Muitas vezes,
a ameaça do
Aedes aegypti
pode estar nos
quintais de casa ou na
cobertura dos prédios e em
espaços associados ao lazer,
como a piscina. A água
límpida, na temperatura
ambiente, pode se tornar
criadouro de larvas do mosquito
se não houver certos
cuidados por parte do proprietário.
Informações da Coordenação
de Vigilância em
Saúde Ambiental, da Secretaria
de Estado da Saúde
(Sesapi), mostram que, em
2015, no Piauí, foram notificados
7.618 casos suspeitos
de dengue, em 169 municípios.
O número representa
redução de 0,8% em relação
a 2014. Apesar da pequena
queda em relação ao mesmo
período do ano passado,
o Estado, municípios e a
sociedade em geral devem
continuar em alerta para
evitar a proliferação do
Aedes aegypti, mosquito
transmissor da dengue,
chikungunya e zika.
No caso das residências
e condomínios com piscina,
entre os muitos cuidados
que se deve ter, aquele que
merece atenção especial é o
cloro. Esse produto químico
mantém a água saudável,
ao eliminar bactérias e
outros micro-organismos
que potencializam doenças
ainda vulgares neste meio,
como por exemplo, micose,
pé de atleta e, mais frequentemente,
inflamações
variadas nos olhos, nariz e
ouvidos.
Além disso, o agente de
endemia Antônio Fontenele
alerta que o cloro é fundamental
para evitar os focos
do mosquito. “A forma mais
prática de evitar o surgimento
do Aedes é manter,
o ano inteiro, a rotina de
adicionar cloro ou outro produto
que elimine micro-organismos,
pois o mosquito
não sobrevive à ação do
químico. Outra alternativa
é colocar uma tela que cubra
totalmente a piscina, de
forma a evitar que a fêmea
do mosquito deposite seus
ovos nas paredes”, explica.
O uso do motor também
é eficiente, pois os ovos são
descolados das paredes pela
ondulação e destruídos pelas
pás. No entanto, o agente
de endemia aponta que é
muito comum encontrar
essas bombas danificadas
e com vazamento de água.
“Já visitamos casas em que
a piscina não tinha focos do
mosquito, mas, na área da
bomba, tinha, pois havia
um vazamento de água no
local. Esse ponto é muito
importante porque piscina
exige limpeza, mas também
manutenção”, ressalta Fontenele.
Algumas piscinas são
mais propensas ao desenvolvimento
do mosquito,
como as de plástico ou com
diferentes níveis, que têm
menos de um metro de
profundidade nas partes
mais rasas. “Para se alimentar,
a larva mergulha
até o piso; quando a piscina
é muito funda, não resiste à
pressão e morre. Pelo mesmo
motivo, piscinas abandonadas
ou com água até a
metade também preocupam.
É muito importante que, no
caso de piscinas de plástico
ou infláveis, que o dono as
sequem totalmente; se ficar
um pouco de água no fundo,
o mosquito já entende que ali
pode botar ovos na espera de
que o nível suba novamente
e ecloda os ovos”, esclarece o
agente de endemia.
Proporções adequadas
O piscineiro Francisco
Nunes elucida que, pelas
propriedades que tem, o cloro
elimina as ameaças de uma
forma extremamente eficaz
e sem constituir qualquer
perigo para a saúde, desde
que, utilizado corretamente
e nas proporções adequadas.
“Para calcular esse valor
das doses corretas é necessário
saber o volume da piscina.
Uma particularidade
que o cloro tem é que se torna
inativo quando entra em contato
com as substâncias que
elimina, ou seja, funciona só
uma vez. Por esse motivo, ele
desaparece em até 15 dias
e, assim sendo, esta é uma
operação que exige regularidade”,
explica.
Francisco assegura que os
cuidados não exige muito trabalho,
que, além de garantir
a qualidade da água, protege
a saúde de todos. “A aplicação
do cloro deve ser feita
duas vezes por semana e
é mais indicada durante a
noite, pois a água não será
utilizada novamente e o cloro
poderá fazer seu papel até
a próxima utilização. Em
altas temperaturas, como as
de Teresina, o produto perde
a eficácia em menos tempo”,
recorda o piscineiro.