No conjunto Livramento,
do bairro Angelim, zona Sul
de Teresina, os moradores
dormem temerosos com a
quantidade de casas que já foram invadida por assaltantes
na região. Só nestes últimos
meses, pelo menos sete casas
foram roubadas em intervalos
curtos de tempo. Televisões,
celulares, notebooks, câmeras,
e videogames são tirados das
residências durante a madrugada e a população não sabe
mais como controlar. De
acordo com a moradora Jossilandia Rodrigues, que também teve sua casa invadida
enquanto estava em casa, cerca de 30 residências do bairro
já sofreram com o problema.
Moradora passou por momentos de pânico ao ter a casa invadida (Foto: Moura Alves/ O Dia)
O caso da cabelereira aconteceu há um ano, mas a sensação de insegurança para ela
é cada vez maior, pois desde
então vários assaltos como
esses foram relatados por diferentes moradores. Grande
parte deles com algo comum,
o horário das invasões. Os
casos são registrados com
frequência na madrugada, enquanto os proprietários estão
dormindo.
“Eles entraram em casa 4h
da manhã pela porta da cozinha, ele pulou o muro, arrombou a porta e entrou. Eu
me senti horrível, eu já estava
acorda e comecei a gritar. Ele
levou bolsa, celular, dinheiro
e saiu. Logo depois chegou
gente aqui para me socorrer.
Chamei a polícia, mas não
deu em nada, como sempre,
não tomam providência nenhuma, como agora. Já teve
casos aqui que trancaram as
pessoas de refém no banheiro
para roubarem”, lamenta Jossilane.
A professora Janaina Morais, que tem dois filhos, um
menino de 13 e uma menina
de 17 anos, ainda está se recuperando do trauma da invasão em sua casa no começo do mês de abril deste ano.
Ela conta que o assaltante
entrou em sua residência
por volta das 4h da manhã,
entrou no quarto dos seus
filhos enquanto dormiam,
levou os celulares dos dois e
a câmera fotográfica da mais
velha, além de outros objetos da casa, como a TV da
sala, camisas do marido, videogame da criança. A família acredita que o assaltante
colocou todos os pertences
roubados enrolados na toalha do sofá, que também desapareceu e que eles trabalham em grupo.
“A gente teve que mudar as
portas, adquirir um cachorro,
colocar cerca elétrica, que era
algo que a gente não queria
aceitar porque a gente que
fica preso e teve que passar
por cima da nossa vontade.
E isso é um absurdo, a minha
filha ficou preocupada em saber como estava quando eles
entraram no quarto, meu filho ficou revoltado e a gente
passou noites dormindo com
nossos filhos no quarto, com
medo de acontecer novamente. É um sensação horrível.
Não é para ser assim, não era
para ninguém entrar na minha casa, pegar as coisas que
a gente tem um sacrifício tão
grande para a adquirir”, desabafa a moradora.
Eles fizeram um Boletim de
Ocorrência, a perícia foi analisar o local, mas não obtiveram resultado. A família relata
que um caso semelhante e na
mesma rua aconteceu poucos
dias depois e que durante o
acionamento da polícia militar, o delegado afirmou já ter
uma lista com a quantidade
de casos de invasão do conjunto Dignidade.
Outra moradora, a dona
de casa Josefa Cardoso, conta que no começo da manhã
da última sexta-feira (30), a
casa de sua vizinha foi assaltada e levaram TV, celular,
carro e bolsa dos proprietários. O assalto aconteceu 7h
a manhã, mas a polícia só
chegou às 8:30h. “Estamos
sem segurança, passa mais de
uma hora para a polícia chegar, e esses casos são todos
recorrentes aqui, não muda”,
reclama.
(Foto: Moura Alves/ O Dia)
Na casa da moradora Talita
Rejane o problema se repetiu. É um dos mais recentes
dos denunciados, aconteceu
no dia 27 de maio e levaram
duas TV’s durante a madrugada. O último aconteceu na
noite da última sexta-feira
(30) em uma pizzaria próximo à rua da moradora, na Q
18 do conjunto, com arrastão
em clientes e proprietários.
Talita explica que, ao denunciar o delegado falou que
a Secretaria de Segurança
tinha tirado os dois agentes da delegacia, e por isso,
ele atendia à região, que vai
do bairro Lourival Parente
ao bairro Angelim, sozinho.
“Ele chegou a pedir para eu
ir na Secretaria de Segurança
para pedirem mais agentes,
já que ele fez as solicitações,
mas não tinha sido atendido.
Pela quantidade de gente que
chega dizendo que foi assaltado, teve uma época que foi
uma casa por semana, eles já
deveriam ter noção de onde
vinham os criminosos”, enfatiza ela.
O que os moradores pedem
é que o policiamento seja
intensificado e uma investigação seja feita sobre todos
os casos de invasão para dar
fim ao problema e garantir
segurança para todos da região. Essa convivência com
o medo de assaltos na pró-
pria residência, um local que
deveria ser a segurança, mas
que é violado, está sendo motivo de tirar o sono de muitas
famílias.
Resposta
A equipe de reportagem do
Jornal ODIA tentou contato
com o delegado responsável
pela área para saber quanto
às providências, mas até o fechamento desta edição as ligações não sofram atendidas.
Edição: Isabela LopesPor: Karoll Oliveira