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Ciclistas reclamam da falta de sinalização e de ciclofaixas em Teresina

Um dos problemas denunciados fica bem próximo ao Centro de Formação Professor Odilon Nunes, no bairro Marquês, onde os ciclistas fazem a travessia entre a Rua Ceará e a Magalhães Filho

24/08/2021 14:59

Uma reorganização do tráfego, iniciada recentemente no cruzamento das ruas Ceará e Magalhães Filho, na zona Norte de Teresina, tem deixado os ciclistas revoltados. Segundo eles, a ciclofaixa implantada no local não traz segurança, pois não há um semáforo para controlar o trânsito. Além disso, eles questionam a forma como a faixa exclusiva para bicicletas foi demarcada no chão. 

O problema denunciado fica bem próximo ao Centro de Formação Professor Odilon Nunes, no bairro Marquês, onde os ciclistas fazem a travessia entre a Rua Ceará e a Magalhães Filho. Outra situação detectada é de quem vai sentido à Praça do Marquês. Segundo os ciclistas, eles precisam disputar espaço com carros, mesmo estando em cima da faixa exclusiva. 


O estudante Manoel José, de 23 anos, passa quase todos os dias por essas avenidas para ir para casa. Ele confessa que tem medo de se acidentar no local. “Nesta área não teve muita diferença porque não tem semáforo. Ou seja, quando a gente vai passar, não podemos confiar na ciclovia porque os carros não respeitam. Só a ciclovia não vai melhorar em nada se as pessoas não respeitarem. Na minha opinião, deveria ter uma tartaruga para evitar que ele dobre bem perto da gente que vem pela ciclovia. Os carros estão passando por cima da faixa e isso pode causar um acidente para quem vem ou está esperando para atravessar”, disse. 

“Os carros faltam passar por cima da gente”

Ainda na zona Norte, mas nas proximidades da Ponte da Primavera, operários da Prefeitura de Teresina começaram, nesta terça-feira (24), os trabalhos de conclusão da pintura e sinalização da ciclofaixa que atravessa a ponte e continua na Avenida Raul Lopes. Lá, o jovem Jarlan Dias, de 17 anos, reclama da falta de segurança. 

“Não tem ninguém orientando o trânsito e os carros entram com tudo aqui na descida para a [Avenida] Marechal. Às vezes, eu consigo ‘tirar’ [desviar] dos veículos, mas têm outras que preciso frear bruscamente para não bater”, relata. 

Daniel Ronis, de 20 anos, conta que só se sente seguro ao transitar pela Marechal Castelo Branco. De acordo com ele, isso só acontece porque a ciclofaixa fica próximo ao rio.   

“Geralmente, os carros faltam passar por cima da gente. A ciclofaixa daqui é contínua e, por ser próxima do rio, não tem ruas que cortam a faixa ou que saem carros. O único lugar menos perigoso é esse aqui, porque sigo sempre em linha reta”, descreve. 

Por outro lado, o ciclista Márcio Pereira, de 29 anos, afirma que apesar do ciclismo ter crescido na cidade nos últimos anos, ainda falta muita conscientização. “Têm muitas situações de desrespeito. Uma delas é que os motoristas não param para o ciclista passar, já que a prioridade é nossa. Eu até optei agora pela bicicleta ao invés do carro, pela questão de preço do combustível, e, aqui na Marechal, às vezes, vejo carros e até caminhões em cima das faixas, mesmo tendo fiscalização”, disse. 

Strans: “Problemas devem ser combatidos com educação, fiscalização e engenharia” 

Sobre as queixas dos ciclistas e as ciclofaixas de Teresina, o gerente de Educação de Trânsito da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), Reginaldo Canuto, afirma que se trata de problemas que devem ser combatidos principalmente com a educação das pessoas, fiscalização e engenharia. 

“É preciso conhecer e cumprir as leis de trânsito, principalmente respeitar as normas de conduta, de circulação. Colocar-se no lugar do próximo. A gente fala muito também sobre a falta de controle do indivíduo na direção, porque esse é o principal motivo de violência no trânsito e da falta de respeito muito grande que vemos por aí”, argumenta. 

Ainda segundo Canuto, um projeto prevê, até o final do ano, a interligação de 22 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas em todas as zonas da cidade. “É um projeto da gestão municipal. Além disso, estamos trabalhando em uma campanha de conscientização. Queremos deixar claro que as reivindicações são válidas. Por isso, estamos terminando os 22 km que faltam para interligar as zonas Leste e Norte, Norte ao Centro, Centro e Sul, por exemplo. Quem pedala vivencia que tem uma ciclofaixa e de repente ela acaba. Então, elas não ligam a outras regiões. Portanto, o objetivo dos 22 km é interligar as zonas para o ciclista se deslocar em todos os cantos da cidade. Até o final da gestão, pretendemos entregar mais de 300 km de ciclovias e ciclofaixas todas sinalizadas”, disse.  

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