Em 31 de
maio é celebrado o Dia
Mundial sem
Tabaco e, para
marcar a data, o
Jornal O DIA traz esta
semana uma série de reportagens sobre o tema, destacando
os prejuízos que o fumo causa
no corpo humano, assim como
os tratamentos oferecidos através da rede pública de saúde. O
tema da campanha deste ano,
coordenada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), é “Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento”.
Além dos danos à saúde pública, a produção e o consumo de
produtos originários do tabaco
geram importantes impactos
socioambientais pouco conhecidos pela população. Um exemplo é o uso de lenha para aquecer
as estufas que secam as folhas de
tabaco que serão utilizadas na
fabricação de cigarros - o que
leva ao desmatamento e ao desequilíbrio da biodiversidade
em tempos de severas mudanças
climáticas.
Tabaco traz prejuízos não só à saúde, mais ao meio ambiente (Foto: Folhapress)
Segundo o oncologista Danilo Fonseca, 90% dos tumores
de pulmão têm relação com o
tabagismo. Contudo, ele lembra
que há cânceres que a população
desconhece que também têm relação com o tabagismo, como o
de colo do útero, bexiga, câncer
de fígado, esôfago, boca, laringe,
colo e reto. “O tabagismo tem mais de
4.700 substâncias tóxicas, dessas
pelo menos 40 são consideradas
cancerígenas, ou seja, substâncias que comprovadamente,
quando entram no corpo do indivíduo, podem aumentar o risco de desenvolver câncer”, cita.
O oncologista destaca que o
tabagismo passivo traz um menor risco em relação ao tabagismo ativo, mas também é um
fator de risco, sobretudo para a
população que está exposta de
forma prolongada a ambientes
fechados. Essa incidência propicia a manifestação de diversas
doenças, como infarto agudo de
miocárdio, AVC e os diversos
tipos de câncer.
“Não só o cigarro é fator de
risco para as doenças relacionadas ao tabagismo, mas mascá-lo
ou aspirá-lo, o chamado rapé,
além de cigarros de palha, charuto, todos estão relacionados
à incidência de doenças, assim
como à impotência sexual e circulação”, pontua.
Segundo o especialista, a incidência de câncer causado pelo
tabaco no Brasil não é tão alta
quanto em outros países, porém, é significativa. 20% dos homens são tabagistas correntes,
enquanto as mulheres representam 13%. “Precisamos diminuir
isso, porque o tabagismo é o
principal fator de risco evitável
para diminuir doenças relacionadas ao câncer e outras doenças. De 20% a 30% dos tumores
estão relacionados ao tabagismo”, destaca Danilo Fonseca.
Por: Isabela Lopes