Wellington diz que Bolsonaro engana ao informar dados sobre repasses aos estados

Publicada em 01/03/2021 10:01

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT) usou suas redes sociais para criticar a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre os repasses do Governo Federal para os estados brasileiros em 2020. Na postagem feita neste domingo (28), o presidente afirmou que o Piauí recebeu R$ 19 bilhões em valores diretos destinados à Saúde e outros setores, e R$ 5,68 bilhões em valores indiretos resultantes da suspensão e renegociação de dívidas.

Pouco depois da publicação de Bolsonaro, Wellington Dias disse que o presidente da República “confunde e engana a população ao informar dados distorcidos”. Disse o governador: ele cita como auxílio aos estados valores que, em sua grande maior, são transferências constitucionais obrigatórias (FPE, FPM, FUNDEB e SUS), bem como benefícios previdenciários obrigatórios. Uma inverdade”.

^{Foto: Reprodução/Twitter}

Wellington pontuou que as transferências constitucionais obrigatórias e os benefícios previdenciários não podem ser vistos ou divulgados como ação extraordinária do governo federal. Mas que são recursos que cada estado e município têm direito pelo pacto federativo. “Não é favor algum”, disparou Wellington.

O governador do Piauí lembrou que a rede hospitalar nacional está à beira de um colapso por conta da pandemia de covid-19, e que o Brasil chegou a 255 mil mortes com mais de mil pessoas morrendo por dia, além das milhares que sofrem com os hospitais lotados e sem vagas para receber novos pacientes. “Em que contribui atitudes como esta do presidente?”, questionou Wellington Dias.

Assim como Dias, os governadores de Estados como Rio Grande do Sul e do Maranhão também fizeram críticas aos números divulgados por Bolsonaro, afirmando que eles estão distorcidos e que fariam parte de repasses obrigatórios. Juntos, os governadores assinaram uma nota pública em que manifestam suas críticas às declarações do presidente Jair Bolsonaro. No documento, os gestores fizeram uma comparação dos valores mencionados pelo chefe do Executivo nacional com impostos locais. "Situação absurda similar seria se cada Governador publicasse valores de ICMS e IPVA pertencentes a cada cidade, tratando-os como uma aplicação de recursos nos Municípios a critério de decisão individual", dizem os governadores.

A nota pública é assinada por 16 governadores de todas as regiões brasileiras.

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O governador do Piauí e outros gestores estaduais contestaram os valores divulgados pelo presidente sobre recursos para a Saúde e outros setores.