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Casos de sífilis aumentam mais de 18% em Teresina

Segundo infectologista, o uso de preservativos ainda é o meio mais eficaz para prevenção da doença.

30/10/2018 08:16

Os índices de sífilis têm aumentado em Teresina e preocupa profissionais da saúde. Segundo a Fundação Municipal de Saúde (FMS), até o mês de outubro, a capital piauiense já registrou 260 casos de sífilis em gestantes e 188 casos de sífilis congênita (casos que há transmissão de mãe para filho). Comparando com o ano passado, quando foram registrados 162 casos de sífilis em gestantes e 217 de congênita, significa um aumento de 18,20% dos casos de 2017 para 2018.

De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde da FMS, Amariles Borba, o aumento dos casos em Teresina está seguindo uma tendência nacional. “Tal fato pode ser atribuído, em parte, pelo aumento da cobertura de testagem, com a ampliação do uso de testes rápidos, redução do uso de preservativo, principalmente entre parceiros infiéis das gestantes que trazem a doença para suas companheiras”, disse.

Já a infectologista Elma Amaral lembra que a doença tem cura, mas não gera imunidade e pode causar a morte. “O principal modo de contágio é por meio de relações sexuais ou de gestantes para o bebê. É uma doença que possui tratamento e cura, mas a pessoa não fica imune, ou seja, se alguém tem sífilis uma vez e não tomar cuidado, pode ser infectado outra vez. Se não tratada a doença, pode chegar a órgãos vitais, causando a morte do indivíduo”, alerta.

Prevenção

Segundo a infectologista, o uso de preservativos ainda é o meio mais eficaz para prevenção da doença. “O teste de amostragem pode ser feito regularmente em qualquer unidade básica de saúde é fácil e rápido. As campanhas de conscientização também são outro ponto de grande valia, mas o uso de preservativos é essencial para combater a doença, já que o principal meio de contágio são as relações sexuais”, alerta.

Saiba como é o tratamento e os estágios da doença

Doença infecciosa, a sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e pode ser transmitida por meio de relações sexuais, da gestante para o bebê ou por meio de sangue contaminado. O tratamento é realizado com penicilina benzantina, popularmente conhecida como benzetacil. A medicação é aplicada nas unidades básicas de saúde.

A infectologista Elma Amaral frisa que o tratamento da doença é simples e alerta para o uso contínuo dos medicamentos até a liberação médica. “A sífilis tem três estágios e, nem sempre, estes estágios serão consecutivos, às vezes, há um intervalo entre um e outro. Por exemplo, começa com uma pequena ferida nos órgãos genitais, depois ela some espontaneamente e a segunda manifestação pode acontecer semanas mais tarde. É de suma importância o uso de medicamentos até o fim, só parar mesmo quando o médico liberar. Assim, é possível evitar que haja outra manifestação”, afirma.

A sífilis pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária e terciária). Nos estágios primários e secundários, a possibilidade de transmissão é maior. As características de cada estágio são:

Estágio primário: pequenas feridas em volta dos órgãos genitais. Secundário: lesões pelo corpo, empolação, podendo ter febre e dor no corpo. Terciário: estágio terminal da doença. Atinge órgãos vitais.

Os Centros de Testagem e Aconselhamento Estaduais (CTA) realizam testes rápidos e gratuitos ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para doenças como HIV/Aids, sífilis e hepatites, além de orientações para prevenção e combate a doenças transmissíveis.

Edição: Virgiane Passos
Por: Geici Mello
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