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Programa discute os principais problemas físicos de Teresina

O projeto "œTeresina em uma Nova Década" também está disponível a partir de hoje (19) no portal O DIA. Na O DIA TV, são três edições, que começaram a ser exibidas ontem (18) e vão até amanhã (20).

19/12/2019 08:30

O DIA traz nesta edição, o primeiro capítulo do projeto especial “Teresina em uma Nova Década”, que reúne líderes e personagens para apresentar ideias sobre o futuro da Capital piauiense. Em discussão, temas relevantes que impactam diretamente na vida da população. Nesta primeira edição, o especial aborda questões relacionadas à mobilidade urbana, o meio ambiente e a paisagem urbana de Teresina. 

O projeto “Teresina em uma Nova Década” também está disponível a partir de hoje (19) no portal O DIA. Na O DIA TV, são três edições, que começaram a ser exibidas ontem (18) e vão até amanhã (20), sempre às 20h30. Aspectos físicos, sociais e políticos da Capital estão no centro do debate. 


Confira os vídeos na integra 


Com o projeto, o diretor de Marketing do Sistema O DIA, Alberto Moura, ressalta que a ideia é promover um debate de ideias com o objetivo de contribuir com soluções que possam ser aplicadas na vida da cidade nos próximos 10 anos. “Com o projeto, O DIA cumpre sua missão de tratar com a devida responsabilidade social o dia a dia dos teresinenses e incentivar na busca de ideias para que os desafios da Capital sejam enfrentados”, pontua.

Fábio Abreu Sec. de Estado da Segurança 


Foto: Jailson Soares/O Dia

Pública Mobilidade Urbana, com foco no Inthegra 

Eu concordo com as consultas populares, mas elas devem ser feitas antes de implementar. O que nós precisamos é ter conhecimento de obras que venham movimentar e interferir diretamente na vida das pessoas. Então para quem a gente vai perguntar? Eu acho que a amostra deve ser bem maior. Segmentos da área rural e pessoas que no dia a dia fazem utilização desse meio devem ser ouvidas. Não devemos apenas fazer obras grandes que sejam voltadas para as pessoas que moram na área urbana. É um ponto que pode ser corrigido. A mobilidade urbana é um problema de qualquer sociedade hoje, e me refiro, principalmente, a Teresina, em que a pessoas são muito individualistas. A oferta não é atraente para que a pessoa resolva deixar seu veículo em casa e possa fazer suas atividades no transporte coletivo. Precisamos que esse transporte seja eficiente em horário, tenha qualidade em relação ao clima, e uma série de outras coisas que possam fazer com o que transporte atraia as pessoas. 

Meio Ambiente e combate aos aguapés nos rios 

Eu, particularmente, pesquei no rio Poti e os aguapés não eram uma realidade. Vimos que, quando as construções começaram a aparecer, começaram a direcionar os dejetos. Basta fazer um percurso simples ao lado do Rio Poti que vemos os dejetos sendo despejados no leito do rio. Como essas obras foram feitas? Quem autorizou a realização das obras? Será que dentro do projeto de arquitetura estava lá descrito que o esgoto ia para o Rio Poti. Então, é uma falha muito grande, talvez pelo fato do tema do meio ambiente não estar em voga no período, ninguém imaginava que a situação chegaria a este pé. Acredito que cabe ao poder público tratar o tema como prioridade. Se essa responsabilidade hoje está com a Águas de Teresina, que o cronograma seja cobrado para que o saneamento avance de forma efetiva. 

Avenida Frei Serafim 

Nesse ponto, devem ser feitas algumas perguntas: É estritamente necessário, temos outras alternativas para que esse projeto seja implementado? Foi apresentado ou está sendo apresentado para a população como é esse projeto? Pelo o que a gente tem observado, não fica claro. A Prefeitura, por exemplo, não faz um grande seminário e mostra para a população como vai ficar a Frei Serafim, caso aconteça essa modificação. Na minha opinião, podemos ter outras alternativas que não seja a destruição desse patrimônio. A Frei Serafim, para todos os teresinenses, é uma referência, foi praticamente a avenida que iniciou a nossa capital. Acredito que uma mudança dessa natureza, radical da forma como está proposta, vai trazer uma série de implicações práticas para a própria população. Acho que as alternativas a esse projeto devem ser apresentadas para que a população também tenha a oportunidade de opinar.


