eu me sinto realizado pelo sorriso, pela satisfação de uma criança que aprendeu, além de pessoas mais velhas como o senhor Celso, de 56 anos, por exemplo. Às vezes eu me sinto uma formiguinha em um arranha-céu de um prédio gigante, mas muito feliz por tudo que já conquistamos. E eu também sinto a necessidade de me institucionalizar para poder participar de programas de recursos, verbas”, conta.

Caso você queria contribuir com o projeto, pode fazer doações através da conta 11803-4, agência 4365 e operação 013. O número para contato é 86 9999-3456. 

Mais sobre: