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Em THE, mais da metade da água produzida é desperdiçada

Segundo levantamento da concessionária Águas de Teresina, para cada 1litro de água que chega em uma residência da capital piauiense, 6 são perdidos. A meta, para os próximos dez anos, é reduzir essa perda pela metade.

19/11/2018 07:40

Tomar banho de chuveiro parece algo muito simples, certo? Nem tanto. Por muitos anos o mototaxista Elício Pereira Rodrigues, 55, tomava banho com a água que ele armazenava em baldes. O motivo? A pressão da água que vinha pelos canos não permitia que o líquido subisse até o aparelho. Essa era uma realidade não tão distante na vida dele e de tantos outros moradores do residencial Dilma Rousseff, localizado na região da Grande Santa Maria, zona Norte de Teresina. 

Por ser uma ocupação, a população recebia água através de ligações clandestinas, prejudicando assim o abastecimento em bairros vizinhos e contaminando a água devido vazamentos. Mas, aos poucos, o que parecia tão distante tem se tornado real. A tão esperada água encanada e regular está chegando às residências do local e aquele banho de chuveiro já faz parte da rotina diária do seu Elício Pereira e da sua família. Isso porque a ampliação da rede de distribuição de água está em fase de conclusão na vila e, em alguns imóveis, as ligações já estão sendo realizadas.

“Antes, não tinha água à vontade porque era gambiarra, então quando todo mundo usava acabava faltando e, por conta disso, ficávamos até quatro dias sem água. Uma água tratada dá condições para termos uma melhor qualidade de vida e agora está 100% melhor. Tenho água no chuveiro, coisa que antes não tinha nos cinco anos que moro aqui”, conta. A esposa de seu Elício Pereira, a dona de casa Maria do Socorro da Silva Roraima, 44, também já sente as melhorias de ter em casa água tratada, não somente por ingerir um líquido mais puro, mas na própria pele. Ela explica que as reações alérgicas eram constantes e associa os problemas dermatológicos à água contaminada que chegava até sua casa.

"A água tratada traz qualidade de vida, e agora está 100% melhor", observa Elício Pereira.Foto: Poliana Oliveira/ODIA

“Antes, não tinha água à vontade porque era gambiarra, então quando todo mundo usava acabava faltando e, por conta disso, ficávamos até quatro dias sem água. Uma água tratada dá condições para termos uma melhor qualidade de vida e agora está 100% melhor. Tenho água no chuveiro, coisa que antes não tinha nos cinco anos que moro aqui”, conta. A esposa de seu Elício Pereira, a dona de casa Maria do Socorro da Silva Roraima, 44, também já sente as melhorias de ter em casa água tratada, não somente por ingerir um líquido mais puro, mas na própria pele. Ela explica que as reações alérgicas eram constantes e associa os problemas dermatológicos à água contaminada que chegava até sua casa.

“A qualidade da água influencia na saúde das pessoas. Eu já fiquei doente, com dor de barriga, e isso está diretamente ligado com a água. Tomar banho com água limpa é muito diferente, a gente se sente realmente limpa. Essas melhorias que têm chegado muda muito nossas vidas. Eu me sinto reconhecida, porque agora eu tenho água na porta da minha casa”, fala. 

Ana Cleide dos Santos Sales (36) é dona de casa, mora com os dois filhos e sua sobrinha, que também tem um filho. Os cinco residem na Vila Dilma Rousseff e aguardam ansiosos pela conclusão da ampliação da rede de distribuição de água na comunidade. Devido à baixa qualidade da água, a família consome água mineral, o que pesa significativamente na renda.

“Por semana, consumimos até três galões, que custam em média R$ 6 cada. Se a gente tivesse uma água tratada em casa melhoraria muito, tanto de saúde como financeira. Quando não tem água na garrafa a gente bebe da torneira mesmo, por isso estamos aguardando a finalização das ligações da rede para as casas, só em não precisar ter que ir buscar água em outro lugar é muito bom”, pontua.

Redes de distribuição e esgoto estão sendo ampliadas

Ter saneamento e água encanada proporciona melhor qualidade de vida para a população, mas, segundo Pedro Alves, gerente de Sustentabilidade da Águas de Teresina, esses serviços geram ainda mais benefício, ´prque geram dignidade e sensação de inclusão social.

“As pessoas se sentem proprietárias de uma coisa que antigamente ela só usufruía. Antes, ela consumia água, hoje ela é um cliente de água. Isso dá para ela comprovar que tem uma residência, por exemplo, dá uma sensação de posse daquilo que ela está fazendo e isso é muito importante. Eu ouvi alguns relatos sobre isso e é uma coisa que chama atenção”, fala.

Os bairros Parque Vitória e Dilma Rousseff, que estão sendo contemplados com a rede de distribuição de água, é um dos projetos que estão sendo desenvolvidos pela Águas de Teresina para melhorar os índices da Capital. Nessas duas localidades, a ampliação está em fase de conclusão, mas a comunidade já consegue sentir os benefícios.

Um deles é ter água à disposição e sem interrupções. “Todo o problema de intermitência que existia em função da precariedade das redes. Elas tiveram sua distribuição melhorada com a instalação de novas tubulações, melhorando assim o abastecimento. Isso faz diminuir, inclusive o desperdício”, explica o gerente de Sustentabilidade.

Segundo levantamento da concessionária, para cada 1/Litro de água que chega em uma residência eram perdidos 6/Litros. Reduzir o percentual de perda talvez seja o maior desafio da Água de Teresina. Atualmente, a perda é superior a 5%, mas a empresa tem como meta reduzir pela metade nos próximos 10 anos.

“Pode não parecer muito, mais é bem audacioso, pois são números abaixo da média nacional. Temos uma condição bastante adversa, pois temos uma grande quantidade de ocupações irregulares, e boa parte do direcionamento da água vai para essas localidades. Por isso estamos juntos dessas comunidades, orientando sobre o consumo consciente e falando da importância da água no nosso dia a dia”, lembra Pedro Alves.

Por isso, Pedro Alves chama a atenção para o consumo consciente e pontua que o tratamento feito na água que é distribuída é analisada periodicamente. Atualmente, existem mais de 200 pontos de coleta espalhados pela cidade, sendo possível identificar possíveis focos de contaminação.

Por: Glenda Uchôa e Isabela Lopes
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