Fábio Novo Sec. de Estado da Cultura


Foto: Jailson Soares/O Dia

Mobilidade Urbana, com foco no Inthegra 

Precisamos repensar a integração. É fato que tem falhas graves. As pessoas não estão satisfeitas com a integração, elas querem pegar ônibus e reduzir o tempo para chegar onde querem ir. Um percurso que antes durava 30 minutos, está chegando a 2 horas. É preciso repensar essa situação, fazendo um bom estudo e aplicar o que se aplica nas cidades mais modernas. Acho que houve investimentos equivocados em grandes terminais. As maiores cidades têm terminais pequenos, não são terminais para ostentar obra física, mas funcionais. Não só a questão dos ônibus, mas cidades que tenham calçadas, acessibilidade. Nossa cidade está matando suas ciclovias e permite que não tenhamos a situação de que as pessoas possam usar bicicletas. Me preocupa a matança de ciclovias, não existe uma política para as calçadas, que vai nos permitir inclusive acessibilidade. 

Meio Ambiente e combate aos aguapés nos rios 

O que leva ao aguapé é justamente o material orgânico, que vem das galerias. A gente tem todo ano no período seco um volume de água menor, então, o material orgânico tem o ano inteiro, mas no período da chuva ela leva os aguapés. É necessário uma politica muito rígida de fiscalização das galerias. É preciso priorizar a fiscalização das galerias, como é que está saindo esse esgoto. Se a gente tiver uma fiscalização severa das galerias, nós vamos reduzir drasticamente os aguapés, que é esse material orgânico. Em determinados momentos os aguapés são bons, na Europa se utiliza para despoluir os rios, mas na situação que chegamos está muito poluído. É preciso uma política severa para que as galerias joguem os dejetos, e aí nos vamos, a médio prazo, despoluir o rio Poti. 

Avenida Frei Serafim 

Eu, particularmente, sou contrário à proposta. Como é na Avenida Paulista? Não tem isso. Acho que é equivocada a ideia de se fazer grandes terminais. Não há necessidade de grandes terminais. Os terminais precisam ser menores e funcionais. Eu tenho muito receio quando você mexe em uma estrutura que desconfigura, inclusive, um patrimônio histórico. O centro histórico todo de Teresina vem sendo agredido, não é de agora. Nos últimos 50 anos vem sendo agredido de forma muito violenta e nós não temos uma resposta significativa. No transporte coletivo, está provado que nós temos um fluxo de trânsito que aumentou engarrafamento, porque as paradas são muito demoradas. É preciso pensar isso com muito carinho. É preciso ouvir a posição do Ministério Público, a posição do Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Esse é um processo que precisa amadurecer.


Fábio Sérvio Empresário/Publicitário 


Foto: Jailson Soares/O Dia

Mobilidade Urbana, com foco no Inthegra 

Temos que analisar tudo do ponto de vista do cidadão. Esse projeto é baseado em uma ideia de Curitiba, da década de 1970, que é o BRT. Estamos falando de um modelo implantando há mais de 40 anos. Hoje, temos situações mais modernas, porque ele tá ultrapassado. Quando a prefeitura de Teresina decidiu fazer esse novo modelo de transporte, já havia dentro do mercado nacional e internacional alternativas mais eficazes para esse processo. Acho que houve uma tentativa de economizar na logística e gastar na infraestrutura. Me parece muito mais um projeto emergencial para tentar resolver alguma coisa. Houve uma discussão sobre esse assunto há uns 15 anos atrás que gerou esse resultado. Eu estudei os custos, temos que ter cuidado para não acusar os empresários. 

Meio Ambiente e combate aos aguapés nos rios 

Acho que a gente não precisa mais encontrar um culpado. Não é questão de fiscalização ambiental. O problema já não está mais na fase não ‘se o rio vai morrer ou não’, mas quando ele vai morrer. A gente sabe que não tem outra forma. O Saneamento está evoluindo, ninguém pode discordar, mas é evidente que a coisa está muito solta, e não está só concentrada em um problema específico das bocas que despejam esgotos, mas a própria visão que o teresinense tem do rio, pois o aproveitamento econômico é zero. Aquilo que o ser humano não utiliza ele relega ao segundo e terceiro plano e esquece. Só lembramos quando passamos e vemos a questão dos aguapés. Precisamos encontrar uma forma de utilizar o Rio Poti e o Parnaíba antes que a gente perca. 

Avenida Frei Serafim 

É uma dicotomia. A gente fica diante de uma pseudomodernidade, de uma solução de um problema que é o que mais afeta a população ou a manutenção da cultura, da tradição, que é um referencial. Eu vou um pouco além nessa questão. Quando Brasília foi construída, foi desenvolvida, houve um concurso de projetos. Foram apresentados vários projetos. Acho que a Prefeitura de Teresina pecou nas últimas gestões na possibilidade de abrir o leque de alternativas com uma visão externada da cidade. A gente poderia abrir um concurso de projetos e ver uma alternativa que mantivesse o referencial cultura e histórico da Frei Serafim e que a gente conseguisse trazer a modernidade. É preciso exaurir o máximo possível, porque, quando a gente fala de mobilidade urbana, a gente fala de algo que está o tempo todo mudando.


