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Sobe número de casos de hanseníase no PI; mais da metade é transmissível

Em 2017 foram registrados mais de 900 novos casos da doença no Estado. Mais da metade dos diagnósticos apontam a doença em estágio transmissível.

11/01/2018 15:32

Durante o ano de 2017, foram registrados no Piauí 935 novos casos de hanseníase. Os números mostram um aumento no registro da doença no estado, já que em 2016 foram notificados 911 casos desse tipo de infecção. De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pela Coordenação Estadual de Controle à Hanseníase, da Secretaria de Estado da Saúde, 67,5% dos casos registrados foram notificados já em estágio transmissível da doença, representando um risco para a população.

A hanseníase é uma infecção que atinge principalmente a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos. Entre os sintomas mais comuns da doença estão manchas claras ou vermelhas na pele. Essas manchas têm diminuição de sensibilidade e dormência e se não forem tratadas precocemente, podem evoluir para incapacidades e deformidades. O mais importante é que a hanseníase tem cura e o tratamento é feito durante um período de 6 meses a 12 meses  e é gratuito pelo SUS, nos 224 municípios do Piauí.

67,5% dos casos registrados foram notificados já em estágio transmissível da doença. (Foto: Arquivo O Dia)

Entre os municípios do Estado com maior número de registros de casos de hanseníase estão: Teresina, com 385 novos casos; Parnaíba, com 64 casos; Picos, com 34 casos; Piripiri e Floriano, com 29 casos cada; e Campo Maior, com 26 casos. De acordo com o boletim epidemiológico, a maioria dos casos atingem pessoas com idade superior a 15 anos, representando 869 casos do total. Já o registro de casos da doença em adolescente e crianças com idade inferior aos 15 anos foi de 66 notificações, somente no ano passado.

Segundo a Coordenação Estadual de Controle à Hanseníase, o Piauí apresenta 29.1 casos para cada 100 mil habitantes, parâmetro considerado muito alto. Tanto a classificação predominante, do tipo multibacilar, e o parâmetro de detecção da doença, considerado muito alto, chamam a atenção “para a necessidade de mais envolvimento dos serviços de saúde dos municípios em estratégias para o alcance do diagnóstico precoce da doença. Com a classificação multibacilar predominante mostra que existe focos da doença em atividade em todo estado”, alerta a supervisora estadual de Controle de Hanseníase, Eliracema Alves. 

Eliracema Alves enfatiza que, com a notificação dos novos casos, o paciente é direcionado ao tratamento, que é gratuito, e realizado nos 224 municípios, nas unidades de saúde. Toda medicação é fornecida pelo SUS e após o início do tratamento, o paciente não transmite mais a bactéria causadora da doença. 

Os pacientes que estão num estágio mais avançado, com comprometimento de membros por não fazerem o acompanhamento pelas unidades de saúde, são encaminhados para a clínica de referência em dermatologia, no Hospital Getúlio Vargas(HGV), no Centro Maria Imaculada ou para o Hospital Universitário, sendo acompanhados por profissionais referência para todo o Estado.

Janeiro Roxo

A divulgação do Boletim integra uma das atividades da campanha “Janeiro Roxo”, mês em que são reforçadas as ações de prevenção e combate a hanseníase. Além dessa ação, a Secretaria de Estado da Saúde realiza capacitações voltadas para os profissionais de saúde e reforça a importância do paciente buscar atendimento nas unidades de saúde do seu município, caso perceba o aparecimento de manchas nas peles, em qualquer parte do corpo, principalmente se houver diminuição de sensibilidade ao calor e toque.

Em outubro do ano passado, o Estado aderiu à campanha nacional Brasil Livre da Hanseníase, quando, em parceria com o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), além da Organização Mundial de Saúde(OMS) e o Movimento Morhan, foram realizados 506 atendimentos e capacitados mais de 1.400 profissionais de saúde. Somente naquele período, foram notificados 110 novos casos da doença, nos municípios de Teresina, Parnaíba e Floriano.

Outra ação que será realizada é o I Workshop Estadual de Hanseníase, com objetivo de capacitar secretários municipais de saúde, profissionais de saúde, estudantes de graduação, pós-graduação e comunidade em geral, no dia 25 de janeiro.  Além disso, Parnaíba, Floriano e Picos também debatem sobre a temática em atividades nas comunidades. 

O Estado, junto ao Ministério da Saúde, trabalha a educação em saúde para população, campanhas de diagnóstico e capacitação para profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) além de dar apoio os municípios na busca dos casos de hanseníase. 

“O Piauí é um Estado endêmico para hanseníase, por conta disso, nossos trabalhos são voltados ao diagnóstico precoce. O Estado desenvolve um trabalho de busca constante a novos casos para melhorar os indicadores e condições das pessoas com hanseníase”, comenta Eliracema Alves. 

Por: Nathalia Amaral, com informações da SESAPI.
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