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Wellington elogia desembargador que mandou soltar Lula e critica Moro

Nota assinada por Wellington foi divulgada antes da decisão de outro desembargador, que mandou a PF manter Lula preso.

08/07/2018 14:38

O governador Wellington Dias (PT) também comentou a decisão do desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de determinar a imediata soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso numa carceragem da Polícia Federal desde a noite de 7 de abril.


O governador Wellington Dias (Foto: Elias Fontinele / O DIA)


Wellington elogiou Favreto, afirmando que ele "fez cumprir a Constituição e a lei", e criticou o juiz federal Sérgio Moro por ele ter se negado a cumprir a determinação do desembargador.

Para o governador petista, "Moro não é mais juiz", pois "age como um militante anti Lula", o que "é inaceitável". "Saiu do campo jurídico para pura perseguição", declara Dias.

O chefe do Executivo piauiense ainda faz uma comparação com os traficantes de drogas que, recentemente, provocaram uma onda de terror em Fortaleza, no Ceará, ao determinar execuções e atos de vandalismo e depredação pela cidade. Wellington pondera que estes criminosos, mesmo sendo considerados extremamente perigosos, permanecem em liberdade, enquanto Lula é mantido preso, o que, para o governador, ocorre por motivação política.

"A maior ameaça que o Lula causa é vencer as eleições de 2018 pela força do povo. É isto que está em jogo", afirma a nota divulgada pela Coordenadoria de Comunicação do Governo do Estado (CCom).

Wellington reafirma que Lula é inocente, e diz que agora a batalha do PT não é mais jurídica, mas sim no campo político, contra a "caneta do senhor Moro".

"Querem vencer uma eleição impedindo que ele concorra. Na democracia, para vencer precisa de voto. Está provado que Lula não cometeu qualquer crime para estar na prisão, então, é perseguição mesmo e isto não podemos aceitar. Falei com a presidente do PT e ela disse que a batalha não é mais no campo jurídico e sim contra o uso da caneta do senhor Moro para um fim político", conclui o governador.

A nota assinada por Wellington foi divulgada pelo Governo do Estado antes de o desembargador João Pedro Gebran Neto determinar que PF se abstenha de praticar qualquer ato que modifique decisão da 8ª Turma, que confirmou condenação.

Na prática, a decisão de Gebran Neto torna sem efeito o alvará de soltura assinado na manhã deste domingo, pelo desembargador Rogério Favreto.

Pena de 12 anos e um mês

Em janeiro deste ano, Lula foi condenado em segunda instância a 12 anos e um mês na ação penal do caso do triplex do Guarujá, em São Paulo. Na primeira instância, Lula havia sido condenado, em julho de 2017, a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.

Íntegra da declaração do governador Wellington Dias sobre liminar de soltura do Lula:

O desembargador federal Dr. Rogério Favreto fez cumprir a Constituição e a lei. Soube que o juiz Sérgio Moro, um juiz de primeira instância, quer revogar a decisão de uma instância superior a ele. Moro não é mais juiz, age como um militante anti Lula e isto é inaceitável. Saiu do campo jurídico para pura perseguição. 

Ele foi detido como preso provisório, sem condenação definitiva. Quantos estão respondendo em liberdade? Veja que os narcotraficantes que mataram e incendiaram Fortaleza foram soltos, respondem em liberdade. E o Lula querem preso. A maior ameaça que o Lula causa é vencer as eleições de 2018 pela força do povo. É isto que está em jogo. 

Querem vencer uma eleição impedindo que ele concorra. Na democracia, para vencer precisa de voto. Está provado que Lula não cometeu qualquer crime para estar na prisão, então, é perseguição mesmo e isto não podemos aceitar. Falei com a presidente do PT e ela disse que a batalha não é mais no campo jurídico e sim contra o uso da caneta do senhor Moro para um fim político.

Por: Cícero Portela
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