Georgiano Neto Deputado Estadual 


Foto: Jailson Soares/O Dia

Mobilidade Urbana, com foco no Inthegra 

A mobilidade urbana é um tema importante, que deve ser muito debatido em Teresina, pois a cidade cresce a cada dia e certamente também crescem os problemas. Em toda pesquisa que se faz a mobilidade é o principal problema enfrentado pela população. Infelizmente temos um sistema de integração do transporte público coletivo que foi feito a toque de caixa pela Prefeitura, não foi discutido com a população, tanto que eles ensaiaram uma PPP da Integração que não foi pra frente na Câmara Municipal porque houve uma reação muito forte por parte da população, especialmente dos usuários. Não houve um planejamento e agora estão tentando consertar o erro do passado. É importante haver essa discussão mais aprofundada, elaborar um plano diretor que tenha repercussão pelos próximos dez, vinte anos para que a gente possa ter um crescimento organizado não só na questão do transporte, mas também das vias e grandes avenidas que vão desafogar o tráfego de veículos. 

Meio Ambiente e combate aos aguapés nos rios 

A questão ambiental tem sido um dos temas mais debatidos no Brasil e no mundo. Aqui em Teresina não podemos fugir desse debate. A gente percebe uma pequena preocupação por parte da gestão municipal especialmente quanto ao combate aos aguapés nos rios Poti e Parnaíba. Temos que encarar isso com muita seriedade, compromisso para adotar as ações necessárias para conter o avanço da poluição, investimentos relacionados ao saneamento básico e lembrar que a Águas de Teresina tem feito um avanço muito grande. Eles têm um cronograma e eu já tive com a diretoria da empresa fazendo uma vistoria e a ideia é buscar a universalização do saneamento o mais rápido possível. O que temos é que monitorar os investimentos, cobrar dentro do possível para que tenha um avanço do cronograma na implantação do sistema de saneamento em Teresina. No caso da gestão municipal é importante encarar pra valer e combater os aguapés. Tornar mais rígidas as leis municipais para que a gente possa evitar o despejo de esgotos no rio, que tanto causa transtornos e poluição. 

Avenida Frei Serafim 

É o cartão postal de Teresina. Além de ser uma avenida histórica, uma avenida que é tombada pelo patrimônio histórico do município e também pela União. Precisamos, antes de qualquer intervenção nela, ouvir a população. Como eu falei: além de ser um cartão postal, também é símbolo da nossa cidade. É preciso, realmente, antes de qualquer intervenção, ouvir a população, as entidades de classe e os representantes da sociedade. Precisamos, além das interferências históricas, também pensar na questão ambiental. Temos na Avenida Frei Serafim árvores centenárias que precisam ser preservadas. A construção das estações precisa estar conciliada com a preservação histórica e ambiental. É preciso um consenso da sociedade junto com o poder público municipal que só vai vir com bastante diálogo. Como alternativa, nós acreditamos que as ruas e avenidas paralelas podem funcionar também como um corredor para o transporte público de passageiros.


Luciano Nunes Advogado 


Foto: Jailson Soares/O Dia

Mobilidade Urbana, com foco no Inthegra 

É importante destacar que houve discussão sobre o planejamento da mobilidade urbana em Teresina. O Plano Diretor de Teresina utiliza o modelo consagrado no Brasil e no mundo como o de maior êxito, e não exclui alternativas possíveis de serem agregadas, como o VLT e o metrô. Ao longo do tempo a cidade e o comportamento das pessoas mudam, e o Plano não pode ser considerado pronto e acabado. Depois da sua implementação, da construção das obras de infraestrutura, ele naturalmente passa por ajustes e vai continuar passando, porque o comportamento das pessoas e da cidade vai mudando, pedindo ajustes. O transporte coletivo é importante destacarmos que ele deve ser priorizado em relação ao transporte individual, pois transportam a maior quantidade de pessoas. Então dentro das principais vias, tem que se priorizar justamente os ônibus, pois transportam a maior parte da população e as pessoas que trabalham e não têm condições de ter o seu próprio automóvel. É um plano pensado e discutido, aprovado pela Câmara e que passa por ajustes ao longo do tempo. 

Meio Ambiente e combate aos aguapés nos rios 

Em Teresina, temos esses sinais que são os aguapés, que nada mais é que um grito do Rio Poti de que ele está poluído e sendo maltratado. A raiz do problema é o saneamento básico, aqui em Teresina a Prefeitura realiza o maior programa de saneamento da história que é o Lagoas do Norte, requalificação urbana e essencialmente de limpeza das lagoas da zona Norte de Teresina, enfim, são obras de saneamento básico e um trabalho que tem sido realizado ao longo dos anos, com resultados já a olhos vistos. Por outro lado, sabemos que há uma subconcessão ao governo e um contrato com a Águas de Teresina e que tem um cronograma para executar obras aqui na capital. A Prefeitura tem uma agência reguladora que acompanha o contrato. 

