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Discalculia e dislexia podem ser causados por uso exagerado de eletrônicos

Psicopedagoga alerta que a exposição à luz dos aparelhos faz com que o cérebro fique acordado muito tempo, sendo impossibilitado de reter as informações que recebe.

16/10/2018 08:35

Os prejuízos causados pelo uso exagerado da tecnologia por jovens da Geração Z, a exemplo da dislexia e da discalculia, são o tema de hoje (16) desta série de reportagens especiais que está sendo publicada no Jornal O DIA esta semana. As pautas foram discutidas em um debate, promovido Jornal O DIA e pelo O DIA News 1ª Edição, veiculado pela O DIA TV, afiliada Rede TV no Piauí, com especialistas em Educação. 

A psicopedagoga Cristina Miranda, por exemplo, destaca que os pais devem observar o comportamento diário desses jovens, sobretudo com o uso dos aparelhos eletrônicos e como isso interfere no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes. “Geralmente, jovens que não conseguem ficar quietos por muito tempo são rotulados com TDH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). [Mas, hoje] os jovens ficam acordados muito tempo e, com a utilização do celular, o cérebro deixa de gerar os neurotransmissores necessários para recomposição do cérebro. Já a dislexia e a discalculia são transtornos adquiridos. Os jovens não estão mais acostumados a fazer cálculos ou escrever. Hoje, tudo é feito na calculadora e não há um processo de construção, codificação e decodificação da informação. E isso causa, no futuro, um grande déficit de atenção”, explica.

De acordo com a psicopedagoga, muitos pais e professores não sabem lidar com essa situação por nunca terem vivenciado este tipo de comportamento e por não terem a informação correta. Assim como as escolas, que, em alguns casos, também não possuem esse preparo. “Não é apenas ter uma sala de informativa ou ter uma estrutura física, é preciso ter uma metodologia adequada e condizendo com aquela criança. Os adolescentes dos 13 aos 17 anos são os principais prejudicados com o déficit de atenção, porque eles desenvolvem algumas habilidades, mas em outros aspectos eles não conseguem, e hoje nossas crianças estão com muita dificuldade de memorização. Eles recebem tanta informação que não conseguem reter”, fala.


A psicopedagoga Cristina Miranda diz que os pais devem observar o comportamento dos filhos. (Foto: Jailson Soares/O DIA)


Cristina Miranda remete esse fenômeno à incidência de luz disparada pelos equipamentos eletrônicos, que fazem com que o cérebro fique acordado muito tempo e sem descanso, sendo impossibilitado de reter as informações que ele recebe. Além disso, ao utilizar com frequência os aparelhos eletrônicos, os jovens tendem a não criar o hábito de escrever, fazendo com que sua caligrafia e ortografia fiquem comprometidos.

Estratégias para driblar problemas

Para tentar driblar os prejuízos que os aparelhos eletrônicos possam a vir causar nos jovens, é importante que os pais fiquem atentos. Uma das medidas preventivas é estabelecer um horário de uso e criar um quadro de atividades diárias, incluindo tempo para estudo, aparelhos eletrônicos e lazer. 

Sobre a caligrafia e concentração, a psicopedagoga Cristina Miranda pontua que os pais devem orientar os filhos a escreverem e pronunciarem as palavras corretamente. Isto também refletirá na memorização das palavras e informações.

“Os jovens dessa geração são um pouco acomodados porque têm as informações nas mãos, seja no celular ou no computador. Eles não vão mais em bibliotecas estudar, eles pesquisam tudo na internet. E muitas vezes são informações erradas. Fazendo uma leitura virtual, esse jovem até vai entender, mas não vai reter essa informação. Com o livro físico, é possível marcar a página e trabalhar a memória na hora de lembrar onde parou, o que não ocorre com a leitura virtual”, frisa a psicopedagoga.


Por: Isabela Lopes
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