A situação para quem acompanha um ente doente, por si só, já
não é das mais confortáveis, mas para quem acompanha pacientes no Hospital
Getúlio Vargas, Centro de Teresina, o cenário tem sido ainda mais difícil. Relatos
de falta de comida no refeitório tem se tornado recorrentes e a fila que se
forma para o horário estabelecido para a refeição, também deixa em situação
desgastante os acompanhantes de pessoas doentes no local.
Adailson Expedito de Carvalho, 29 anos, que é natural do município de São João
da Canabrava, Sul do Piauí, está prestes a completar um mês que acompanha o pai
durante seu tratamento no Hospital. Segundo o jovem, tem sido comum faltar
algumas das guarnições durante o horário de refeição e, por isso, ele já chegou
a comer apenas arroz em um dos dias. “Hoje faltou a mistura e nós comemos só
arroz e feijão. Eles dizem que ‘se quiser’ a gente espera enquanto será
preparado outra coisa. A grande questão é que tenho certeza que a direção sabe
quantos pacientes tem no hospital e quantos acompanhantes, então como pode
faltar comida assim?”, questiona.
Filas e falta de comida tornam a situação de quem acompanha pacientes no Hospital Getúlio Vargas ainda mais desgastante
Francilane Melo também reclama da forma como os acompanhantes são tratados. “Já
cheguei a ir e não ter mais comida de jeito nenhum, as filas são enormes e a
direção também não deixa que a gente saia para comprar comida, já que o horário
de saídas é só de 17horas às 20horas. Já é difícil estar acompanhando uma
pessoa doente, vindo de outro município com pouco dinheiro e ainda temos que
passar por isso”, relata.
Segundo os pacientes, o horário determinado para a refeição dos acompanhantes é
de 12h50 a 13h30. Mesmo chegando às 13horas, os acompanhantes relatam que parte
das guarnições já começam a faltar.
Direção do HGV - NOTA
O Serviço de Nutrição e Dietética do HGV fornece em média três mil refeições/dia, incluindo pacientes, acompanhantes e servidores. Apesar de programar alimentação para essa quantidade de pessoas e buscar a excelência em todo o processo de trabalho, reconhece que, em alguns momentos, podem ocorrer atrasos na produção de alguma guarnição, especialmente devido ao grande volume necessário.
Com relação ao horário de abertura do refeitório, vale ressaltar que antes de atender aos acompanhantes, precisa fornecer refeições aos servidores plantonistas da instituição e a estrutura física não suporta atender todos ao mesmo tempo. O que justifica necessitar de estratégias como horário diferenciado para a distribuição das refeições aos comensais.
O refeitório tem capacidade de atendimento de apenas 68 comensais (servidores e acompanhantes) a cada quinze minutos, em média. Desse modo, é necessário e inevitável a formação de filas para que possamos organizar o melhor atendimento a todos.
Informamos que o SND do HGV refeições utiliza-se as Boas Práticas de Fabricação de Alimentos de forma que as refeições servidas tenham qualidade higiênico –sanitária satisfatória.
Dessa forma, se faz necessário compreensão para ocorrências esporádicas como as enunciadas na matéria original.
Por: Glenda Uchôa