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Aguapés voltam a tomar conta da superfície do rio Poti

Situação atrapalha trabalho de pescadores; A situação é comum no período de altas temperaturas, quando o volume das águas diminui e o rio perde a capacidade de dissolver matérias

07/11/2017 07:36

Os aguapés voltaram a dominar trechos do Rio Poti em Teresina. A situação é comum no período de altas temperaturas, quando o volume das águas diminui e o rio perde a capacidade de dissolver matérias que contribuem para sua poluição. A informação é do ambientalista José Ribamar Rocha. 

O cenário é prejudicial para os pescadores, que reduzem suas atividades devido à dificuldade de navegar no rio por causa das plantas. Além disso, a quantidade de peixes diminui, é o que relata o pescador Márcio Vinicius. Ele atribui o aparecimento dos aguapés às redes de esgotos despejadas diretamente no rio, sem tratamento. 

Plantas cobrem a superfície do rio Poti, criando a ilusão de que há um gramado sob a ponte JK (Foto: Andrê Nascimento/ O Dia)

 “Eles atrapalham a pessoa navegar, têm vários locais do rio que já estão fechados. As espécies de peixes não morrem, mas diminui muito. A gente reduz nossa pesca, mas mesmo assim, continua indo atrás, não tem como ficar parado”, fala. 

Segundo o ambientalista Ribamar Rocha, o crescimento de aguapés indica poluição no rio, já que as águas despejadas são de uso doméstico e repletas de substâncias que favorecem o surgimento das plantas. 

No entanto, o aguapé tem um importante papel ecológico: ele faz a limpeza da água, mantendo o equilíbrio ambiental. “Os aguapés não chegam a ser uma ameaça porque, quando atingem esses picos, a tendência é desfazer essa situação de degradação do rio. A ameaça que existe é do lançamento do esgoto sem tratamento”, ressalta. 

Quantidade de peixes diminui com a presença das plantas, mas pescadores continuam trabalhando (Foto: Moura Alves/ O Dia)

O ambientalista ainda informa que, nessa época de diminuição das chuvas e de altas temperaturas, a água do rio passa a ser substituída praticamente pelo esgoto. “A única medida recomendável seria fazer tratamento do esgoto antes de ser jogado no rio. Todo ano, se sabe o porquê desses aguapés, então é irracional a gente estar lançando esgoto sem tratamento, poluindo nossas águas”, frisa Ribamar Rocha. 

Outro lado 

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semam) esclarece que existe, desde 2013, após um acordo judicial, uma empresa responsável pelo trabalho de corte, remoção e deslocamento dos aguapés do Rio Poti. A limpeza é realizada diariamente e tem a finalidade de garantir que a lâmina do rio não seja inteiramente coberta pela planta flutuante, o que pode ocasionar prejuízos à fauna aquática. 

A Semam esclarece, ainda, que os aguapés são benéficos, quando presentes em até 30% da lâmina do rio, pois surgem como uma defesa biológica, no sentido de contribuir com a retirada da carga de poluentes presentes na água.

Edição: Virgiane Passos
Por: Letícia Santos
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