Recém eleito para o quarto mandato para chefe do Executivo do Estado. Wellington Dias fala dos desafios que vai enfrentar nesta gestão, promete levar o estado a alcançar um alto índice de Desenvolvimento Humano e que tem consciência da necessidade de tomar medidas amargas para fazer o estado passar pela crise econômica. O governador também comenta a marca que pretende deixar como governador e faz um balanço do governo.
O governador comentou a marca que pretende deixar como governador e faz um balanço do governo. (Foto: Assis Fernandes)
O DIA: Governador, estamos comemorando o dia do Piauí, quais são as contribuições que o senhor acredita ter dado ao longo desses seus três mandatos frente à gestão do Estado?
Todo o esforço que trabalhei, e não se faz nada só, é de liderar outros líderes, do setor público e do privado. Fazer um projeto, ter uma meta a ser alcançada ano à ano, nas mais diferentes áreas. Para ter uma noção, são 92 programas para que possamos alcançar a condição de lugar desenvolvido em um conceito nacional e internacional, medido através do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e através do Índice DINE, com menos desigualdade que é outro objetivo. Então, para que eu tenha isso, eu preciso desenvolver a educação, a expectativa de vida e a renda, para desenvolver a educação eu tenho vários programas, de alfabetização para quem não pode estudar, de profissionalização de adultos e para quem faz a educação básica e regular voltado para que as pessoas tenham a educação superior, são vários programas. Agora criamos o programa Certifique, onde o Estado reconhece um talento de alguém com baixa escolaridade, fazemos a certificação. Eu preciso que as pessoas tenham uma média de vida melhor, então eu tenho que cuidar, tem programa na área da saúde alimentar, programas para medir a qualidade da água potável, garantir as condições de chegar energia para as pessoas tenham habitação adequadas. Como faço para reduzir a mortalidade infantil? Tenho que ter UTI neonatal, o programa de saúde da gestante, casas da gestante como implantamos agora. Na área da renda, estrutura, fazer mais estrada, pontes, energia, comunicação, tenho que garantir que aquele potencial que existe em uma região, para o turismo, comércio, para a área produção de alimentos, de frutas irrigadas, criação de caprino e ovino, a produção de mel, então eu tenho que ter programas para potencializar isso, tenho que ter credito, financiamento, uma política tributária adequada, a atração de investidores do Piauí, do Brasil e do mundo, então isso não acontece por acaso, o Estado tem um papel que é decisivo sobre isso, para fazer isso nos 224 municípios. Temos 12 territórios de desenvolvimento e agora nós vamos fazer uma forte qualificação para ter uma coordenação em cada uma das 12 regiões do Estado.
O DIA: O senhor acaba de sair vitorioso de mais uma disputa eleitoral.Qual a marca o senhor pretende deixar ao término do seu governo em 2022, que pretende ser reconhecido pelos piauienses?
Uma marca única. Quero ser lembrado, sem nenhuma vaidade, e repito que não se faz nada sozinho. Um Estado que tinha muito baixo desenvolvimento, era um Estado muito atrasado em 2002, 2003 e em 20 anos, ou seja, 2022, alcançou uma posição de alto desenvolvimento. Quando o IBGE percorrer o Brasil em 2020, nós já vamos, ou ter alcançado ou estar muito próximos de um IDH, que era de 0,4, alcançado 0,7, que significa alto desenvolvimento, caminhando para muito alto, o próximo desafio de outras gerações. O Brasil alcançou, no governo do Lula, em 12 anos isso, mas para isso faltava muito pouco, já era 6,7 e foi para um pouco mais de 7 no IDH e passou para a alto desenvolvimento, agora caminha para 0,8, alguns estados já alcançaram, que é muito alto, e o Piauí era 0,4, nossa situação era igual ao de Serra Leoa,um dos países mais pobres do mundo, então, isso é uma tarefa que não é simples, e eu coloquei o talento que Deus me deu, o conhecimento que tive a oportunidade de ter, a experiência de vida, enfim, tudo, apostando que isso era possível, e será possível e vamos alcançar, eu espero, neste mandato.
O DIA: Ao longo da campanha o senhor sempre afirmou que queria a oportunidade de um quarto mandato para fazer um governo diferente dos anteriores. Quais foram os pontos podem ser avaliados como positivos e em quais o senhor deixou à desejar enquanto governador do Estado?
Nós temos o Estado hoje mais moderno do que tínhamos, um Estado que era o que era na saúde e hoje trabalha com a telemedicina, que era muito atrasado em educação e hoje têm educação profissionalizante em todos os municípios e boa parte já com ensino superior. Um Estado que tinha uma economia vergonhosa, ela gerava R$ 7 bilhões de Produto Interno Bruto (PIB) e vamos fechar esse ano na casa dos R$ 50 bilhões, e vamos ter que alcançar R$ 75 bilhões até 2022, se quisermos ter uma média de renda considerada para efeito de lugar desenvolvido. É preciso analisar as conjunturas, porque não somos uma ilha, o que acontece com o Brasil, como foi esse período agora, de 2016 para cá foi muito ruim, mas se você olha o que conseguimos fazer em 2015 e 2016 foi mais do que fizemos em 2016, 2017 e 2018, por conta dos problemas que teve na mudança, não só do comando do Governo do Brasil, mas o rumo da economia. Tem um desafio gigante, que ainda não consegui solucionar, que é a previdência. Ela é o maior dos desafios do Piauí, do Brasil, e de muitos lugares do mundo.
O DIA: Para finalizar, o senhor tem alguma consideração importante neste 19 de outubro, não só aos seus eleitores mas para todos os piauienses?
Uma mensagem de gratidão e agradecimento pelo voto de confiança que o povo me dá. Eu sei que não é fácil alguém ter a confiança do povo para um quarto mandato e quatro vezes no primeiro turno. Não recebo isso com sapato alto, com orgulho, no sentido de vaidade, recebo isso com muita, muita responsabilidade. Quero abraçar este mandato com muita força, para ser ainda melhor, como eu disse em campanha, para que alcancemos esse objetivo. Tenho consciência de que sou parte de um time, de uma geração, que encerra um ciclo. Outras gerações já surgiram, têm novos líderes. É outro Piauí e será ainda melhor em 2022. Quero, quando chegar lá, entregar a faixa de governador numa condição muitas vezes melhor que aquela que recebi em 2003. Sei que as pessoas depositaram essa confiança, terei de adotar medidas duras, lidar com desafios grandes, mas terei a coragem que recebi no voto do povo para fazer o que for melhor para o nosso Piauí alcançar desenvolvimento.
Por: Breno Cavalcante e João Magalhães - Jornal O Dia