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Gestantes ficam apreensivas após casos de microcefalia no Piauí

Possível epidemia está sendo investigada pelo Ministério da Saúde e pode estar relacionada à contaminação das mães pelo zika.

17/11/2015 07:25

Até o mês de outubro deste ano, 12 casos de microcefalia em recém-nascidos foram registrados no Piauí, além de quatro em investigação somente nas três últimas semanas. Os partos foram feitos na Maternidade Dona Evangelina Rosa e a confirmação foi dada pela Secretaria Estadual de Saúde.

Diante dos casos, a Equipe de Epidemiologia deverá investigar se há ocorrência de outros casos no Estado. Diante desses e dos casos registrados no Estado de Pernambuco, muitas gestantes ficaram apreensivas. Como a nutricionista Aretha Matos, de 27 anos. Ela está gravida de sete meses e espera a pequena Alícia. Aretha conta que, desde que soube dos casos de microcefalia, tem ficado bastante apreensiva.

Ela explica que aproveitou a consulta agendada para tirar todas as dúvidas com seu obstetra. “Eu fiquei extremamente apreensiva, então, quando fui ao médico, pedi esclarecimentos e informações, além de pesquisar na internet. Eu também pedi para medir o perímetro cefálico”, disse.

Ela falou que seu obstetra informou que esta epidemia não está esclarecida ainda, mas que Aretha ficasse tranquila e seguisse as recomendações médicas necessárias. A nutricionista ainda relatou que somente é possível saber se o bebê não nascerá com microcefalia após o parto.

“É possível que, ao nascer, exista uma redução do perímetro cefálico. Mesmo medindo agora e dando tudo normal, pode ser que o bebê nasça com microcefalia, mas também pode acontecer de dar alguma alteração e o bebê nascer normal; por isso, essa apreensão. Meu obstetra disse que está tudo normal, mas não tem como não ficar receosa”, pondera.

A publicitária Aline Castro, de 33 anos, grávida de seis meses do pequeno Bruno, também ficou um pouco apreensiva, apesar do resultado da ultrassom morfológica mostrar que o desenvolvimento do seu filho estava dentro do normal. Mesmo assim, ela disse que vai solicitar ao médico que seja feito um novo exame para verificar o perímetro cefálico do bebê, para que não haja dúvidas.

“A gente tem um medo do desconhecido. Como nos exames estava tudo normal, eu fiquei tranquila, mas é impossível não ficar apreensiva. Eu optei não olhar na internet, porque lá a gente acha de tudo, então eu prefiro ir ao médico e esclarecer todas minhas dúvidas com ele, que não são poucas”, brinca Aline Castro.

Ela também enfatizou que esses casos que foram notificados deixaram muitas gestantes temerosas, sobretudo por serem no Piauí. “Quando a gente ouve falar de casos fora do Estado, a gente fica com medo, mas é algo longe; agora, quando é aqui, perto da gente, aí ficamos mais preocupados”, frisa a publicitária.

Mosquito

Uma das suspeitas do Ministério da Saúde é que o aumento dos casos de microcefalia esteja relacionado à contaminação das mães pelo zika, o mesmo mosquito transmissor da dengue: o Aedes aegypti.

Isabel Almeida, neonatologista da Maternidade Evangelina Rosa, afirma que os casos de microcefalia já estão sendo investigados na unidade e em outras maternidades de Teresina. As informações estão sendo coletadas e exames realizados. Tanto as mães quanto os bebês estão sendo submetidos a exames de sorologia para identificar pelo menos 15 doenças, como dengue, zika, chikungunya, toxoplasmose, citomegalovirus, rubéola, herpes, dentre outras. Também estão sendo realizados exames de urina, e os recém-nascidos estão sendo submetidos a tomografias do crânio.

Além das doenças que possivelmente podem provocar a microcefalia nos bebês, as equipes médicas também estão apurando se ele pode estar relacionado ao uso de algum medicamento ou de drogas. Porém, o mais provável é que o problema esteja sendo causado por alguma infecção contraída pela mãe.


Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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