O mosquito Aedes aegypti,
transmissor da Dengue,
Chikungunya e Zika, pode
se reproduzir em qualquer
lugar que tenha água limpa
e parada. Por isso, é preciso
ficar atento aos reservatórios
que podem ser propícios
para a proliferação, como
caixas d’água, baldes, bacias,
garrafas e pneus.
Porém, o mosquito pode
colocar seus ovos em lugares
que muitas vezes passam
despercebidos no dia a dia
pela maioria da população,
como um copinho descartável
jogado no meio da
rua; uma tampinha de garrafa;
no alto das paradas
de ônibus; em lixeiras nas
praças, entre outras. Esses
locais que muitas pessoas
não percebem, também
podem se tornar focos de proliferação
e requer cuidados.
Foto: Elias Fontenele/ODIA
O estudante Lucas Jociel
Viana ficou surpreso ao
saber que as paradas de
ônibus acumulam água
na cobertura e disse que
não havia reparado. “Eu
nunca tinha percebido que
a água ficava acumulada lá
em cima, e isso é perigoso,
porque o mosquito pode
aproveitar para colocar os
ovos. Eu acho que deveriam
fazer uma vistoria nesses
lugares, limpando, para não
acumular água”, disse.
A dona de casa Rita de
Cátia disse já ter reparado
em alguns locais, nas ruas
da cidade, que acumulam
água, mas passam despercebidos
pela população,
como as lixeiras em parque
ou praças. “Às vezes, eu
percebo que tem lixo acumulado
em alguns lugares
e que pode servir como
criadouro, mas não dá
para fazer nada. Quando
é um copinho descartável
eu até desviro, tento fazer
minha parte”, falou.
Rita de Cátia afirmou
saber dos riscos que esses
locais que acumulam água
trazem à população, e
enfatizou que as pessoas
deveriam se preocupar
mais, principalmente evitando
jogar lixo nas ruas
e em locais impróprios.
Ela ainda acrescentou que
deveriam ser intensificadas
as fiscalizações para evitar
que a água acumule, sobretudo
em locais públicos.
Nas lixeiras de praças,
parques e vias públicas, é
comum que o recipiente seja
vazado, para que a água
possa escorrer, entretanto,
com o lixo, as águas acabam
ficam acumuladas, e se não
recolhido diariamente, pode
se tornar um possível foco de
dengue.
Agentes estão autorizados a adentrar imóveis mesmo sem consentimento
Uma das maiores dificuldades
dos agentes de
endemia é se deparar
com imóveis fechados ou
ainda moradores que se
recusam a abrir a porta de
suas residências para que
as vistorias sejam feitas.
Com isso, fica inviável
eliminar os possíveis
focos do mosquito Aedes
aegypti, transmissor da
Dengue, Chikungunya e
Zika.
E para superar esses
desafios encontrados diariamente
e garantir que o
mosquito não se prolifere,
um decreto de emergência
em saúde pública
em Teresina entrou em
vigor na última quartafeira
quarta-feira (30). O
documento visa reforçar
as medidas de prevenção
e controle dessa virose. A
validade da determinação
é de 90 dias, podendo
ser prorrogado por igual
período.
Com a aprovação deste
decreto, os agentes de
endemias da Fundação
Municipal de Saúde, com
apoio da Coordenadoria
de Assistência Militar
e Defesa Civil do município
estão autorizados
a adentrar residências e
imóveis fechados, mesmo
sem a consentimento dos
proprietários, caso identifiquem
possíveis focos
e criadouros do mosquito
da dengue.
A determinação foi precisa
devido ao aumento
de notificações de casos
suspeitos de dengue e
a possibilidade desta
infecção causar hemorragias,
choque e até morte.
Caso as autoridades
sanitárias e os agentes
de combate às endemias
diretamente responsáveis
identifiquem riscos
iminentes, eles poderão
adentrar as casas, imóveis
comerciais ou não, a
qualquer hora do dia e da
noite, mesmo sem o consentimento
do morador
para adotar os procedimentos
técnicos para
combater o mosquito.
Com o decreto de
emergência, também
está autorizada a convocação
de voluntários
para reforçar as ações
de combate ao mosquito
da dengue, bem como
a realização de campanhas
assistenciais junto
à comunidade, com o
objetivo de conter o
avanço da das viroses. As
equipes de fiscalização
são formadas por agentes
de endemias, sanitária e
limpeza, além de profissionais
responsáveis por
orientar à população.
O município também
tem intensificado as
campanhas educativas
e de limpeza, como a
“Faxina nos Bairros”,
que visa incentivar os
moradores a se reunirem
em um mutirão para,
literalmente, fazer uma
faxina nas casas, ruas e
redondezas.