A morte de um bebê neste domingo (22) alertou os órgãos de saúde do Estado. Ele nasceu na Maternidade Santa Fé e estaria com suspeita de microcefalia. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que está investigando o caso, mas não confirmou a causa do óbito do recém-nascido.
O Comitê de Operações Emergenciais em Saúde Pública do Piauí – Microcefalia está fazendo o levantamento das informações. “Para identificar as causas é necessária uma investigação detalhada, incluindo um questionário a ser respondido pela mãe” diz a nota. A Sesapi avalia como precipitada qualquer outra informação a respeito do caso e garante que tão logo seja identificada a causa da morte, informará à sociedade.
A maternidade Santa Fé também se pronunciou através de nota, informando que "o óbito do recém-nascido ocorreu devido a uma síndrome, caracterizada por várias anomalias cerebrais, entre elas ventriculomegalia bilateral e mega cisterna magna, diagnosticadas através de ultrassonografia morfológica, realizada na 23ª semana de gestação e repetida na 28ª semana, confirmando a má formação cerebral da criança, descartando a possibilidade de uma morte por microcefalia".
O número de casos de recém-nascidos com microcefalia aumentou 350% no Piauí, em relação ao ano passado. A Sesapi identificou 27 bebês nascidos com a anomalia somente este ano. O total de casos já é quase o triplo dos registros dos últimos cinco anos. Em 2010, foi identificado apenas um caso, em 2011 não houve notificações. Em 2012 e 2013 foram registrados quatro casos em cada ano, e em 2014 nasceram seis bebês com a anomalia.
O último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde confirmou que houve registros de microcefalia em sete Estados: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia. A epidemia de contaminação por zika vírus registrada no primeiro semestre é a "principal hipótese" para explicar o aumento dos casos na região Nordeste, de acordo com investigações preliminares.
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
Por: Nayara Felizardo, com informações da Sesapi