Até o mês de outubro deste
ano, 12 casos de microcefalia
em recém-nascidos foram
registrados no Piauí, além
de quatro em investigação
somente nas três últimas
semanas. Os partos foram
feitos na Maternidade Dona
Evangelina Rosa e a confirmação
foi dada pela Secretaria
Estadual de Saúde.
Diante dos casos, a Equipe
de Epidemiologia deverá
investigar se há ocorrência
de outros casos no Estado.
Diante desses e dos casos
registrados no Estado de
Pernambuco, muitas gestantes
ficaram apreensivas.
Como a nutricionista Aretha
Matos, de 27 anos. Ela está
gravida de sete meses e
espera a pequena Alícia.
Aretha conta que, desde que
soube dos casos de microcefalia,
tem ficado bastante
apreensiva.
Ela explica que aproveitou
a consulta agendada
para tirar todas as dúvidas
com seu obstetra. “Eu fiquei
extremamente apreensiva,
então, quando fui ao médico,
pedi esclarecimentos e informações,
além de pesquisar
na internet. Eu também
pedi para medir o perímetro
cefálico”, disse.
Ela falou que seu obstetra
informou que esta epidemia
não está esclarecida ainda,
mas que Aretha ficasse tranquila
e seguisse as recomendações
médicas necessárias.
A nutricionista ainda relatou
que somente é possível saber
se o bebê não nascerá com
microcefalia após o parto.
“É possível que, ao nascer,
exista uma redução do
perímetro cefálico. Mesmo
medindo agora e dando tudo
normal, pode ser que o bebê
nasça com microcefalia, mas
também pode acontecer
de dar alguma alteração e
o bebê nascer normal; por
isso, essa apreensão. Meu
obstetra disse que está tudo
normal, mas não tem como
não ficar receosa”, pondera.
A publicitária Aline
Castro, de 33 anos, grávida
de seis meses do pequeno
Bruno, também ficou um
pouco apreensiva, apesar
do resultado da ultrassom
morfológica mostrar que o
desenvolvimento do seu filho
estava dentro do normal.
Mesmo assim, ela disse que
vai solicitar ao médico que
seja feito um novo exame
para verificar o perímetro
cefálico do bebê, para que
não haja dúvidas.
“A gente tem um medo
do desconhecido. Como nos
exames estava tudo normal,
eu fiquei tranquila, mas é
impossível não ficar apreensiva.
Eu optei não olhar na
internet, porque lá a gente
acha de tudo, então eu prefiro
ir ao médico e esclarecer
todas minhas dúvidas com
ele, que não são poucas”,
brinca Aline Castro.
Ela também enfatizou que
esses casos que foram notificados
deixaram muitas gestantes
temerosas, sobretudo
por serem no Piauí. “Quando
a gente ouve falar de casos
fora do Estado, a gente fica
com medo, mas é algo longe;
agora, quando é aqui, perto
da gente, aí ficamos mais
preocupados”, frisa a publicitária.
Mosquito
Uma das suspeitas do
Ministério da Saúde é que o
aumento dos casos de microcefalia
esteja relacionado
à contaminação das mães
pelo zika, o mesmo mosquito
transmissor da dengue: o
Aedes aegypti.
Isabel Almeida, neonatologista
da Maternidade
Evangelina Rosa, afirma
que os casos de microcefalia
já estão sendo investigados
na unidade e em outras
maternidades de Teresina.
As informações estão sendo
coletadas e exames realizados.
Tanto as mães quanto
os bebês estão sendo submetidos
a exames de sorologia
para identificar pelo menos
15 doenças, como dengue,
zika, chikungunya, toxoplasmose,
citomegalovirus,
rubéola, herpes, dentre
outras. Também estão sendo
realizados exames de urina,
e os recém-nascidos estão
sendo submetidos a tomografias
do crânio.
Além das doenças que possivelmente
podem provocar
a microcefalia nos bebês, as
equipes médicas também
estão apurando se ele pode
estar relacionado ao uso
de algum medicamento ou
de drogas. Porém, o mais
provável é que o problema
esteja sendo causado por
alguma infecção contraída
pela mãe.