Para quem nunca ouviu
falar nas técnicas de Low
Poo e No Poo, os nomes
em inglês podem soar com
certo estranhamento. A
tradução das expressões
já ajuda a entender mais
sobre a ideia. ‘Low poo’
quer dizer ‘pouco shampoo’,
enquanto o ‘No poo’ sugere
o não uso de shampoo.
Quem busca por elementos
mais naturais no trato
com o cabelo encontra nas
técnicas uma forma de se
livrar de algumas substâncias
químicas.
A novidade foi popularizada
pela inglesa Lorraine
Massey no livro “Curly Girl:
The Handbook” (“O Manual
da Garota Cacheada”, em
tradução livre). Foi por
conta do livro e de muita
pesquisa na internet que
Shaianna Araújo, 25, conseguiu
encontrar satisfação
na maneira de cuidar com
os fios.
“Descobri a técnica
quando passei por processo
de transição capilar,
eu deixei de usar químicos
e procurei opções mais
sustentáveis, mais saudáveis
para cuidar dos meus
cachos, isso em julho de
2015”, lembra.
O processo de transição
veio com a satisfação de
assumir e cuidar dos cachos.
No Low Poo, a técnica possibilita
o tratamento dos fios
sem uso de sulfatos, ingrediente
presente na grande
parte dos shampoos comuns
e responsável por limpar os
fios.
A questão levantada pela
técnica é que os sulfatos
são utilizados para realizar
uma limpeza profunda dos
fios e podem causar ressecamento
e perda da oleosidade
natural. Assim, a
ideia do low poo é garantir
uma limpeza adequada e a
hidratação dos fios, principalmente
para cabelos
cacheados, os mais prejudicados
com a substância.
“Para parar de usar os
sulfatos, você também tem
que para de usar os petrolatos,
que são as parafinas
líquidas, vaselina e demais
produtos, que são muito
baratos, são usados em
larga escala, mas não tem
nenhum potencial de tratamento
real. É como se você
colocasse um filme plástico
em cima do seu cabelo,
aquilo não vai tratar e para
tira-lo você vai precisar do
sulfato, que age como um
detergente. Ai você entra
num ciclo vicioso que vai
danificando o cabelo”,
explica Shaianna.
Ao retirar o sulfato, o
método garante a limpeza
dos fios com a contribuição
de substâncias a exemplo
do Cocamidopropyl
Betaine na fórmula, que
auxilia na limpeza e no
condicionamento dos fios
limpando silicones solúveis
e insolúveis em água.
Para quem está iniciando
a técnica, a maneira mais
convencional é utilizar um
shampoo sem sulfato mais
condicionador para cuidar
dos cachos.
Atualmente, não é
missão difícil encontrar
os produtos no mercado.
Como uma apaixonada
por cabelos, Shaianna tem
uma variedade grande dos
tipos de produto específicos
para a técnica. “Faço
um investimento trimestral
mais ou menos, mas
o meu se torna um pouco
alto porque costumo usar
produtos profissionais. Em
contrapartida, eles têm
uma duração bem maior”,
destaca. Além do Low Poo,
as técnicas de No Poo e Co-
Wach são opção para continuar
com o tratamento
capilar com redução de
químicos.
Ganhando popularidade, técnica exclui o shampoo da limpeza dos fios
Lavar os cabelos sem
shampoo. A ideia que
parece inadequada é o que
explica a existência da
técnica de limpeza do No
Poo (“Não Shampoo”). Ao
substituir o uso de shampoos
comuns e deixar o
cabelo livre de sulfatos,
a proposta exige que seja
realizado o “co-wash”, técnica
que promete deixar as
madeixas limpas só com o
uso do condicionador.
Quem segue o No Poo
não utiliza shampoo para
higienizar os fios. A técnica
é mais radical que o Low
Poo, já que nessa o uso de
shampoos é liberado desde
que sejam livres de determinadas
substâncias, como
o sulfato. Para o No Poo, o
co-wash é o grande trunfo
da proposta porque ajuda
a manter os fios limpos e
hidratados.
A universitária Brenda
Lima sabe passo a passo
da técnica. Ela ficou interessada
pelo tema há cerca
de seis anos, quando encontrou
informações sobre as
técnicas que reduzem ou
excluem o uso de shampoos
para limpar e tratar os fios
na internet.
“Eu comecei em 2010
pesquisando técnicas para
cuidar de cabelo cacheado.
No tempo do Orkut,
tinha uma comunidade
para cabelos cacheados
e nos tópicos eu vi que
as pessoas comentando
sobre essa técnica, que
foi originada nos EUA.
No começo, não tinha
produtos facilmente disponíveis
e foi muito difícil.
Um tempo depois comecei
com low poo e hoje faço no
poo”, explica a jovem.
Brenda explica que progressivamente
a adesão à
técnica trouxe benefícios
reais. “Hoje eu sei que
estou usando um produto
que não vai ser agressivo
para meu cabelo, que
realmente vai tratar, é
só beneficio, quando eu
usava shampoo convencional
meu cabelo ficava
muito ressecado. Depois
li que o shampoo pode responsável
por até 50% do
volume do cabelo”, afirma.
A decisão pelo uso contínuo
da técnica exige o
condicionador ideal. Isso
porque o produto deve ser
isento de parafina líquida,
silicones e derivados do
petróleo em geral --ingredientes
muito comuns nos
cosméticos e que criam
uma “capa” sobre o fio. É
importante não utilizar
produtos que tenham
ativos como “petrolatum”,
“mineral oil”, “paraffinum
liquidum”, “isoparaffin”,
“isododecane”, “dimethicone”
e “alkane”.
A relação de custo e benefício
é vantajosa para a
técnica. Segundo Brenda,
a maioria dos produtos
podem ser adquiridos a
preços muito acessíveis.
“No começo bem é complicado
você se adaptar, mas
depois de encontrar os
produtos e entender todos
os passos fica claro os benefícios.
Hoje eu já influencio
muitas pessoas e as amigas
começaram a aceitar meus
seus cachos”, finaliza
A matéria completa você confere na versão impressa do Jornal ODIA deste domingo (24).