Permissionários da Nova Ceasa estão tendo suas mercadorias apreendidas pela direção do espaço. A denúncia é feita por José de Ribamar Lopes, presidente da Associação dos Permissionários da Ceapi (antigo nome do espaço – Central de Abastecimento do Piauí). De acordo com ele, os comerciantes estão sendo impedidos de trabalhar por estarem com o aluguel atrasado. A justificativa, no entanto, é de que a taxa é considerada abusiva pelos vendedores.

No local, trabalham cerca de 800 permissionários que, segundo José de Ribamar Lopes, não têm como arcarem com o aluguel de R$ 40 semanais do módulo para o comércio de frutas, verduras e legumes. A taxa é determinada pela BSPE Nova Ceasa, concessionária vencedora da licitação da Parceria Pública Privada proposta pelo Governo do Estado.

^{Foto: Moura Alves/Arquivo O Dia}

“A taxa era de R$ 12, passou para R$ 18 e agora é R$ 40 por semana. Se a gente não pagar, a Teresina, Terça, 19 de Fevereiro de 2019 A taxa era de R$ 12, passou para R$ 18 e agora é R$ 40 por semana. Se a gente não pagar, a gente é despejado, é agredido gente é despejado, é agredido. Tem segurança para bater em você, te colocar para fora. Não é justo para um trabalhador da Ceapi, que conhece aquela formação de vender mercadoria. Ele não tem formação em universidade, ele não tem estudo. Ele só sabe vender fruta. A gente fica muito triste em ver isso acontecer”, diz José de Ribamar Lopes.

O presidente da Associação dos Permissionários alega que vários comerciantes foram impedidos de trabalhar recentemente por conta dos atrasos. Eles agora devem recorrer ao Ministério Público para acompanhar a denúncia. “A gente quer que o Ministério Público veja isso de perto. Queremos que as taxas baixem. Queremos uma audiência pública, que o Ministério Público escute os permissionários”, argumenta.

^{Foto: Moura Alves/O Dia}

O outro lado

A diretoria da Nova Ceasa esclarece que não há nenhuma proibição na entrada de veículos de permissionários no local. Segundo eles, nem mesmo aqueles que estão inadimplentes são impedidos de entrar no mercado.

A diretoria informou ainda que atendeu a uma solicitação dos comerciantes e estabeleceu que apenas veículos de quem tem cadastro de negócio e, consequentemente, contrato com a administração, é que pode ter acesso à central de abastecimento para a venda de produtos.

“A ação é como uma medida de proteção aos 730 permissionários existentes no mercado. A direção ressalta ainda, ao todo, cerca de 100 cargas entram no entreposto piauiense e que esta foi a primeira vez, em um ano e nove meses de gestão, que uma carga foi impedida de entrar na Nova Ceasa”, diz a nota enviada pela assessoria.

A respeito dos valores das taxas de aluguel, consideradas abusivas pelos comerciantes, a direção diz que elas obedecem aos mesmos valores definidos no contrato de gestão com o Governo do Estado, discutido em todas as esferas, inclusive em audiências públicas e, por conta disso, não há nenhum questionamento, por parte dos permissionários, com relação ao assunto.

Por: Yuri Ribeiro - Jornal O Dia