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Psicóloga diz que prevenção é a melhor saída para evitar casos de suicídio

Diálogo, identificação de sinais e desmistificação do tema podem salvar vidas. Em Teresina, a cada 100 mil habitantes, 6,8 cometem suicídio por ano.

19/04/2015 07:46

As mortes por suicídio permanecem sendo um tabu na sociedade, mas também uma constante. Em todo o mundo, multiplicam- se as estatísticas de casos registrados e o Brasil têm grande número delas, principalmente entre os jovens. O último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que acontece, em média, um suicídio a cada 40 segundos em todo o planeta. Para a pesquisadora do tema e psicóloga Adriana Lemos, o suicídio é um assunto de saúde pública e deve ser prevenido.

 “O suicídio já se tornou um problema de saúde pública. Assim como ele é um assunto complexo, a prevenção também é, mas é possível. É preciso que haja um engajamento na questão de políticas públicas. Cerca de 90% dos casos de suicídio estão ligados a questões psiquiátricas, como depressão, esquizofrenia ou abuso de substância psicoativa; então, com o devido acompanhamento é possível evitar que os casos aconteçam”, ressalta a psicóloga. 

Com base nos últimos dados veiculados pelo Ministério da Saúde, em 2014, o Piauí ocupa a quinta posição em números de suicídios do Brasil. Na capital Teresina, a cada 100 mil habitantes, 6,8 cometem suicídio todos os anos. No ano de 2020, o mundo pode contabilizar 1,6 milhão de mortes em decorrência da prática.

É com base nesses dados e na devastadora consequência do ato, que debates a respeito do tema começam a se fortalecer na sociedade, ajudando a abandonar o paradigma do silêncio sobre o suicídio. Para especialistas, é necessário se discutir a temática, mas com responsabilidade e ética. 

“A gente não é preparado para falar sobre o assunto. A forma de abordar está errada. O que acontece é que o tema não é tratado como deveria, porque não basta só noticiar ou especular, como acontece em alguns veículos de comunicação e, hoje em dia, principalmente nas redes sociais. É preciso que se fale, mas de uma forma que ajude a superar o preconceito, mostrando que qualquer pessoa está sujeita, mas pode haver ajuda e saída”, defende Adriana Lemos.

Aspectos emocionais, psiquiátricos, religiosos, sociais e culturais podem estar associados ao suicídio. Por isso, é imprescindível que os fatores de risco sejam identificados o quanto antes pelas pessoas próximas ao convívio, tais como transtornos psiquiátricos, abuso de substâncias como álcool e outras drogas, brigas familiares, perda do emprego, doença grave, dívidas, entre outros. Nesse cenário, a informação é a principal ferramenta. 

O diálogo aberto e preventivo sobre o tema deve fazer parte da sociedade. Segundo a psicóloga, os fatores protetivos também devem ser identificados e reforçados. “Os fatores protetivos são aqueles que ajudam que o indivíduo não desenvolva uma tendência suicida. Pode ser a religião, o controle e acompanhamento de doenças psicológicas, fazer esportes, ter um grupo de amigos, se abrir ao diálogo com a família e vários outros”, relata. 

Grupos de apoio e prevenção são fortes aliados no combate à repetição de casos de suicídio. Para ir de contra as mortes causadas pelo ato de desespero, a frase de sabedoria popular fica ainda mais usual: Enquanto houver vida. Há esperança.

Por: Glenda Uchôa- Jornal O Dia
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