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Piauí: retomada da economia pode acontecer em junho, prevê secretário

O secretário estadual da Fazenda explica que a decisão dependerá da análise dos especialistas em saúde

29/05/2020 08:49

O secretário estadual de Fazenda, Rafael Fonteles, acredita que o Piauí poderá iniciar a retomada gradual das atividades econômicas a partir do dia 08 de junho, data que vem sendo estudada pelo Governo do Estado, através do Comitê de Organização Emergencial (COE). Para ele, a decisão de liberar o funcionamento de algumas atividades vai depender de forma direta da análise da evolução da pandemia por parte dos especialistas em saúde, que vão ajudar o Estado a estabelecer os critérios e parâmetros que deverão ser obedecidos.

“Vamos torcer para que nesses próximos dias a curva projetada se mantenha dentro da previsão. Se não acontecer nada fora dessa previsão, acredito sim que a retomada gradual se inicia no dia 08, mas a decisão ainda vai depender desse grupo de especialistas que está tratando do tema junto com o governador”, avalia.

O atual decreto de isolamento social do governo do Piauí vale até 07 de junho. A expectativa é que nos próximos dias o Governo do Estado comece a anunciar os parâmetros que serão estabelecidos para possibilitar a retomada de cada uma das atividades econômicas.


“A questão mais importante é como será essa reabertura, com que protocolos, com que parâmetros cada segmento poderá retomar suas atividades gradualmente. Tem a questão da incidência em cada cidade, cada região. Esse trabalho está sendo liderado pela Sesapi, em parceria com Seplan, e junto com as entidades do setor produtivo e de trabalhadores” -  Rafael Fonteles, secretário de Fazenda

Ainda na avaliação do secretário de Fazenda, os próximos dias serão decisivos para o controle da doença no Piauí, e, por consequência, para a tomada de decisões por parte dos gestores públicos, como a retomada de atividades produtivas.

Através das redes sociais, o governador Wellington Dias(PT) também fez críticas ao protesto realizado pela classe empresarial. Para ele, as medidas que estão sendo questionadas pelo setor foram fundamentais para barrar o avanço das mortes pelo novo coronavírus.

“Quantos trabalhadores estavam na manifestação? Me preocupo com empreendedores, mas também com os trabalhadores. Olhando para o Brasil, o Piauí teria cerca de 850 óbitos se não tivéssemos adotado as medidas que adotamos, evitamos mais de 700 mortes. Quanto vale uma vida?”, questionou Wellington Dias.


Governo deve continuar fazendo contingenciamento de despesas para evitar colapso

Ao avaliar as perdas na arrecadação do Piauí nos últimos meses, por conta da pandemia do novo coronavírus, o secretário estadual de Fazenda, Rafael Fonteles, classificou a situação como preocupante. Nos últimos meses, o Estado vem enfrentando quedas superiores a 30% na arrecadação, o que implica diretamente nas ações de custeio da máquina pública e na prestação de serviços à população.

Apesar da situação, Fonteles acredita que o Piauí deve conseguir honrar compromissos com a folha de pagamento e com os fornecedores. Segundo ele, novas ações de contingenciamento de despesas podem ser realizadas para garantir a saúde financeira do Estado e garantir o funcionamento dos serviços públicos.

“Se o Estado colapsa seus serviços públicos, a crise fica maior ainda, tanto para o setor público, como para a o setor privado. Por isso a necessidade de fazer o contingenciamento de tudo aquilo que não é essencial”, afirma.


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Rafael Fonteles, que também é presidente do ComSefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal), também reafirma que o Auxílio Financeiro aos estados e municípios, sancionado pelo Governo Federal, é insuficiente para cobrir as perdas e possibilitar o equilíbrio das finanças públicas dos entes federados.

“Ainda é insuficiente para essa enorme perda, por isso que temos que lutar para fazer esse contingenciamento, lutar pela postergação de dívidas, e lutar por mais auxílio federal. Essa é a linha de nossa atuação para poder atravessar esse período com o menor dano possível”, pontua.

Por: Natanael Souza - Jornal O Dia
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