Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Protagonismo feminino na eleição pode atrair votos de indecisos

Pesquisas revelam que eleitorado feminino brasileiro é o mais indeciso e, segundo análise de cientista política, a presença feminina pode ser crucial nesta definição.

13/08/2018 06:56

No processo de formação das chapas majoritárias ao governo do Estado e à Presidência da República, os principais candidatos utilizaram o discurso de que preferiam uma mulher para ocupar o cargo de vice-governadora.  No âmbito local, a eleição da primeira mulher para o cargo vice-governadora do Piauí em 2014 e o crescimento das reflexões de gênero parecem ter influenciado as discussões.

Nas eleições gerais de 2014 existiam sete candidatos ao governo do Estado, destes, apenas dois tinham mulheres como vice (28,5%). Em 2018, Wellington Dias (PT), Luciano Nunes (PSDB) e Dr. Pessoa (SD) optaram pela participação feminina em suas chapas majoritárias ocupando a vaga de vice e como pano de fundo das discussões, ressaltaram a importância da mulher na política.

 Além da eleição de Margarete Coelho como vice em 2014, naquele ano o Brasil reelegeu sua primeira presidenta da República, Dilma Rousseff (PT). Para a mestra em ciência política pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Ananda Marques, esses dois fatos são uma tendência que ajudam a compreender essa maior participação feminina na política, tanto na disputa estadual quanto nacional.  

 

“A Margarete Coelho abriu também o caminho para que nessa eleição as pessoas pensarem na importância de se ter uma mulher nessa chapa, para contrabalancear. Vejo que às vezes ficamos pessimistas achando que as coisas estão muito ruins, mas são momentos como esses, de onda conservadora, mas até eles precisam ter uma mulher ao lado deles (...) essas mulheres vão abrindo espaços para outras mulheres”, comentou a cientista política.

Ela também cita que, historicamente, as mulheres ocupavam esses espaços, principalmente na disputa aos legislativos estaduais, como “laranjas” ou por parentesco com algum político tradicional, o que vem mudando gradualmente hoje em dia. Para a especialista, estamos em um processo de transição desse modelo, mas ressalta a necessidade e importância de que as mulheres assumam mais papéis de protagonismo político, e que não atuem apenas como “figuração”.

“A gente tem que olhar com muito cuidado. É claro que salta aos olhos existirem mulheres como vice-candidatas, mas a gente precisa acompanhar mais como que vai ser na campanha os espaços que elas terão, porque normalmente as candidaturas do executivo focam sempre nos candidatos e não nos vices. Precisamos ver qual será a proposta, porque podem ser que esses candidatos tenham mulheres ao seu lado mas elas não abram a boca, sejam só decorativas”, alerta Ananda Marques.

Vale destacar ainda que neste ano teremos três mulheres como cabeças de chapa na disputa ao executivo estadual, sendo elas sendo Luciane Santos (PSTU), Sueli Rodrigues (Psol) e Lourdes Melo (PCO), esta, a única presente nas eleições de 2014 como candidata a governadora. Em números, isso representa um crescimento de 15,8% de participação feminina no processo eleitoral.

Confira a matéria completa na edição desta segunda-feira do Jornal O Dia.

Edição: João Magalhães
Por: Breno Cavalcante - Jornal O Di
Mais sobre: