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Ciclistas protestam contra retirada de ciclovia na Avenida Duque de Caxias

O movimento protesta contra a decisão da Prefeitura de retirar a faixa destinada aos ciclistas na via e transferi-la para ruas adjacentes.

13/09/2017 09:40

(Foto: Moura Alves/ O Dia)

Reivindicando a permanência dos 2,4 quilômetros de ciclovia da Avenida Duque de Caxias, na zona Norte de Teresina, um grupo de ciclistas organizou um ato na manhã de ontem (12), no cruzamento da Avenida Petrônio Portela com a Duque de Caxias. O movimento protesta contra a proposta da Prefeitura Municipal de Teresina que anunciou que vai retirar a faixa destinada aos ciclistas na avenida e transferi-la para ruas adjacentes. 

De acordo com Luan Rusvell, estudante de arquitetura e organizador do ato “Nenhum centímetro a menos de ciclovia”, a medida imposta pela Prefeitura atinge principalmente a classe trabalhadora, que dispõe das ciclovias para se deslocar. Além disso, ele destaca que a mudança é um retrocesso, já que a ciclovia da Avenida Duque de Caxias é uma das mais tradicionais da Capital, fazendo a ligação entre a zona Norte e o Centro da cidade. 

Luan diz que a medida atinge principalmente a classe trabalhadora, que dispõe das ciclovias para se deslocar (Foto: Moura Alves/ O Dia)

“A retirada de uma ciclovia do canteiro central obriga os ciclistas a transitarem junto aos carros e o ciclista e o pedestre são mais frágeis, não têm proteção contra os carros. De acordo com próprio Plano Diretor Cicloviário de Teresina, 55% da população que usa bicicleta em Teresina faz uso dela de casa para o trabalho e 20% usam para ir à escola, é uma ferramenta de acesso à educação”, completa. 

Luan também explica que a proposta de transferir as ciclovias para as ruas laterais não é eficaz, uma vez que os ciclistas precisarão realizar “zigue zague” nas ruas até chegar ao Centro, aumentando o percurso. Segundo ele, as ciclovias precisam ser conectadas, em linha reta, e presentes nas rotas que já são tradicionais na cidade. 

Outras alterações 

Em relação às alterações nas ciclovias das avenidas Presidente Kennedy e Miguel Rosa, o organizador do movimento “Nenhum centímetro a menos de ciclovia” informa que houve estreitamento de 10,76 km nestas vias e que a redução da largura das faixas para os ciclistas não atende a recomendação do Ministério das Cidades, que é 1,5 metro para cada direção. Após o estreitamento, a largura nessas avenidas tornou-se metade do recomendado. 

(Foto: Moura Alves/ O Dia)

“Nessa região serão retirados 2,4 km de ciclovia, para uma cidade que tem apenas 40 km de ciclovia, a retirada dessa é o maior retrocesso na mobilidade de bicicletas em Teresina. Nossa proposta é reivindicar que o espaço público seja compartilhado democraticamente. Uma das maiores preocupações nossas é que, de acordo com Plano Diretor, Teresina é a cidade nordestina com mais taxas de automóveis”, ressalta. 

 Avaliação 

O aposentado Hilário do Carmo estava no local apoiando o ato e contou que usa a ciclovia da Avenida Duque de Caxias desde a década de 1980, quando ainda criança. Para ele, a retirada da faixa representa um perigo para os ciclistas, que precisarão disputar espaço com os carros. “Todo dia vou buscar minha filha no colégio de bicicleta. Não pode tirar isso, aqui já é perigoso, a parte do cruzamento é mais ainda e as pessoas não respeitam”, aponta. 

Um novo ato, dessa vez um ‘Bicicletaço’, acontecerá neste domingo (17), a partir das 8h. A concentração será no Parque da Cidade, localizado na Avenida Duque de Caxias e os participantes, tanto ciclistas como pedestres, percorrerão a via como forma de protesto. Contraponto De acordo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), a ciclovia que existia ao longo da Avenida Duque de Caxias será transferida para as ruas laterais e dará lugar ao Corredor de Transporte Público II, tendo como base o Plano Cicloviário. 

(Foto: Moura Alves/ O Dia)

A nova ciclofaixa terá 6,4 quilômetros e fará ligação com outra já existente na Avenida Freitas Neto, passando também pela Avenida União, onde funcionará o Terminal do Buenos Aires, e ainda pelas ruas Batalha, Gonçalves Ledo, Roraima e Guaporé, fazendo ligação também com a ciclofaixa da Avenida Marechal de Castelo Branco.

Edição: Virgiane Passos
Por: Letícia Santos
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