Hoje tem diversão? Tem sim, senhor! O circo é uma arte milenar, que se renova a cada ano e enfrenta os desafios do século XXI. Ainda assim, sua magia encanta a todos que o visitam. E pela terceira vez, o circo do artista Marcos Frota vem a Teresina para mais uma temporada de apresentações, e o melhor: no mês das crianças. O circo fica na cidade de 6 de outubro a 19 de novembro, ao lado do Teresina Shopping, e envolve mais de 80 pessoas, entre artistas e colaboradores. 

O espetáculo comemora os 30 anos de atividades circenses do ator Marcos Frota, embaixador do circo no Brasil e presidente voluntário da Universidade Livre do Circo (Unicirco), projeto social que oferece atendimento psicossocial e aulas para jovens em situação de risco no Rio de Janeiro. 

“Minha permanência na atividade circense se justifica hoje com um trabalho de formar uma nova geração. Todo o nosso empenho é preparar uma estrutura para que seja um palco para que os novos talentos possam aflorar. Temos trapezistas com 14 anos, o comandante dos números aéreos nasceu no nosso circo, casou e vai ter um filho pela primeira vez; fora os que preparamos e estão em grandes circos do mundo, como o Circo de Soleil”, disse. 

Marcos lembra que o circo é um elemento inspirador e que desperta nos jovens muitas possibilidades. E por ter essa característica itinerante, de sair, viajar, acaba sendo um semeador de talentos. Ele conta que assumiu esse compromisso com o circo há 30 anos com o intuito de manter a dignidade, força e resistência do circo brasileiro. 

Para Marcos Frota, o circo tem uma capacidade muito grande de despertar no jovem outro viés para seu destino e cidadania, vez que impõe disciplina e desperta um sentimento de grupo e coletivo. Além disso, é uma oportunidade que os jovens encontram para terem uma profissão e reconhecimento. 

“O mercado do circo é muito forte e quente e o artista sabe que se ele se acomodar, o próprio mercado vai rejeitar, principalmente lá fora. O mercado internacional do circo está aberto nas mesmas proporções que o do futebol, as oportunidades existem. Esse artista tem que estar pronto, porque não existe mais isso de só ter oportunidade em São Paulo. Com a internet, ele tem como se mostrar para o mundo. A prontidão é tudo, mas a maneira deles se aperfeiçoar é a presença no picadeiro”, enfatiza. 

A Universidade Livre do Circo (Unicirco) desenvolve, há mais de 25 anos, programas e ações artísticas, sociais e pedagógicas tendo como eixo a milenar arte circense. Segundo Marcos Frota, mais de 300 jovens fazem parte do projeto em todos os núcleos e cerca de 100 adolescentes já foram morar em outros países após passar pelo picadeiro do circo. 

“Os jovens conseguem ver no circo uma oportunidade de profissão. Tradicionalmente, o povo gosta do circo, em qualquer lugar do mundo. Mas é o circo que tem que gostar do povo, mostrando espetáculos alegres, competentes, saudáveis, bem dirigidos, e quem ganha com isso é quem escolheu ser de circo, porque vai ser bem remunerado e, quanto mais intenso for o encontro da atividade circense, mais força vai ter o artista que escolheu essa profissão”, frisa. 

Frota destaca ainda que a Universidade do Circo tem tirado muitos jovens das drogas, mas tem também como objetivo desenvolver trabalhos além do picadeiro. “Andamos com um núcleo e, quando chegamos em uma cidade onde vamos nos apresentar, há uma integração com esse local. Abrimos nossas portas para que os projetos sociais da cidade se aproximem e conheçam e, às vezes, fazer um está- gio com a gente e quem sabe seguir com a gente”, finaliza o ator.