Avenida Frei Serafim 

O projeto é tão somente migrar as paradas que estão nas calçadas para o canteiro central da Frei Serafim. Qual o objetivo disso? Melhorar a mobilidade das pessoas. Evitar que pessoas idosas, doentes, gestantes, que tenham dificuldade de mobilidade fiquem atravessando a Avenida Frei Serafim que é uma avenida de trânsito altamente pesado. Esse projeto foi apresentado à população, houve audiências públicas também. As paradas estão completamente harmonizadas com o ambiente da Frei Serafim, tal como ele foi concebido hoje, e tem esse intuito único de facilitar o fluxo das pessoas, para evitar que elas tenham que atravessar a Avenida para se deslocar de uma parada para a outra. Um outro ponto é que a Avenida Frei Serafim tem uma mobilidade muito grande no seu canteiro central, porque quando foi modificada, lá na gestão do prefeito Sílvio Mendes, parecia mais uma corrida de obstáculos, com aqueles bancos de concreto atravessados. Na Avenida Frei Serafim é impossível se pensar em alternativa de corredores, porque nós temos de um lado o HGV, do outro lado o 2º BEC e mais na frente o Paulo VI. Então, não dá pra você trabalhar vias alternativas.


Valter Lima Empresário 


Foto: Jailson Soares/O Dia

Mobilidade Urbana, com foco no Inthegra 

Eu acho que em relação à mobilidade urbana, há um projeto de grande envergadura em Teresina, em que a população precisava ser consultada. Até para saber se a população aprova ou não, porque depois que já tá aprovado é mais difícil. Então o seguinte, esse projeto a Prefeitura já tomou dos pedestres, das pessoas que andam de motocicleta e motoristas, mais de 30% do espaço físico da cidade. É um problema que tem que ser avaliado e entendo que existem soluções simples e baratas. Acho que se as pessoas pegarem as avenidas paralelas e transformarem em vias de ônibus, ficaria muito mais interessante. Deixar as vias normais para viabilizar o tráfego de motoristas, e lembrar dos comerciantes. Isso é um debate importante que traz para a sociedade à discussão e tem propor ideias com viabilidade. Tenho certeza que há solução. 

Meio Ambiente e combate aos aguapés nos rios 

Esses aguapés, se eu não me engano, são 16 galerias jogando todo o esgoto de material pesado no rio e formando os aguapés que ficam disputando oxigênio com os peixes. Os peixes acabam fugindo do rio e, consequentemente, acabando com a pesca já que os peixes não se proliferam. Mas meio ambiente não é só o rio Poti, temos que aumentar a doação de mudas, temos que plantar mais, a periferia não tem acesso a este serviço, é preciso descentralizar, plantar mais árvores e oxigenar mais a cidade. Nossa cidade era conhecida como cidade verde, agora é cidade seca, mas eu acho que tem jeito para fazer isso. Espero que a sociedade civil organizada repense seu posicionamento. Essa cidade precisa respirar um ar muito mais puro. 

Avenida Frei Serafim 

A Avenida Frei Serafim é a principal artéria do coração da cidade. É uma avenida do século passado. A cidade começou, praticamente, pela Avenida Frei Serafim. Essa avenida tem aquele canteiro central muito bonito. Já pensou se modificarem o canteiro central da Avenida Frei Serafim? O quanto que vai mudar? Aquelas árvores centenárias, o povo que trafega por ali. O tráfego ali é constante. Sempre tem uma segunda ou terceira opção. Se nós trabalharmos uma avenida paralela para esse tráfego de ônibus a gente não precisa criar esse problema e nem esse transtorno para a população. Temos como trabalhar uma opção diferenciada para fazer um transporte bacana sem precisar mexer na Avenida principal da cidade. Todo mundo conhece a Avenida Frei Serafim como um cartão postal da cidade. Então, eu acho que é desnecessário. Não precisamos modificar, em absolutamente nada, a Avenida Frei Serafim. Tem outra opção: Já que vai gastar tanto dinheiro para fazer aquela obra de concreto, se quiser, também pode comprar um prédio, fazer as paradas em algum prédio, sem necessariamente ter que mexer no canteiro central. Para isso, deve ser feito um estudo, óbvio, para ver se realmente viabiliza esse trabalho.

Por: João Magalhães e Natanael Souza, do Jornal O Dia
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