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Piscinas sem limpeza e manutenção podem ser focos do Aedes aegypti

Uso do cloro, na quantidade adequada, mantém a água saudável, ao eliminar bactérias e outros micro-organismos deste meio.

13/01/2016 07:15


Muitas vezes, a ameaça do Aedes aegypti pode estar nos quintais de casa ou na cobertura dos prédios e em espaços associados ao lazer, como a piscina. A água límpida, na temperatura ambiente, pode se tornar criadouro de larvas do mosquito se não houver certos cuidados por parte do proprietário.

Informações da Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), mostram que, em 2015, no Piauí, foram notificados 7.618 casos suspeitos de dengue, em 169 municípios. O número representa redução de 0,8% em relação a 2014. Apesar da pequena queda em relação ao mesmo período do ano passado, o Estado, municípios e a sociedade em geral devem continuar em alerta para evitar a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.

No caso das residências e condomínios com piscina, entre os muitos cuidados que se deve ter, aquele que merece atenção especial é o cloro. Esse produto químico mantém a água saudável, ao eliminar bactérias e outros micro-organismos que potencializam doenças ainda vulgares neste meio, como por exemplo, micose, pé de atleta e, mais frequentemente, inflamações variadas nos olhos, nariz e ouvidos.

Além disso, o agente de endemia Antônio Fontenele alerta que o cloro é fundamental para evitar os focos do mosquito. “A forma mais prática de evitar o surgimento do Aedes é manter, o ano inteiro, a rotina de adicionar cloro ou outro produto que elimine micro-organismos, pois o mosquito não sobrevive à ação do químico. Outra alternativa é colocar uma tela que cubra totalmente a piscina, de forma a evitar que a fêmea do mosquito deposite seus ovos nas paredes”, explica.

O uso do motor também é eficiente, pois os ovos são descolados das paredes pela ondulação e destruídos pelas pás. No entanto, o agente de endemia aponta que é muito comum encontrar essas bombas danificadas e com vazamento de água. “Já visitamos casas em que a piscina não tinha focos do mosquito, mas, na área da bomba, tinha, pois havia um vazamento de água no local. Esse ponto é muito importante porque piscina exige limpeza, mas também manutenção”, ressalta Fontenele.

Algumas piscinas são mais propensas ao desenvolvimento do mosquito, como as de plástico ou com diferentes níveis, que têm menos de um metro de profundidade nas partes mais rasas. “Para se alimentar, a larva mergulha até o piso; quando a piscina é muito funda, não resiste à pressão e morre. Pelo mesmo motivo, piscinas abandonadas ou com água até a metade também preocupam. É muito importante que, no caso de piscinas de plástico ou infláveis, que o dono as sequem totalmente; se ficar um pouco de água no fundo, o mosquito já entende que ali pode botar ovos na espera de que o nível suba novamente e ecloda os ovos”, esclarece o agente de endemia.

Proporções adequadas

O piscineiro Francisco Nunes elucida que, pelas propriedades que tem, o cloro elimina as ameaças de uma forma extremamente eficaz e sem constituir qualquer perigo para a saúde, desde que, utilizado corretamente e nas proporções adequadas.

“Para calcular esse valor das doses corretas é necessário saber o volume da piscina. Uma particularidade que o cloro tem é que se torna inativo quando entra em contato com as substâncias que elimina, ou seja, funciona só uma vez. Por esse motivo, ele desaparece em até 15 dias e, assim sendo, esta é uma operação que exige regularidade”, explica.

Francisco assegura que os cuidados não exige muito trabalho, que, além de garantir a qualidade da água, protege a saúde de todos. “A aplicação do cloro deve ser feita duas vezes por semana e é mais indicada durante a noite, pois a água não será utilizada novamente e o cloro poderá fazer seu papel até a próxima utilização. Em altas temperaturas, como as de Teresina, o produto perde a eficácia em menos tempo”, recorda o piscineiro.


Por: Pedro Vitor Melo - Jornal O DIA
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