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Vigitel: número de fumantes em Teresina passa de 50 mil pessoas

Dados de uma pesquisa do Ministério da Saúde mostram que a prevalência de pessoas que consomem cigarro e seus derivados na Capital chega 6,4%

31/05/2017 15:54

A população de fumantes de Teresina já ultrapassa as 50 mil pessoas, é o que aponta uma pesquisa sobre tabagismo da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas do Ministério da Saúde (Vigitel). Segundo os dados, a Capital piauiense tem uma prevalência de fumantes de 6,4%. Em números absolutos, isso significa que dos seus 847.430 habitantes, pelo menos 54.235 fumam cigarro e outros derivados.

A pesquisa Vigitel foi feita por telefone nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, e contou com 53.210 entrevistas.  As capitais do país com maior prevalência de fumantes são Curitiba (14%), Porto Alegre (13,6%) e São Paulo (13,2%). Salvador foi a capital com menor prevalência de fumantes.


FOTO: CARLOS SODRÉ/ AG. PARÁ

Em todo o Brasil, a frequência de fumantes hoje é maior no sexo masculino (12,7%) do que no feminino (8%). Se analisado por faixa etária, a pesquisa mostra que a frequência de fumantes é menos entre os adultos jovens com menos de 25 anos (7,4%), ou após 65 anos (7,7%) e maior na faixa etária dos 55 aos 64 anos.

O estudo mostrou ainda que a frequência do hábito de fumar diminui com o aumento do nível de instrução nas três faixas de escolaridade: 0 a 8 anos de estudo, 9 a 11 anos ou mais de 12 anos de estudo. Nestas três faixas, a frequência é maior entre homens e mulheres com até oito anos de estudo (17,5% e 11,5% respectivamente), o percentual é duas vezes maior em relação a indivíduos com 12 ou mais anos de estudo (9,1% e 5,1%, respectivamente).

Apesar de a prevalência de fumantes em todas as Capitais brasileiras ter reduzido em 35% entre 2006 e 2016, o Ministério da Saúde informou que que está mantendo conversas com o Supremo Tribunal Federal para julgar e liberar a proibição da Anvisa de colocar aditivo de sabor nos cigarros. Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, os jovens que iniciam no tabagismo são os mais atraídos por esses aditivos de sabor.

Gastos

Na solenidade pelo Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado nesta quarta-feira (31), Ricardo Barros ressaltou ainda que a medida mais eficaz para reduzir o consumo, no entanto, foi o aumento de preços por meio da elevação dos impostos que recaem sobre a comercialização do cigarro no Brasil.


FOTO: SIDNEY OLIVEIRA / AG. PARÁ

A pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que o tabagismo causa um prejuízo de R$ 56,9 bilhões ao país a cada ano. Desse total, R$ 39,4 milhões são com custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade provocadas pela morte prematura ou por incapacitação de trabalhadores. O estudo verificou ainda que a arrecadação total de impostos pela União e estados, com a venda de cigarros no país em 2015, foi de R$ 12,9 bilhões. Ou seja, o saldo negativo do tabagismo para o país foi de R$ 44 bilhões, quando se subtrai os gastos da saúde em relação aos impostos arrecadados.

Segundo o estudo, as doenças relacionadas ao tabaco que mais oneraram em 2015 o sistema público e privado de saúde no Brasil foram: doença pulmonar obstrutiva crônica-DPOC - principalmente enfisema e asma - (R$ 16 bilhões); doenças cardíacas (R$10,3 bilhões); tabagismo passivo e outras causas (R$4,5 bilhões); cânceres diversos de esôfago, estômago, pâncreas, rim, bexiga, laringe, colo do útero e leucemia (R$4 bilhões); câncer de pulmão (R$2,3 bilhões); acidente vascular cerebral (AVC)(R$2,2 bilhões); e pneumonia (R$146 milhões).

Ainda mais grave que o impacto econômico são as mortes provocadas pelo tabagismo. O estudo aponta que o tabagismo foi responsável por 156.216 mortes no Brasil em 2015, que representam 12,6% de todos os óbitos de pessoas com mais de 35 anos. Do total de 156.216 óbitos relacionados ao tabaco, 34.999 foram por doenças cardíacas, 31.120 por DPOC, 26.651 por cânceres diversos, 23.762 por câncer de pulmão, 17.972 por tabagismo passivo, 10.900 por pneumonia e 10.812 por AVC.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações do Ministério da Saúde
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