Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

"Se o candidato tiver a possibilidade de usar Caixa 2, certamente usará"

Em entrevista, o cientista político Vitor Sandes comenta o processa eleitoral deste ano e analisa as consequência da nova legislação eleitoral.

15/08/2016 07:21

O DIA entrevistou o cientista político Vitor Sandes. Ele comentou o processo eleitoral deste ano e analisou as consequências da nova legislação eleitoral e dos contextos político e econômico nas eleições municipais deste ano. Sandes citou ainda a importância do resultados das eleições municipais para os partidos e as consequências para o planejamento dessas siglas visando as eleições de 2018.

O cientista político avaliou também a possibilidade de crescimento de Caixa 2 nas candidaturas, tendo em vista a limitação de gastos com campanhas neste ano. Vitor Sandes também relacionou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no processo eleitoral nas cidades e a importância do vice nas chapas majoritárias.

"O grade mote da eleição deste ano será a ideia de mudança", lembra Vitor Sandes, cientista política (Foto: Moura Alves/O Dia)

A gente vivencia mais uma eleição municipal, mas nos bastidores comentam os desdobramentos que as alianças terão e sua repercussão nas eleições estaduais. Essa repercussão acontecem de fato?

"Acontecem. As eleições municipais são muito importantes, o posto no município, principalmente prefeitura, é um capital político importante. Então, quanto mais prefeituras um partido possui, maior a capacidade dele de influenciar as eleições estaduais daqui a dois anos, principalmente quando a ocupação de cargos acontece nas principais cidades do estado. Então, o PMDB, por exemplo, em nível nacional, tem o maior número de municípios, mas ele é o partido que ocupa prefeituras muito pequenas, em geral, a maior parte em cidades abaixo de 50 mil habitantes. Já o PT e o PSDB são os partidos mais fortes nas prefeituras, pois ocupam prefeituras mais em cidades acima de 50 mil habitantes. Isso faz de fato que eles consigam influenciar na composição das chapas nas eleições estaduais. Não que as prefeituras individualmente vão influenciar, mas o todo, esse capital político nos estados é muito importante. Então, no caso do PT, por exemplo, que vem de uma crise nacional, certamente isso vai impactar e vai ser ruim para as eleições daqui a dois anos. A gente tem que acompanhar um pouco o PMDB. Ele tem uma tradição muito focada nos pequenos municípios, mas com a Presidência pode ter algum efeito positivo. Por outro lado, existe uma alta fragmentação e isso pode, na verdade, pulverizar muito mais o que eleva ainda mais o custo de negociação para formação de coligações nesse ano, como também daqui a dois anos".


Confira a entrevista na íntegra na edição desta segunda-feira 

Por: Ithyara Borges e João Magalhães - Jornal O Dia
Mais sobre: