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Uso de celular pode gerar problemas de interação, físicos e psicológicos

Esse uso excessivo e a dificuldade em se desvincular da internet ou de outros meios eletrônicos é chamada de nomofobia.

05/10/2018 10:49

Eles representam uma verdadeira revolução na vida moderna. Os celulares chegaram para fazer a diferença, como aproximar e facilitar a vida das pessoas. Quem nunca se deparou com a seguinte situação: sair com os amigos e, de repente, todos estarem mexendo nos celulares e sem interagirem pessoalmente? Pois é, o uso excessivo pode gerar constrangimentos na vida social, assim como problemas físicos e psicológicos.

A estudante Fernanda Castro, por exemplo, lembra de um episódio em que saiu com os amigos e todos ficaram em seus aparelhos. Uma situação constrangedora, já que todos se dispuseram a estar em determinado local, mas, na prática, ninguém estava interagindo. “Fomos para uma pizzaria comemorar o aniversário de um amigo, mas na hora, todo mundo ficou mexendo no celular e ficou um silêncio na mesa. Nem parecia que nos conhecíamos”, disse.

Esse uso excessivo e a dificuldade em se desvincular da internet ou de outros meios eletrônicos é chamada de nomofobia, como explica a psicóloga Ana Cláudia Carvalho. Segundo a especialista, a nomofobia pode gerar problemas tanto na vida pessoal, como profissional e social.

“Por ser um comportamento abusivo, causa prejuízos emocionais, desde a dependência emocional e afetava, pois, perde-se o vínculo com outras pessoas e o contato real, como físicos, devido à postura de passar muito tempo com o pescoço em uma posição, podendo provocar problemas de vista e dores de cabeça”, ressalta.

Quando o manuseio se torna uma doença, é necessário tratamento e aceitação.Foto: Poliana Oliveira/ODIA

E Fernanda Castro já sente esses efeitos causados pelo uso excessivo de celular, principalmente relacionados à visão. Ela utiliza óculos e conta que sente dores de cabeça quando faz uso por muito tempo de aparelhos eletrônicos. Para ela, um desconforto que incomoda, mas um vício complicado de se libertar.

“Tento diminuir o brilho da tela para não doer tanto minha cabeça e também tenho evitado usar o dia inteiro, mas, infelizmente, não tem como deixar de usar celular, porque é algo que precisamos, seja para falar com um amigo, parente, resolver problemas da faculdade e tantas outras coisas”, disse.

A engenheira civil Jéssica Meneses também utiliza muito o celular, tanto para o trabalho como para entretenimento. Ela conta que é através do celular que se mantém informada e reconhece que as pessoas estão cada vez com mais dificuldade em se concentrarem nas atividades diárias devido aos aparelhos eletrônicos.

“O celular toma muito nosso tempo. Eu confesso que saí com amigos e, às vezes, ficava olhando para ver as redes sociais. Isso é ruim, porque precisamos ter uma relação afetiva física e, quando estamos com o celular, acabamos deixando quem está do nosso lado em detrimento de outros que estão distantes”, frisa.

Para a psicóloga Ana Cláudia Carvalho, o uso excessivo de celular pode se tornar uma doença, necessitando de tratamento e aceitação. “Não tem como ministrar medicação em um paciente senão compreendermos o sentido do celular, internet ou outro dispositivo para essa pessoa. Se isso é uma dependência e a pessoa tem sintomas de ansiedade por conta desse excesso, é mais difícil iniciar um tratamento”, finaliza.

Por: Isabela Lopes
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